Masturbação faz mal? II

Ao longo do tempo filósofos, pedagogos, religiosos e pais, conseguiram tornar permanente a associação de sexo e culpa, produzindo sentimentos de culpa com a mesma intensidade e com a mesma constância, com que ocorrem os impulsos sexuais, entre eles a masturbação.

Desmistificar-se a masturbação é entender os mecanismos que levam os indivíduos a masturbar, como uma prática preparatória ou substitutiva da vida sexual regular a dois.

O primeiro passo é desconstruir a idéia de que a masturbação tem idade, que vai da puberdade ao final da adolescência. Na verdade ocorre em todas as faixas etárias.

As CRIANÇAS muitas vezes incidem na masturbação por puro acaso ou curiosidade, sem que ao instinto sexual caiba papel decisivo, resulta de motivos inofensivos, sendo por isso geralmente inócua, desaparecendo sem consequências prejudiciais.

Quando os pais ou os adultos que cuidam da criança PERMITEM esta auto-exploração, a criança vai formando sua imagem e descobre a si mesma e a seu corpo como fonte de prazer. Se, pelo contrário, a criança for REPREENDIDA, isto ocorrerá para que internalize o sexo como coisa feia ou proibida.

Na ADOLESCÊNCIA, a masturbação cumpre a tarefa de aliviar tensões e trazer prazer, geralmente acompanhada de fantasias sexuais. Além de facilitar o conhecimento do próprio corpo, concorre para o equilíbrio emocional numa fase em que o jovem se sente inseguro pelas transformações físicas e psicológicas de seu organismo.

Na IDADE ADULTA, a masturbação é uma, entre as possibilidades de práticas sexuais, quer individual, quer com parceiros (as), inclusive no casamento entre os casais. É uma forma de sexo seguro e, uma forma, também, de extravasamento das tensões sexuais da vida cotidiana.

Na TERCEIRA IDADE pode ser um reflexo da falta de sexo com parceiros, em especial para aquelas pessoas (homens e mulheres) que, erroneamente acreditam que a sexualidade acaba após a idade fértil (no caso da menopausa, para as mulheres; ou pela perda do vigor físico e juventude, no caso dos homens). Ou então, como uma possibilidade sexual entre os parceiros.

Neste ponto nos cabe reflexionar sobre o seguinte diálogo:

Aluna – Professor, perto da minha casa tem um idoso que se masturba. Ele é um safado.

Professor - Safado? - Acabamos de falar que é uma atividade que não tem limite de idade.

Aluno - Não será melhor o idoso se masturbar independente do motivo, do que praticar, por exemplo, a pedofilia?

Estereotipamos o que não conhecemos. Os estereótipos inibem a compreensão dos indivíduos, limitando seus relacionamentos. Quando a invisibilidade tornar-se visível, perceberemos os preconceitos e através do conhecimento desconstruiremos os mecanismos tão perversos ao desenvolvimento humano, sua verdadeira realização e felicidade.

O estudo da sexualidade com certeza rompe as correntes dos preconceitos, abrindo enormes estradas no horizonte do ser.

Não é por acaso que muitos tentam, inibir, atrapalhar, prejudicar o estudo da sexualidade. Estão, presos aos grilhões do seu próprio eu.

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Rosevel
Enviado por Rosevel em 09/12/2009
Reeditado em 16/02/2013
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