AUGUSTO DOS ANJOS: ABSOLUTAMENTE FORMIDAVEL!

Sempre tive vontade de escrever algo sobre Augusto dos Anjos, e sobre a sua poesia.

Conhecido como poeta do hediondo, briguento e polêmico e com estas características deixou a sua marca na cultura brasileira. Era um autor que tinha uma fixação doentio pela condição humana, pela morte, era um sujeito materialista . Com 16 anos começou a publicar a sua poesia, inicialmente no Almanaque do Estado da Paraíba, depois foi colaborador do jornal O Comércio. Recebeu criticas severas pelo soneto e com apenas com 17 anos se defendeu das implacáveis críticas ao seu trabalho, foi irônico, porém, lógico em sua defesa. Chamados por alguns, como poeta raquítico (por ser pequeno e com uma magreza esquálida) e muitos intelectuais daquela época tentaram ridicularizar o estilo sagaz e feroz, porém original do poeta. Em 1906 já anunciava o seguinte “Começa um movimento de imitação a um rapaz histérico, mas de extraordinário talento, vive isolado, no interior da Paraíba, Augusto dos Anjos”.

Augusto dos Anjos já possuía um público que apreciava anonimamente a sua poesia. Foi autor de um livro só, com a idade de 28 anos , a primeira edição da obra única foi feita em 1912, durante o período em que viveu no Rio de Janeiro e como nenhum editor se dispôs a publicar a sua obra , ele pediu ao seu irmão, Odilon dos Anjos, que lhe emprestasse o dinheiro para que pudesse fazer a impressão do livro. O livro teve como título: Eu. Nome atrevido e egocêntrico, com presença das tendências literárias: parnasianas e o simbolismo. Parnasiana pela perfeição, formal e pela frieza , como também a sua espiritualidade e musicalidade vinculadas ao simbolismo. Foi um poeta que atraiu a atenção dos críticos literários e também dos psiquiátricos, entretanto colheu elogios dos que puderam entrever no charco violento de seus versos o brilho da sua inteligência.

A segunda edição foi publicado postumamente em 1920, alcançando um esplêndido sucesso e a terceira edição, em 1928, com o título definitivamente, eu e Outras Poesia. Foi um sucesso absoluto, 3000 exemplares foi esgotado em 15 dias, considerado, o livro de poema mais vendido da história da literatura brasileira.

Augusto dos Anjos nasceu no Engenho do Pau d’Arco, na Paraíba, durante a sua infância e adolescência viu a arruína da sua família perderam tudo. Casou-se com Ester Fialho e morreu com 30 anos, onde durante 10 dias passou em extremo sofrimento, acometido de um resfriado e indo ao enterro de um amigo, que chovia bastante, agravou bastante o seu estado de saúde, vindo a falecer. Teve um casal de filhos.

Dizem que antes de morrer pediu a sua mulher um espelho e olhando o seu reflexo disse: “Esta chama não vai apagar” Tinha razão.

Naná
Enviado por Naná em 06/12/2009
Reeditado em 21/02/2024
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