O leitor e o autor brasileiro
Apesar do Brasil ser um país onde se lê aproximadamente 0,7 livros/habitante/ano, o mercado livreiro e editorial tem se mostrado uma fonte de renda das mais promissoras. De qualquer maneira, é de se esperar que uma nação que se dá o luxo de informatizar praticamente a totalidade de suas atividades burocráticas e empresariais, não continue a trilhar, culturalmente, o mesmo caminho - e no mesmo ritmo - que a Somália, Ruanda e Nigéria. O povo se ilustra cada vez mais, dia a dia, vê e sente a necessidade de expandir seus conhecimentos e sabe que, a despeito da televisão, o livro ainda é a melhor e a mais barata maneira de adquirir informações. Assim, tanto do ponto de vista editorial quanto do consumo de livros, a tendência é melhorar.
No entanto, ainda é preciso lutar contra muitos obstáculos, contra muitas artimanhas desenvolvidas pelos distribuidores e livreiros, artimanhas estas geradas por uma política econômica nacional de juros altíssimos - que no mínimo inibem os investimentos - e que, "contaminando" o pensamento dos que trabalham neste ramo, prejudicam seriamente o desenvolvimento de um mercado que, a exemplo do que ocorre nos países desenvolvidos, é um dos mais lucrativos. A taxa de desconto cobrada por muitas distribuidoras, superando os 50% do preço de capa, deveria ser menor. Não houvesse uma porcentagem tão alta e o livro poderia chegar ao consumidor por um valor bem menor, facilitando vendas e possibilitando o acesso à cultura para um maior número de pessoas. A mentalidade colonialista que impera na maioria das editoras brasileiras - mentalidade esta provavelmente ditada por uma tendência que vem do próprio povo e que está no velho ditado "santo de casa não faz milagre" - determina a preferência editorial por autores estrangeiros, em detrimento dos patrícios que, certamente não têm menos valor que um Sheldon, um Robbins ou um Higgins. Temos brasileiros que escrevem muito bem, que possuem idéias excelentes e que poderiam se tornar grandes, desde que editados e, evidentemente, lidos. O preconceito pior parte dos livreiros - contra o qual nós temos lutado muito - de que o livro de bolso não tem aceitação por parte dos leitores, é um outro fator impeditivo de uma maior divulgação dos livros no seio do grande público. Um livro de bolso pode conter exatamente o mesmo texto que uma edição de luxo, com a vantagem de custar menos, justamente por não pensar em ostentação e apresentação luxuosa. O valor daquilo que está escrito é imutável. Ou presta ou não presta e cabe ao editor, antes do leitor, saber filtrar aquilo que irá levar às prateleiras das livrarias.
São espinhos que aqueles que desejam ingressar nesse mercado, têm de vencer. É uma luta que se deve abraçar contando como principal arma, a necessidade que o povo brasileiro vem demonstrando, de melhorar seu nível cultural para que, não apenas em reservas cambiais, de fato passe a trilhar o caminho do Primeiro Mundo. O brasileiro sabe que para se equiparar a qualquer outro povo mais desenvolvido, o requisito primordial é a cultura e, exatamente por isso, vem procurando aumentar em primeiro lugar, o seu nível de leitura.
Autores novos, talentosos, surgem a cada dia. Porém, esses gênios continuam apagados porque seus trabalhos não são divulgados, não são publicados, não são vendidos, não são lidos. São os preconceitos e os temores das editoras os principais motivos para que esses novos luminares jamais apareçam.
Contudo, podemos nos orgulhar do autor que mais romances publicou no mundo, ser também brasileiro. Poucos autores nacionais seriam tão qualificados quanto José Carlos Ryoki de Alpoim Inoue para escrever um manual ensinando as técnicas de como escrever um romance de sucesso. Ryoki tem no currículo 1.075 romances publicados, cifra que o alçou ao Livro Guinness dos Recordes – a edição internacional, ressalte-se – como o autor que mais escreveu livros até hoje no mundo. Outra característica da obra de Ryoki que o habilita a passar adiante suas lições é a variedade de gêneros a que ele já se dedicou. Em matéria de ficção, o homem já escreveu de tudo, de suspense a faroeste, de histórias de amor a aventuras baseadas em fatos reais. A essa última categoria pertence o mais recente romance de Ryoki, “Saga”, uma espécie de “Cem Anos de Solidão” da imigração japonesa no Brasil. Um colosso no qual se vê como funcionam, na prática, as lições que ele reúne neste manual.
Filho de mãe portuguesa e avós japoneses, o autor se mostra preocupado quando se fala de educação e cultura no Brasil. Por isso, resolveu publicar alguns de seus contos e crônicas num blog. Também no site oficial - http://www.ryoki.com.br - é possível baixar alguns de seus livros. Boa Leitura!