NEGÓCIOS & NEGÓCIOS
A V FEIRA INTERNACIONAL DA AMAZÔNIA demonstrou que o Amazonas está amadurecendo. Mesmo quando o crescimento é pífio, como no ano que passou, quando muitos regrediram, o Amazonas amadureceu. Aliás, amadurecimento, sedimentação, melhoria de produtos costumam acontecer em épocas de crise. A Feira também serviu para mostrar uma Amazônia muito diversificada. Cabe aqui um elogio à organização que não se limitou a mostrar os produtos manufaturados apenas pelo Polo Industrial.
O bom observador não pode deixar de ver que a Suframa está preocupada também com o Turismo. Destaque para o Wine Fashion Florence apresentado pelos italianos da região da Toscana. Um intercâmbio que passa pelo desenvolvimento comunitário e alavanca grandes negócios. A região italiana que é capital mundial das bolsas busca na Amazônia matérias primas originais para seus produtos. De quebra nos dá um exemplo de consórcio de micro empresários que se unem para fortalecer os negócios na Europa. Por aqui, onde o espírito associativo ainda engatinha e teima em não aprender a caminhar por conta da descrença nesse tipo de solução, os micro empresários andam sozinhos e poucos conseguem levar seus produtos para fora.
Outro país que aproveitou a Feira para aproximar-se do Amazonas para vender produtos agrícolas foi o Peru. Nossos vizinhos tentam vender seus camarões, alhos, oréganos, abacates, grãos de bico há muito tempo. Se os negócios ainda não acontecem deve ser por causa da logística. Caminhos alternativos estão sendo procurados para trazer os produtos até Manaus, antes que o tempo de viagem os deteriore. Contudo, há um interesse muito grande da Suframa em fazer com que eles comprem produtos manufaturados. A balança com o Amazonas pende a favor do Peru que vende muita prata para o Polo Industrial.
Para alcançar esse objetivo promoveram um festival gastronômico com chefs do país andino. O evento ficou no congraçamento, uma vez que faltou detalhar condições e assim amarrar negócios futuros.
A gastronomia manauara também deu seu show na Feira. Bares e Restaurantes filiados à ABRASEL promoveram um coquetel no dia 26 nas dependências do pavilhão do Studio 5. O desfile de pratos e as degustações deixaram a todos maravilhados. Aconteceu num clima muito descontraído, acompanhado por shows musicais. Enfim, serviu para mostrar que a feira não era apenas do Polo.
Foi sentida a ausência dos presidentes dos países amazônicos. Alguns entendem que Chavez, Morales, Uribe y otros não aceitam a liderança de Lula nas negociações de paz entre Colômbia e Venezuela. Nem o querem como representante em Copenhague. Nossos vizinhos, que sofrem de estrelismo não querem ver a estrela de Lula brilhar lá fora.
Exceção feita ao presidente francês, Nicolas Sarkozys, que deu o ar da sua graça. O que muitos entenderam como sendo um ato de prestígio, representando nosso vizinho, a Guiana Francesa, outros viram como um reforço à venda de Aviões para as Forças Armadas do Brasil. Isso mostra que quando o assunto são os negócios não convém brincar.
Vaidades e brigas por liderança à parte, as feiras existem sempre para promover negócios. É bom que continuem assim.
Luiz Lauschner – Escritor e Empresário
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