O pior está por vir
O PIOR ESTÁ POR VIR
Embora não fosse pessimista, meu pai costumava dizer, quando as coisas iam mal: “o pior, que está por vir, vocês nem imaginam!” O mundo passou recentemente por uma ponderável crise econômica mundial, por conta de calotes internos que os próprios americanos deram às suas companhias e ao erário.
O governo dos gringos precisou enxertar uma fábula de dinheiro nos bancos, não porque se lixasse para a quebradeira, mas porque, atrás disto, pudesse vir uma corrida mundial para a liquidação de dólares. Como se julgavam uma economia imune, os americanos emitiam moeda, bordando o mundo de “verdinhas” sem constituir um lastro-ouro suficiente. Se todo mundo que tivesse dólares quisesse convertê-lo em suas moedas, os americanos teriam que vender o Empire State e a Estátua da Liberdade para fechar a conta.
Ajudou (ou complicou) para isto o fato de os países exportadores de petróleo (Iraque, Kuwait e Venezuela) haverem excluído o dólar como moeda de negócio, trocando os chamados “petrodolars” pela valorizado Euro. A guerra do carniceiro Bush com o Iraque não foi por “armas de destruição”, uma vez que a invasão não descobriu nada. A guerra visou a rapina sobre o petróleo iraquiano. Os EUA consomem mais do que produzem. Com o Iraque na mão a conta fica zerada, pois o petróleo está entrando (ainda) a preços vis.
Agora nos chega a notícia da insolvência de Dubai. Os xeiques achavam que era um reino de “mil e uma noites” e se largaram a gastar. Como o ingresso foi menor que a despesa, eles começaram a vazar, numa dívida mundial de mais de 60 bilhões de dólares. Isso pode quebrar a China e o Japão, que são os maiores investidores em Dubai. Depois deles, os Estados Unidos, que tem muito dinheiro investido nesses países do Oriente. Macroeconomicamente falando, é um baile de cola atada!
Por conta de uma política austera, o Presidente Lula disse que a crise anterior chegaria aqui como uma marolinha. E teve razão. A nova crise econômica, a que está por vir, vai nos tocar ainda menos, pois além de estarmos preparados, termos reservas, não jogamos pela janela, nesses cassinos de investimentos.
A política do governo brasileiro de só deixar bancos globais entrarem no país após criar subsidiárias com capital próprio gera debate nos países desenvolvidos, diz reportagem do jornal britânico “Financial Times”. Aparentemente antiquado, já que a teoria geral era de que os mercados estavam se tornando cada vez mais globalizados, o que implicava que os bancos podiam mover capitais livremente, o sistema permitiu que o Brasil não fosse tão afetado pelas crises atuais e futuras.
As oposições nacionais, recheadas de ódio e ressentimento, queriam que o Brasil fracassasse, para apontar um imponderável fracasso de Lula, e assim indicarem um “salvador” do brique global.
O que está por vir não vai ser mole. Mas, por causa de nossa estabilidade vai ser uma marola acessível ao banho das crianças. Para “eles” lá fora vai ser um terror, enquanto para nós que somos até credores do FMI, uma barbada.
O autor também é Administrador de Empresas.