2012 - O FIM DO MUNDO

2012 - O FIM DO MUND

Agora só se fala no fim do mundo. Quando criança, a professora me dizia que o mundo só se acabava pra quem morresse, mas agora se forma uma nova onda que talvez nos preocupe em função do que vemos e sentimos em nossa volta.

Há mais ou menos vinte anos, houve vários boatos neste sentido eivados de muita dose de certeza, envolvendo opiniões de autoridades científicas e religiosas das mais variadas correntes de pensamento, mas o mundo não se acabou. Na verdade, desde Nostradamus que o homem se preocupa com suas profecias de fim de mundo e até filmes já foram feitos neste sentido, mas o mundo não se acabou. Os "Borboletas Azuis" - seita nordestina que até o Fantástico mostrou, também inferiu sobre o final do mundo, mas que a data prevista por eles já passou e o mundo, mais uma vez não se acabou. Jô Soares tem entrevistado vários desses esotéricos que também invocam o mesmo tema! Mas a vida continua... Será que alguém não ganha dinheiro com isto?

Antes da virada do século, o ano 2000 foi vaticinado como o marco do final do mundo. Veio a inserção da era de aquarius em que o mundo se renovaria (ainda estamos nela) e muitos outros atores metidos na previsão do futuro novamente se montaram em suas teroria do final dos tempos e a gente ainda está nesse processo, até que de repente: 2012 vem a tona como o novo divisor de águas dessa catástrofe exterminadora do homem na terra.

Talvez seja bom relembrar a antiga teoria do primeiro final de mundo com água, arca de Noé e tudo. Nesse contexto, se de fato o mundo se acabou um dia com água, o fogo será o elemento exterminador do nosso atual mundinho em 2012? Talvez só saibamos em 2012, mas enquanto lá não chegamos, talvez possamos parametrizar essas "profecias" com base no segredo dos três meninos de Fátima. Irmã Lúcia, uma delas, freira devota e há poucos anos falecida em Roma, teria finalmente confiado ao Papa o seu grande segredo. Ouvi dizer que esse segredo seria o reconhecimento da igreja católica acerca da comunicação entre os mortos. Dito diferente, a igreja, finalmente, acataria o preceito do espiritismo que advoga a citada comunicação. De fato, isto deveria revolucionar os dogmas cristãos, mas tudo indica que não deve ter sido bem este o grande segredo e, sim, a questão do final dos tempos, ou o FIM DO MUNDO COMO SE APREGOA RECENTEMENTE. Essa corrente "hecatombista" se fundamenta no atual estágio da humanidade e, principalemnte, na falta de solidariedade humana, no desamor, no egoísmo, etc., que ninguém deve ignorar essa assertiva.

Preferimos não julgar o mérito. Melhor incursionar nos meandros do que seria, de fato, o final do mundo. O detalhe do fogo, da água, da arca, do Noé, pecado, egoísmos, desamor, como já vimos, são intersubjetivos demais para o nosso universo cognitivo.

Que o mundo anda, literalmente uma "droga", ninguém duvida, mas não se pode igualmente duvidar de que a culpa não seja nossa, pois parece que não estávamos preparados para a modernidade, para o progresso, haja vista que não houve progresso nas relações interpessoais. Se houve, não dá pra sentir a diferença porque pequenos sentimentos como o da SOLIDARIEDADE e do PERDÃO não e se encontram, facilmente no nosso dia-a-dia. Em nossa opinião, estes são sentimentos antológicos, pois resumem entre si todos os demais que poderão um dia (quem sabe?) nos redimir.

Fico imaginando que com a proximidade do "fim do mundo", muita gente devia soltar seus "demônios" ou a "franga" como dizia Chico Anísio em seu programa de humor. Isto em todos os sentidos, inclusive quem só fez o mal, começar a fazer o bem; quem só fez o bem fazer o melhor, etc.. Contudo, muitos seriam aqueles para quem, antes do final do mundo, importante seria a orgia. Os prazeres do corpo e da carne, literalmente. Quem não "deu", teria que "dar". Quem "deu" em parte, teria que fazê-lo completamente. Quem "comeu", comeu, quem jantou, jantou. Quem deu a "fente" daria agora o "verso", quem só deu o "verso" teria que inaugurar a "frente". Quem quisesse ser versátil, total flex, AM e FM, teria toda desculpa para sê-lo: O FINAL DO MUNDO!

A "sede de ir ao pote" seria grande. Frustrações, preconceitos, bloqueios interiores, preconceitos, etc., isentos das expectativas sociais, provavelmente se transformavam em êxtase para muitos, pois ninguém ignora o poder que o cobiçado provoca.

Por outro lado, muita gente iria pedir dinheiro emprestado, trair os cônjuges, pregar peças, fazer maldades mil... Afinal, seria o fim do mundo e ninguém iria saber...

Mas se o mundo não se acabasse?

MAS SE O MUNDO NÃO SE ACABASSE?

Certamente, a minha professora estaria mais uma vez com a razão: iria haver muitos suicídios e o mundo, com certeza, se acabaria para aqueles que morressem. Quem quisesse continuar vivo, teria que se explicar diereitinho diante das "atitudes" praticadas pela iminência do FINAL DO MUNDO...

Prefiro entender os nossos "mundos" que se acabam a cada dia diante de incompreensões, falsidades, puxadas de tapetes, etc.. Em cada mundo desses que cai, a gente fica triste, acabrunhado, decepcionado com os nossos semelhantes que, sem nenhum prurido não nos poupam com a falta de solidariedade e empatia.

"Meu mundo caiu e me fez ficar assim, você conseguiu e agora diz que tem pena de mim" (...), canta Maysa em um dos seus hits mais famosos. Na verdade, Jesus tem sempre razão: "não te preocupes com o dia de amanhã, homem de pouca fé"...

ATIBAIA, 29 de novembro de 2009.

Agora só se fala no fim do mundo. Quando criança, a professora me dizia que o mundo só se acabava pra quem morria, mas agora se forma uma nova onda que talvez nos preocupe em função do que vemos e sentimos em nossa volta.

Há mais ou menos vinte anos, houve vários boatos neste sentido eivados de muita dose de certeza, envolvendo opiniões de autoridades científicas e religiosas das mais variadas correntes de pensamento, mas o mundo não se acabou. Na verdade, desde Nostradamus que o homem se preocupa com suas profecias de fim de mundo e até filmes já foram feitos neste sentido, mas o mundo não se acabou. Os "Borboletas Azuis" - seita nordestina que até o Fantástico mostrou, também inferiu sobre o final do mundo, mas que a data prevista por eles já passou e o mundo, mais uma vez não se acabou. Jô Soares tem entrevistado vários desses esotéricos que também invocam o mesmo tema! Mas a vida continua... Será que alguém não ganha dinheiro com isto?

Antes da virada do século, o ano 2000 foi vaticinado como o marco do final do mundo. Veio a inserção da era de aquarius em que o mundo se renovaria (ainda estamos nela) e muitos outros atores metidos na previsão do futuro novamente se montaram em suas teroria do final dos tempos e a gente ainda está nesse processo, até que de repente: 2012 vem a tona como o novo divisor de águas dessa catástrofe exterminadora do homem na terra.

Talvez seja bom relembrar a antiga teoria do primeiro final de mundo com água, arca de Noé e tudo. Nesse contexto, se de fato o mundo se acabou um dia com água, o fogo será o elemento exterminador do nosso atual mundinho em 2012? Talvez só saibamos em 2012, mas enquanto lá não chegamos, talvez possamos parametrizar essas "profecias" com base no segredo dos três meninos de Fátima. Irmã Lúcia, uma delas, freira devota e há poucos anos falecida em Roma, teria finalmente confiado ao Papa o seu grande segredo. Ouvi dizer que esse segredo seria o reconhecimento da igreja católica acerca da comunicação entre os mortos. Dito diferente, a igreja, finalmente, acataria o preceito do espiritismo que advoga a citada comunicação. De fato, isto deveria revolucionar os dogmas cristãos, mas tudo indica que não deve ter sido bem este o grande segredo e, sim, a questão do final dos tempos, ou o FIM DO MUNDO COMO SE APREGOA RECENTEMENTE. Essa corrente "hecatombista" se fundamenta no atual estágio da humanidade e, principalmente, na falta de solidariedade humana, no desamor, no egoísmo, etc., que ninguém deve ignorar essa assertiva.

Preferimos não julgar o mérito. Melhor incursionar nos meandros do que seria, de fato, o final do mundo. O detalhe do fogo, da água, da arca, do Noé, pecado, egoísmos, desamor, como já vimos, são intersubjetivos demais para o nosso universo cognitivo.

Que o mundo anda literalmente uma "droga", ninguém duvida, mas não se pode igualmente duvidar de que a culpa não seja nossa, pois parece que não estávamos preparados para a modernidade, para o progresso, haja vista que não houve progresso nas relações interpessoais. Se houve, não dá pra sentir a diferença porque pequenos sentimentos como o da SOLIDARIEDADE e do PERDÃO não e se encontram, facilmente no nosso dia-a-dia. Em nossa opinião, estes são sentimentos antológicos, pois resumem entre si todos os demais que poderão um dia (quem sabe?) nos redimir.

Fico imaginando que com a proximidade do "fim do mundo", muita gente devia soltar seus "demônios" ou a "franga" como dizia Chico Anísio em seu programa de humor. Isto em todos os sentidos, inclusive quem só fez o mal, começar a fazer o bem; quem só fez o bem fazer o melhor, etc.. Contudo, muitos seriam aqueles para quem, antes do final do mundo, importante seria a orgia. Os prazeres do corpo e da carne, literalmente. Quem não "deu", teria que "dar". Quem "deu" em parte, teria que fazê-lo completamente. Quem "comeu", comeu, quem jantou, jantou. Quem deu a "frente" daria agora o "verso", quem só deu o "verso" teria que inaugurar a "frente". Quem quisesse ser versátil, total FLEX, AM e FM, teria toda desculpa para sê-lo: O FINAL DO MUNDO!

A "sede de ir ao pote" seria grande. Frustrações, preconceitos, bloqueios interiores, etc., isentos das expectativas sociais, provavelmente se transformavam em êxtase para muitos, pois ninguém ignora o poder que o cobiçado provoca.

Por outro lado, muita gente iria pedir dinheiro emprestado, trair os cônjuges, pregar peças, fazer maldades mil... Afinal, seria o fim do mundo e ninguém iria saber...

Mas se o mundo não se acabasse?

MAS SE O MUNDO NÃO SE ACABASSE?

Certamente, a minha professora estaria mais uma vez com a razão: iria haver muitos suicídios e o mundo, com certeza, se acabaria para aqueles que morressem. Quem quisesse continuar vivo, teria que se explicar direitinho diante das "atitudes" praticadas pela iminência do FINAL DO MUNDO...

Prefiro entender os nossos "mundos" que se acabam a cada dia diante de incompreensões, falsidades, puxadas de tapetes, etc.. Em cada mundo desses que cai, a gente fica triste, acabrunhado, decepcionado com os nossos semelhantes que, sem nenhum prurido não nos poupam com a falta de solidariedade e empatia.

"Meu mundo caiu e me fez ficar assim, você conseguiu e agora diz que tem pena de mim" (...), canta Maysa em um dos seus hits mais famosos. Na verdade, Jesus tem sempre razão: "não te preocupes com o dia de amanhã, homem de pouca fé"...

ATIBAIA, 29 de novembro de 2009.