SAÚDE E A BUSCA DO SANTO GRAAL

Muitos relatos referentes à busca do Graal denotam conhecimentos profundos e essenciais para a evolução espiritual do ser humano.

Preservada pelos esoteristas das Escolas dos Mistérios, a sabedoria do Graal não foi revelada diretamente... Pode-se encontrar fragmentos dela, através dos simbolismos das emocionantes aventuras medievais, como o mito da corte do rei Artur e dos Cavaleiros da Távola Redonda...

Basicamente, a lenda do Graal é simples: um objeto “precioso” (doador de vida, poder e sabedoria) é guardado por um rei, num castelo de acesso muito difícil. O rei encontra-se idoso e doente e o país à sua volta está deserto. Aguarda-se a chegada de um cavaleiro “predestinado” que conseguirá encontrar o castelo, após vencer numerosos obstáculos. Esse herói deverá formular corretamente uma determinada pergunta para que o rei recupere a saúde e a terra onde habita, vivifique. A partir de então, o herói passará a ser o guardião do Graal.

Em muitas versões, o rei Anfortas foi atingido pela espada de um adversário invisível, provocando um ferimento que não cicatriza.

Na visão holística da saúde, muitas doenças são desencadeadas por fatores emocionais, refletindo características psicológicas reprimidas que necessitam ser extravasadas.

Assim, simbolicamente, pode-se interpretar que o “lado obscuro de sua própria mente” ocasiona esse ferimento e, como o rei tem medo de enxergar a verdadeira natureza do agressor, a cura torna-se impossível.

Parsifal consegue vencer as diversas batalhas que lhe são impostas, numa referência aos entraves com as profundezas do seu próprio ser... Alcançando o equilíbrio e a visão mais completa de todas as coisas, o herói pode ajudar o rei a identificar o seu mal e a curá-lo.

Sob esse aspecto, a busca do Graal consiste na incansável luta pela evolução espiritual, na procura do ser humano pela unidade com o divino. E o primeiro passo está relacionado com o trabalho contínuo do homem a fim de “vencer os obstáculos internos”... Um processo de autoconhecimento e desenvolvimento, percebendo-se nas características de personalidade e nas mensagens que o corpo físico transmite, utilizando-o como instrumento de evolução.

A verdadeira cura, tanto na lenda como na vida cotidiana, decorre basicamente da capacidade de observar “o que sempre esteve presente” e no potencial de “ver-se como realmente se é”...

Isso é reforçado ao se constatar que, nas estórias, o templo do Graal é descrito como tendo paredes de vidro: espelhos que refletem a verdadeira essência daquele que busca, significando a necessidade de que ele “reconheça a si mesmo”.

Para os budistas, o próprio organismo humano é um grandioso templo em que se oculta “algo precioso”, que precisa ser reencontrado, potenciais latentes que anseiam por se manifestarem. Para os esoteristas, o homem pode ser considerado um recipiente “vazio” até que seja preenchido pela luz da centelha Divina existente em seu interior...

Assim, a busca do Graal não é simplesmente a procura de um objeto, mas o caminho para a conscientização de um princípio espiritual... A busca da verdadeira sabedoria... O equilíbrio da mente com o físico... A unidade que integra todos os elementos do ser... Uma viagem interior em direção a si mesmo...

Marcia Etelli Coelho
Enviado por Marcia Etelli Coelho em 25/11/2009
Código do texto: T1942946
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