SAÚDE E A DOUTRINA CRISTÃ DO AMOR
A doutrina cristã consiste basicamente na mensagem de fraternidade universal, de igualdade entre os homens e de perdão às ofensas. Embora a lei de Moisés declarasse “Não matarás”, todo o Antigo Testamento está repleto de violência e a lei do talião (“olho por olho, dente por dente”), imperava.
Com a vinda de Jesus, o Cristo, revelou-se um novo mandamento: “Que vos ameis uns aos outros”. O Mestre valorizava, assim, o Amor verdadeiro, incondicional e irrestrito, através do qual é possível “fazer milagres”.
No âmbito da saúde, o Amor é um instrumento fundamental para se alcançar a cura. Ele é o caminho que possibilita fundir, aceitar, irradiar, integrar e unificar os opostos. Abrir-se para permitir a integração do “eu” com o “outro”.
A capacidade de amar inicia-se pelo desenvolvimento da auto-estima, associando o respeito por si mesmo e o direito de cada um ser feliz, de suprir suas necessidades e de defender seus interesses. Com a auto-estima, o indivíduo tende a se cuidar mais, melhorando os hábitos que interferem na qualidade de vida (alimentação, sono, higiene, atividade física, beleza). Isso auxilia na auto-aceitação, encarando todas as suas características de personalidade como sendo parte de si, com compreensão e, até mesmo, perdão (tônicas importantes na mensagem cristã).
Amar também a sua criança interior (“Venham a mim as criancinhas”) perdoando-a pelo que ela ainda não sabe ou não pode enfrentar... Quando se aceita que a porção infantil dentro de si está aprendendo a sobreviver e que ainda tem muitas falhas, o eu-adulto deixa de ser um adversário para o eu-criança. E a vida pode ser vivenciada com mais confiança, harmonizando os relacionamentos com os outros e consigo próprio.
O Amor salva, transmuta, cura...
Se o ser humano conseguir infundir a luz do Amor para todo o seu interior, aceitando-se por tudo que ele é, certamente desaparecerão o medo, a culpa e a insegurança.
Considerando que as emoções influenciam o estado de saúde física, um sintoma pode revelar uma característica psicológica a ser trabalhada – característica que já existia há tempos, mas não era compreendida. Esse sintoma pode simplesmente ser combatido pela Medicina tradicional. Ao reprimi-lo, porém, pode-se até adiar o problema, mas não solucioná-lo.
Se, por outro lado, houver a percepção que a doença existe para “libertar” o indivíduo, que ela tem um sentido para existir, é possível utilizá-la como uma alavanca para o desenvolvimento humano.
Assim, quando a pessoa se depara com um aspecto “negativo” de sua personalidade, mas consegue aceitá-lo, torna-se mais fácil analisar o motivo dele surgir e equilibrá-lo com o pólo oposto, a fim de encontrar a unidade.
Aprender a amar o sintoma torna-se útil, pois ele é o indicativo daquilo que está faltando, daquilo que é preciso transformar para se alcançar a perfeição.
A cura, enfim, consiste em admitir as características que tenta rejeitar, enfrentar as áreas que lhe causam medo, infundir nelas o poder do Amor para, finalmente, integrá-las no próprio ser... Cada um causa a própria doença... E é capaz também de realizar o “milagre” da cura...
TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO “CORPO – ESPELHO D ´ALMA”
(MENSAGENS SIMBÓLICAS DAS DOENÇAS E A BUSCA DA HARMONIA INTERIOR)
DRA MÁRCIA ETELLI COELHO
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