Uma simples análise seria capaz de mudar o ponto de vista da autora do artigo, se antes de fazer seus comentários, se colocasse em lugar daquela mãe e revisse em seus registros de memória, SE por um momento não fora também vítima de uma quebra de rotina, um esquecimento que poderia ter se transformado numa tragédia.
Este lamentáve episódia, para mim, comprovova o condicionamento mental que se apoderou de nós, todos nós seres humanos, diante das rotinas automatizas a que ficamos condicionados; como um computador que processa passo a passo a execução de um sistema e numa mínima alteração de sua rotina, faz desabar toda uma estrutura a que chamam de sistema de informações encadeadas, onde um informação desencadeia a outra.
Uma pessoa metódica em sua rotina, seria a mais sujeita a uma tragédia desta natureza. Você por certo já se viu na situação de "ter certeza" que fez, o que na verdade não fez e aí deixou a portão aberto prá o ladrão entrar; deixou queimar o feijão ou arroz queimar com você na cozinha... Por vezes um estalo, pode a tempo salvar a panela de feijão, ou o leite não derramou ao ferver, mas não foi o caso daquela coitada mãe, que assumindo outra rotina, sem antes concluir a costumeira rotina de deixar as crianças na escola e na creche. Entrou no local de trabalho e assim envolveu-se com o corre-corre de todo o dia; tinha em seu coração a certeza da segurança dos filhos em sua rotina diária e... que cena triste e dura vê a realidade! O filhinho morto dentro do carro... isso nunca mais passará em sua mente.
Não foi um fato isolado, já tivemos outros e outros casos, tristes como esse, mas o que seria pior que "Esquecer o filho dentro de um carro" exposto ao sol, vidros fechados; é jogar um filho no lixo, no vazo, quando até mesmo para este absurdo, a medicina explica os casos de depressão após parto, que pode ocorrer de varias formas, rejeição do filho, do marido e entre tantas consequencias, inclusive tentar contra a vida de seu rebento.
A história é repleta de casos, que depois de julgada as razões, acabamos lamentando a tragédia, embora não a aceitando, mas compreendendo as razões em que ela de seu.
Moisés foi lançado num rio, num certo, mas o cesto poderia ter alguma frisura e Moisés morrer afogado, o cerco de Jerusalém, houve casos de canibalismo, de mães que comeram seus próprios filhinhos, na Guerra dos Judeus. Esquecer o filho no carro é melhor do que lembrar dele para comê-lo!
Você também seria capaz de ser autor, involuntário de uma tragédia e por isso deve ter muito cuidado quando por força de qualquer razão, modificar sua rotina, principalmente quando se fizer acompanhado do seu filho, seu neto, seu cão ou gato de estimação.
Era uma menina de 5 meses que morreu após ficar trancada 5 horas dentro do carro, sob calor de mais de 30 graus, o bebê teve queimaduras em várias partes do corpo e morreu vítima de uma parada cardiorrespiratória após chegar ao hospital. À mãe Vilma, gerente financeira de 44 anos, nossa solidariedade, embora sabemos que seja um breve conforto a solidariedade de amigos, parentes até mesmo estranho, como eu; que o Senhor Jesus lhe dê forças e resignação, para suportar as lembranças desta dura tragédia que marcou seus dias.
Tenho uma filhinha especial, vitima de meningite aos 4 meses, hoje com 25 anos, cadeirante; não fala, nem tem raciocínio lógico, mas demonstra uma alegria indescritível, quando sai para passear de carro ou em sua cadeira e sempre que saio com ela, ouço mil recomendações de sua mãe: - Cuidado! não a deixe sozinha do carro! (foto)
Concluindo, cada caso é um caso, esta é a verdade, porém o julgamento por parte dos que não conhecem a cena e as circunstâncias de uma tragédia, sempre cometera injustiça para com os envolvidos na mesma.
Há casos absurdos, inaceitáveis e injustificáveis como a tragédia que ceifou a vida da pequena Izabela Nardoni, onde pai e madrasta no mesmo cenário; um deixa que o outro, não se sabe quem, jogue o corpo, talvez ainda vivo, da pequenina por uma janela do apartamento do 6o. andar e recentemente a enfermeira que envenenava os recém-nascidos, para livras-se da choradeira em coro, aplicando por sua conta e risco, tranquilizantes. São fatos contra os quais não se tem argumentos que favoreça os réus.
Cuidem-se, estejam atentos, quando por qualquer motivo quebrar sua rotina de vida.