Escrever é Terapêutico

Escrever é terapêutico

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As palavras de Carlos Drummond de Andrade não são estas, mas o pensamento sim: “Não me considero um escritor. Sou apenas uma pessoa que escreve. Que começou a fazê-lo para cuidar das necessidades da alma. Como uma psicoterapia sem divã. Mesmo porque nesse tempo não havia psicanalista em Minas”.

“Sou suspeito para falar sobre isso, pois sou jornalista desde os 19 anos – e psicólogo clínico desde os 44. Afirma-se que se busca a profissão de psicólogo para resolver problemas emocionais. Na verdade, busca-se qualquer profissão para resolver, principalmente, problemas emocionais – o que pode levar à conclusão, não de todo falsa, de que quem busca mais profissões, talvez tenha mais problemas emocionais…

O fato é que conheço de perto as vantagens terapêuticas do ato de escrever. Sobretudo quando escrevemos para nós mesmos. Você está deprimido, confuso. E escreve: ‘Estou confuso’. Ótimo. Tomou consciência da confusão. Até esse momento, você apenas sofria a confusão, mas ainda não a tinha definido. Ao escrever sobre sentimentos nós os pensamos, ficamos mais em contato com eles. Podemos aceitá-los. Percebê-los melhor, eventualmente associá-los a suas causas, os significados interiores de que eles resultam. Elaborá-los. Às vezes eles se diluem, dando espaço a sentimentos mais profundos, que os primeiros apenas disfarçavam. Uma tristeza inicial dá lugar a uma raiva – ou, surpreendentemente, a uma alegria.”

O texto acima, é de Ruy Fernando Barboza, que além de um grande amigo e incentivador, é psicólogo clínico e colunista da revista Cláudia (“Relações Delicadas”). Dirigiu em São Paulo o Centro Oncológico de Recuperação e Apoio (Cora) e a Sociedade Brasileira de Análise Bioenergética. É jornalista profissional (chefiou as redações de Playboy e Nova, foi editor de Veja e Realidade e editor-chefe e apresentador de telejornais na TV Globo e na Abrilvídeo). Como músico e humorista, integra o grupo Conjunto Nacional, ao lado dos irmãos Paulo e Chico Caruso e de Luís Fernando Veríssimo. Em 2002, foi vítima de uma bala perdida de fuzil no Rio de Janeiro, fez oito cirurgias (no fêmur, na musculatura da coxa, no nervo ciático e na uretra), mas sobreviveu e leva vida praticamente normal, numa praia de Florianópolis, Santa Catarina.

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É sempre bom lembrar que nossa alma se alimenta da esperança de que as coisas podem mudar para melhor. Para sermos otimistas não é necessário inventar nada, basta lembrar de tudo de ruim que já nos aconteceu e de como as situações terríveis porque passamos foram resolvidas, superadas, ou simplesmente acabaram. Depois da tempestade sempre vem o bom tempo; se apostar nisto, você ganhará sempre. Já foi dito, com ironia, por alguém: "99% dos problemas que tive na vida não aconteceram".

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Pra todos nós que praticamos a escrita como terapia!!!

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