O BOM BOCADO...
Lembro-me de quando era criança; estávamos, eu e uma outra menina, pequena como eu, não teria mais que oito anos, na vila aprazível onde morávamos no Rio de Janeiro. Aquela menina, desde o momento em que a família se mudara para a vizinhança, se fizera célebre justamente pelo contrário daquilo pelo que, enquanto criança, eu era reconhecida: adorava uma briga! Beligerante para além do tido como normal nas habituais rixas entre infantes de uma mesma idade, a garota primava por puxar confusão por qualquer motivo, do mais banal ao - da ótica dela - mais justificável!
Evidentemente havia um contexto familiar por detrás. A aludida família não primava muito pela educação. O contexto de suas vidas, cujas minúcias não vêm aqui ao caso senão alusivamente, era tumultuado, e, portanto, fazendo parte de uma longa escadinha da qual era ela uma dos mais novos, o alvo da tal menina era eu. Pelas mesmas razões mencionadas acima.
Como dito, então, estávamos momentaneamente sozinhas num lugar da vila, próximo de onde ficava a minha casa; quando, por um pretexto fútil qualquer (eu achara uma insignificância no chão e mostrara a ela, que a tomara de um ímpeto, propositalmente. E eu dissera que aquilo não me importava, não queria de volta), e não mais que por aquela razão leviana, a garota, literalmente, achou de me espancar, diante do grupo assombrado das demais crianças que presenciavam o acontecido.
Evoco essas reminiscências com um propósito bem definido. A de propor reflexões acerca de um tipo de mentalidade que desde aquela época até aos dias de hoje prevalece, não somente nos círculos infantis ou juvenis (ah, meus caros, naquele tempo já existia, sim, o hoje alardeado bullying! Só que, sem os tidos como rebuscados raciocínios psicanalíticos dos nossos tempos! E - pra valer! - nos virávamos como podíamos para conviver com isto, e, mais que tudo, continuar vivendo!); mas também nas rodas pretensamente amadurecidas dos adultos!
Como naquele tempo eu fora um tipo de criança que, sem ter em casa intimidade com episódios de agressividade ou de malícia ou maldade premeditada, só gostava, e de fato, de brincar com os amiguinhos, como me cabia naquela pouca idade de conjunto com o ir bem na escola e ser uma boa filha - prossegui pela minha vida afora aprendendo e confirmando, e embora pagando por isso o preço nem sempre fácil, que o melhor mesmo é ao menos se tentar conviver harmoniosamente com o meu vizinho: seja este um vizinho de porta, um estranho, um colega de trabalho, um familiar, um cônjuge ou um filho...
...com a espiritualidade ao meu redor; com eventuais visitantes intra ou extra dimensionais... Ad infinitum, no vasto contexto de Vida que nos envolve e acolhe, para frente e para trás, assim como neste mesmo momento, o único que de fato existe!
Mas, com o decorrer dos anos, durante o aprendizado, vim observando: assim como naquele episódio recuado das minhas primeiras recordações desta presente jornada terrestre, constato que o ser humano, num número incômodo no que a isto se refere, permanece padecendo do mesmo mal que tão precocemente vitimizada a personalidade ainda nem formada daquela criança. Há, portanto, para todo lado, e embora em dados momentos preconizando a favor da concórdia e da harmonia para com o semelhante e a Vida como um todo, quem na prática se mostre de uma beligerança surpreendente - e, a exemplo daquela rixa boba havida entre crianças, a pretexto dos motivos mais contraditórios, pueris, injustificáveis!
Vejo, portanto, pessoas em situações várias sutilizando fraquezas íntimas com as cores das grandes razões e causas. Vejo gente se arvorando altruístas aqui, para ali denunciarem fragorosamente suas deficiências, na hora dos embates por conta de objetivos tacanhos e mesquinhos visando o ganho próprio. Vejo gente visando salvar o próximo da perdição, metidos, eles mesmos, na maior cegueira espiritual possível! Vejo gente que tenta forjar nas palavras a realeza pretendida para si, e que se evidenciaria, tão somente, através das atitudes mais simples! Vejo gente batendo boca, se espancando, matando e se aviltando ao preço do latão de um vintém! Vejo muitos, pois, que, tanto quanto eu ou qualquer mortal em trajetória eterna por sobre este globo que sedia o estágio humano na materialidade, requisita urgentemente a si mesmo mais silêncio e menos barulho por coisas fúteis; mais exercício de auto controle e reflexão do que verborragia em torno de teorias questionáveis; mais humildade, mais simplicidade em pensamentos, anseios e atitudes, em lugar dos embates desgastantes nos universos mutáveis quanto incertos da palavra, da ação, da influenciação nas vidas e na privacidade do próximo...
Gente precisada de mais continência, solenidade e veneração diante do fenômeno inigualável da Vida, manifesta em si quanto no seu semelhante, na planta como nos céus e no animal!
Toda esta digressão, caros, para compartilhar com amigos e leitores de boa vontade que a esta altura venho aprendendo a ser seletiva. Na verdadeira acepção do termo. E também, no que tange a este breve discurso mais especificamente, na área da minha atuação como escritora. Opto, por causas bem fundamentadas, pelo bom bocado. Pelo que se reveste de significação real, mais válida, autêntica. Por tudo e todos que compartilhem da visão de que um mero pedaço de toco encontrado em meio aos paralelepípedos de uma rua, como naqueles tempos longínquos, não valerá nunca as emoções densas, nefastas, da discórdia, da agressividade, da discussão vazia, com quem quer que seja!
Venho obtendo as mais gratas bênçãos por intermédio das convicções adquiridas através da jornada espírita empreendida tanto quanto possível, neste meu atual estágio de imperfeição; na tarefa literária, nos meios espiritualistas, através de contatos valiosos, no cotidiano familiar ou social. Venho confirmando que a nossa modificação interna para estados benéficos e pacificados é o que se requer em primeiro lugar para a alteração satisfatória de eventuais cenários externos indesejáveis. Venho constatando a eficácia comovedora da prece, do contato telepático com inteligências de dimensões do além físico, nos momentos em que adquiro, invariavelmente, respostas e ensinamentos absolutamente a tempo do que meus questionamentos, vacilações de ânimo, limitações de entendimento requisitam!
Simples assim!
É o manter-se humilde perante a grandiosidade da Existência, cujos recursos nos atendem a partir de uma feição indescritivelmente amorosa, e de muito além do que ainda podemos compreender. Saber que não obstante o fato de alguém recusar irascivelmente um comentário nosso, algo que seja, e ainda que oferecido de boa fé e intenção, não se justificará nunca de nossa parte um revide agressivo, cruel, desumano!
É por esta razão que opto pela fonte da linfa fresca, que nos satisfaz prontamente nos momentos mais luminosos quanto também nos das nossas maiores vicissitudes; e que abro mão também de prosseguir me expondo desnecessariamente, abordando questões intrincadas como a ufologia, cheia de aspectos controversos, na qual se embatem, ainda inutilmente, estes mesmos seres humanos em graves dificuldades, primeiramente, consigo mesmos, antes do merecimento de enfim coexistir pacificamente com as demais civilizações do Universo!
Lembro-me de quando era criança; estávamos, eu e uma outra menina, pequena como eu, não teria mais que oito anos, na vila aprazível onde morávamos no Rio de Janeiro. Aquela menina, desde o momento em que a família se mudara para a vizinhança, se fizera célebre justamente pelo contrário daquilo pelo que, enquanto criança, eu era reconhecida: adorava uma briga! Beligerante para além do tido como normal nas habituais rixas entre infantes de uma mesma idade, a garota primava por puxar confusão por qualquer motivo, do mais banal ao - da ótica dela - mais justificável!
Evidentemente havia um contexto familiar por detrás. A aludida família não primava muito pela educação. O contexto de suas vidas, cujas minúcias não vêm aqui ao caso senão alusivamente, era tumultuado, e, portanto, fazendo parte de uma longa escadinha da qual era ela uma dos mais novos, o alvo da tal menina era eu. Pelas mesmas razões mencionadas acima.
Como dito, então, estávamos momentaneamente sozinhas num lugar da vila, próximo de onde ficava a minha casa; quando, por um pretexto fútil qualquer (eu achara uma insignificância no chão e mostrara a ela, que a tomara de um ímpeto, propositalmente. E eu dissera que aquilo não me importava, não queria de volta), e não mais que por aquela razão leviana, a garota, literalmente, achou de me espancar, diante do grupo assombrado das demais crianças que presenciavam o acontecido.
Evoco essas reminiscências com um propósito bem definido. A de propor reflexões acerca de um tipo de mentalidade que desde aquela época até aos dias de hoje prevalece, não somente nos círculos infantis ou juvenis (ah, meus caros, naquele tempo já existia, sim, o hoje alardeado bullying! Só que, sem os tidos como rebuscados raciocínios psicanalíticos dos nossos tempos! E - pra valer! - nos virávamos como podíamos para conviver com isto, e, mais que tudo, continuar vivendo!); mas também nas rodas pretensamente amadurecidas dos adultos!
Como naquele tempo eu fora um tipo de criança que, sem ter em casa intimidade com episódios de agressividade ou de malícia ou maldade premeditada, só gostava, e de fato, de brincar com os amiguinhos, como me cabia naquela pouca idade de conjunto com o ir bem na escola e ser uma boa filha - prossegui pela minha vida afora aprendendo e confirmando, e embora pagando por isso o preço nem sempre fácil, que o melhor mesmo é ao menos se tentar conviver harmoniosamente com o meu vizinho: seja este um vizinho de porta, um estranho, um colega de trabalho, um familiar, um cônjuge ou um filho...
...com a espiritualidade ao meu redor; com eventuais visitantes intra ou extra dimensionais... Ad infinitum, no vasto contexto de Vida que nos envolve e acolhe, para frente e para trás, assim como neste mesmo momento, o único que de fato existe!
Mas, com o decorrer dos anos, durante o aprendizado, vim observando: assim como naquele episódio recuado das minhas primeiras recordações desta presente jornada terrestre, constato que o ser humano, num número incômodo no que a isto se refere, permanece padecendo do mesmo mal que tão precocemente vitimizada a personalidade ainda nem formada daquela criança. Há, portanto, para todo lado, e embora em dados momentos preconizando a favor da concórdia e da harmonia para com o semelhante e a Vida como um todo, quem na prática se mostre de uma beligerança surpreendente - e, a exemplo daquela rixa boba havida entre crianças, a pretexto dos motivos mais contraditórios, pueris, injustificáveis!
Vejo, portanto, pessoas em situações várias sutilizando fraquezas íntimas com as cores das grandes razões e causas. Vejo gente se arvorando altruístas aqui, para ali denunciarem fragorosamente suas deficiências, na hora dos embates por conta de objetivos tacanhos e mesquinhos visando o ganho próprio. Vejo gente visando salvar o próximo da perdição, metidos, eles mesmos, na maior cegueira espiritual possível! Vejo gente que tenta forjar nas palavras a realeza pretendida para si, e que se evidenciaria, tão somente, através das atitudes mais simples! Vejo gente batendo boca, se espancando, matando e se aviltando ao preço do latão de um vintém! Vejo muitos, pois, que, tanto quanto eu ou qualquer mortal em trajetória eterna por sobre este globo que sedia o estágio humano na materialidade, requisita urgentemente a si mesmo mais silêncio e menos barulho por coisas fúteis; mais exercício de auto controle e reflexão do que verborragia em torno de teorias questionáveis; mais humildade, mais simplicidade em pensamentos, anseios e atitudes, em lugar dos embates desgastantes nos universos mutáveis quanto incertos da palavra, da ação, da influenciação nas vidas e na privacidade do próximo...
Gente precisada de mais continência, solenidade e veneração diante do fenômeno inigualável da Vida, manifesta em si quanto no seu semelhante, na planta como nos céus e no animal!
Toda esta digressão, caros, para compartilhar com amigos e leitores de boa vontade que a esta altura venho aprendendo a ser seletiva. Na verdadeira acepção do termo. E também, no que tange a este breve discurso mais especificamente, na área da minha atuação como escritora. Opto, por causas bem fundamentadas, pelo bom bocado. Pelo que se reveste de significação real, mais válida, autêntica. Por tudo e todos que compartilhem da visão de que um mero pedaço de toco encontrado em meio aos paralelepípedos de uma rua, como naqueles tempos longínquos, não valerá nunca as emoções densas, nefastas, da discórdia, da agressividade, da discussão vazia, com quem quer que seja!
Venho obtendo as mais gratas bênçãos por intermédio das convicções adquiridas através da jornada espírita empreendida tanto quanto possível, neste meu atual estágio de imperfeição; na tarefa literária, nos meios espiritualistas, através de contatos valiosos, no cotidiano familiar ou social. Venho confirmando que a nossa modificação interna para estados benéficos e pacificados é o que se requer em primeiro lugar para a alteração satisfatória de eventuais cenários externos indesejáveis. Venho constatando a eficácia comovedora da prece, do contato telepático com inteligências de dimensões do além físico, nos momentos em que adquiro, invariavelmente, respostas e ensinamentos absolutamente a tempo do que meus questionamentos, vacilações de ânimo, limitações de entendimento requisitam!
Simples assim!
É o manter-se humilde perante a grandiosidade da Existência, cujos recursos nos atendem a partir de uma feição indescritivelmente amorosa, e de muito além do que ainda podemos compreender. Saber que não obstante o fato de alguém recusar irascivelmente um comentário nosso, algo que seja, e ainda que oferecido de boa fé e intenção, não se justificará nunca de nossa parte um revide agressivo, cruel, desumano!
É por esta razão que opto pela fonte da linfa fresca, que nos satisfaz prontamente nos momentos mais luminosos quanto também nos das nossas maiores vicissitudes; e que abro mão também de prosseguir me expondo desnecessariamente, abordando questões intrincadas como a ufologia, cheia de aspectos controversos, na qual se embatem, ainda inutilmente, estes mesmos seres humanos em graves dificuldades, primeiramente, consigo mesmos, antes do merecimento de enfim coexistir pacificamente com as demais civilizações do Universo!