CORPO ESPELHO D ALMA

CORPO ESPELHO D ´ALMA

A filosofia oriental considera que o ser humano pode encontrar a felicidade quando não opõe resistência à natureza e quando se permite seguir o fluxo dos acontecimentos com fé e receptividade.

Aceitar as coisas como são, é o primeiro passo para o indivíduo alcançar a paz e, assim, poder melhorar qualquer situação. Se ele ignora a realidade (“como as coisas são”) apega-se frequentemente às fantasias (“como as coisas poderiam ser”). Com isso, deixa de aproveitar as experiências reais, dificultando o autoconhecimento que é um fator importantíssimo para se conquistar a harmonia interior.

A aceitação, no caso, não consiste numa acomodação ou desistência de se tentar mudar algo. Se existe uma característica não favorável, por exemplo, não adianta negá-la. É impossível alterar uma coisa em que se insiste em negar a sua existência. A única possibilidade é aceitar essa característica como parte de si ou da situação. E, sem dramatizar, buscar condições para adaptar-se a ela ou transformá-la.

Da mesma forma, para vencer o sofrimento (quer físico ou emocional), não adianta ig-norá-lo ou dele fugir. O primeiro passo é aceitá-lo e depois, buscar medidas para transcendê-lo.

É clássico o exemplo do nadador experiente. Ele não se debate nem fica a nadar contra a correnteza, pois seu desgaste seria cada vez maior, provocando a exaustão e comprometendo a sua segurança. Pelo contrário, ele mantém o controle de si mesmo, mas deixa-se levar pela cor-rente até o ponto oportuno para desvencilhar-se de sua força e atingir seu objetivo.

A filosofia de Mahatma Gandhi ensina que a “não reação” é o melhor caminho para se vencer. Não insistir em esforços ineficazes, mas aproveitar a energia do adversário a seu favor e perceber o momento exato para utilizar os recursos disponíveis.

Na natureza, os arbustos flexíveis permitem-se curvar à ventania, mas não se deixam quebrar. Assim também, numa crise psíquica, por exemplo, é inútil lutar diretamente e obstina-damente contra os sintomas apresentados (angústia, depressão, ansiedade, pânico). Até mesmo uma dor física pode aumentar se o indivíduo se contrair, pois, se a ela for oferecida resistência, sua força será intensificada.

Cada doença tem uma razão para existir. Num plano físico, por exemplo, ela pode exigir um repouso ou uma dieta, sendo imperativo algumas mudanças do hábito de vida. Se o homem, mesmo assim, não aceitar e não colaborar com essa necessidade interior, estará desperdiçando a oportunidade de experiência que essa doença oferece e a recuperação será mais tardia.

Num plano mais sutil, os sintomas podem ser uma forma de expressar conflitos emo-cionais na medida que certos desajustes psicológicos podem se projetar no corpo. Assim, o re-pouso geralmente imposto pelas doenças é útil para a normalização funcional do organismo; mas também propicia um tempo maior para o indivíduo se dedicar a si mesmo, reduzindo o ritmo de suas atividades ou até mesmo permitindo que ele se afaste de uma situação indesejável ou perigosa.

Cada órgão apresenta características funcionais específicas que, por analogia, associam-se com determinados aspectos psíquicos. Assim, patologias frequentes em um mesmo sistema orgânico podem ser reflexos da dificuldade em certas áreas da personalidade.

Enquanto não houver uma transformação interna, uma possível cura será meramente i-lusória e superficial. Pode até ocorrer a remissão dos sintomas, porém de forma transitória, re-tornando assim que o organismo se encontrar novamente susceptível.

Conhecer a si mesmo é fundamental para a manutenção da saúde que propicia fazer do corpo um caminho (e não um obstáculo) para cada indivíduo evoluir e ser feliz.

TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO “CORPO – ESPELHO D ´ALMA”

(MENSAGENS SIMBÓLICAS DAS DOENÇAS E A BUSCA DA HARMONIA INTERIOR) - Editora Mentes Raras

Marcia Etelli Coelho
Enviado por Marcia Etelli Coelho em 18/11/2009
Código do texto: T1930130
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