TRIBUTO A ZUMBI
A origem da escravidão humana perde-se no tempo e se acha ainda oculta pela poeira dos séculos que envolvem a própria história do homem sobre a terra. A luz do saber humano ainda não se projetou sobre o primeiro escravo se branco, negro, africano ou asiático.
Admite-se, todavia, que surgiu a escravidão do homem com as primeiras lutas e teve origem no direito da força, que foi corporificando e se espalhando entre os homens isolados. As famílias, as tribos e por fim as Nações e aos Estados organizados.
O escravo era considerado como produto de venda ou troca. No rosto mostra o sofrimento de dores e desgraça. Foram criadas várias leis que tinham disposições excepcionais, que permitiam que os escravos sofressem torturas para fazer declarações. As marcas à ferro quente, as mutilações em alguma parte do corpo e a pena de morte, estavam contidas no livro V das Ordenações Portuguesas e ampliadas constantemente pelas Cartas Régias expedidas pela corte para atender a cada caso, seja no engenho ou nas minas. Em 1850 existia medo pelo grande número de negros (3 500 000 para 1 500 000 de brancos).
Vinte de Novembro é o dia Nacional da Consciência Negra. A data não foi escolhida ao acaso e sim, como homenagem à Zumbi, líder máximo do Quilombo dos Palmares e símbolo da Resistência Negra, assassinado em 20 de novembro de 1695.
O Quilombo dos Palmares foi fundado no ano de 1597, por cerca de 40 escravos foragidos de um engenho situado em terras pernambucanas. Instalado na Serra da Barriga em Alagoas, durou 60 anos. Em pouco tempo a organização dos fundadores fez com que o quilombo, se tornasse uma verdadeira cidade. Os negros que escapavam da lida e dos ferros, não pensavam duas vezes: o destino era o tal quilombo cheio de palmeiras.
Com a chegada de mais e mais pessoas, inclusive índios e brancos foragidos formaram-se os mocambos, que funcionavam como vilas. O Mocambo do Macaco, localizado na Serra da Barriga, era a Sede Administrativa do povo quilombola.
Um negro chamado Ganga Zumba, foi o primeiro rei do Quilombo dos Palmares. Alguns autores levantam a possibilidade de que Zumbi não tenha sido o verdadeiro herói de Palmares e sim Ganga Zumba.
Alguns anos após a sua fundação, o Quilombo dos Palmares foi invadido por uma expedição bandeirante. Muitos habitantes, inclusive crianças, foram degolados. Um recém-nascido foi levado pelos invasores e entregue como presente a Antonio Melo, um padre da vila em Recife.
O menino foi batizado pelo padre com o nome de Francisco, foi criado e educado pelo religioso, que lhe ensinou a ler e a escrever, além de dar-lhe noções de latim e o iniciar no estudo da Bíblia. Aos 12 anos o menino era coroinha. Entretanto, a população local não aprovava a atitude do pároco, que criava o negrinho como filho e não como servo.
Embora sentisse muito carinho pelo padre, Francisco não aceitava ser tratado de forma diferente em virtude de sua cor e sofria muito vendo os outros negros irmãos de raça sendo humilhados e mortos nos engenhos e praças públicas. Por isto, quando completou 15 anos, o franzino Francisco fugiu e foi em busca de sua origem no Quilombo dos Palmares.
Caminhou cerca de 140 quilômetros. O garoto chegou à Serra da Barriga e como era costume nos quilombos, ganhou uma família e um novo nome. Deixara de ser Francisco para passar a ser ZUMBI. Logo superou seus irmãos em inteligência e coragem. Aos 17 anos tornou-se General de Armas do quilombo, uma espécie de Ministro da Guerra nos dias de hoje.
Por volta de 1678, o Governador da Capitania de Pernambuco faz um acordo com Ganga Zumba. Foi oferecida liberdade a todos os escravos fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa. A proposta foi aceita, mas Zumbi rejeita a proposta e desafia a autoridade de Ganga Zumba. Com a morte de Ganga Zumba por envenenamento possivelmente por ordem de Zumbi, este passa a ser o novo líder do Quilombo.
Seu governo foi caracterizado pelo despotismo: “Se algum negro fugia dos Palmares eram enviados negros no seu encalço e se capturado, era executado pela severa justiça do Quilombo”.
Zumbi levou a luta pela liberdade até o final de seus dias. Com o extermínio do Quilombo dos Palmares pela expedição de Domingos Jorge Velho em 1694, Zumbi fugiu junto com outros sobreviventes do massacre para a Serra de Dois Irmãos, então terra de Pernambuco.
No entanto em 20 de novembro de 1695, Zumbi foi traído por um de seus principais auxiliares, Antônio Soares, que trocou sua liberdade pela revelação do esconderijo. Zumbi foi capturado e torturado por Jorge Velho que matou Zumbi e levou sua cabeça até a Praça do Carmo, na cidade de Recife, onde ficou exposta por anos seguidos até sua completa decomposição.
“Deus da Guerra”, “Fantasma Imortal” ou “Morto Vivo”. Seja qual for a tradução correta do nome Zumbi, o seu significado para a História do Brasil e para o Movimento Negro é praticamente unânime: ZUMBI DOS PALMARES é a maior referência negra na luta contra o escravismo.
A origem da escravidão humana perde-se no tempo e se acha ainda oculta pela poeira dos séculos que envolvem a própria história do homem sobre a terra. A luz do saber humano ainda não se projetou sobre o primeiro escravo se branco, negro, africano ou asiático.
Admite-se, todavia, que surgiu a escravidão do homem com as primeiras lutas e teve origem no direito da força, que foi corporificando e se espalhando entre os homens isolados. As famílias, as tribos e por fim as Nações e aos Estados organizados.
O escravo era considerado como produto de venda ou troca. No rosto mostra o sofrimento de dores e desgraça. Foram criadas várias leis que tinham disposições excepcionais, que permitiam que os escravos sofressem torturas para fazer declarações. As marcas à ferro quente, as mutilações em alguma parte do corpo e a pena de morte, estavam contidas no livro V das Ordenações Portuguesas e ampliadas constantemente pelas Cartas Régias expedidas pela corte para atender a cada caso, seja no engenho ou nas minas. Em 1850 existia medo pelo grande número de negros (3 500 000 para 1 500 000 de brancos).
Vinte de Novembro é o dia Nacional da Consciência Negra. A data não foi escolhida ao acaso e sim, como homenagem à Zumbi, líder máximo do Quilombo dos Palmares e símbolo da Resistência Negra, assassinado em 20 de novembro de 1695.
O Quilombo dos Palmares foi fundado no ano de 1597, por cerca de 40 escravos foragidos de um engenho situado em terras pernambucanas. Instalado na Serra da Barriga em Alagoas, durou 60 anos. Em pouco tempo a organização dos fundadores fez com que o quilombo, se tornasse uma verdadeira cidade. Os negros que escapavam da lida e dos ferros, não pensavam duas vezes: o destino era o tal quilombo cheio de palmeiras.
Com a chegada de mais e mais pessoas, inclusive índios e brancos foragidos formaram-se os mocambos, que funcionavam como vilas. O Mocambo do Macaco, localizado na Serra da Barriga, era a Sede Administrativa do povo quilombola.
Um negro chamado Ganga Zumba, foi o primeiro rei do Quilombo dos Palmares. Alguns autores levantam a possibilidade de que Zumbi não tenha sido o verdadeiro herói de Palmares e sim Ganga Zumba.
Alguns anos após a sua fundação, o Quilombo dos Palmares foi invadido por uma expedição bandeirante. Muitos habitantes, inclusive crianças, foram degolados. Um recém-nascido foi levado pelos invasores e entregue como presente a Antonio Melo, um padre da vila em Recife.
O menino foi batizado pelo padre com o nome de Francisco, foi criado e educado pelo religioso, que lhe ensinou a ler e a escrever, além de dar-lhe noções de latim e o iniciar no estudo da Bíblia. Aos 12 anos o menino era coroinha. Entretanto, a população local não aprovava a atitude do pároco, que criava o negrinho como filho e não como servo.
Embora sentisse muito carinho pelo padre, Francisco não aceitava ser tratado de forma diferente em virtude de sua cor e sofria muito vendo os outros negros irmãos de raça sendo humilhados e mortos nos engenhos e praças públicas. Por isto, quando completou 15 anos, o franzino Francisco fugiu e foi em busca de sua origem no Quilombo dos Palmares.
Caminhou cerca de 140 quilômetros. O garoto chegou à Serra da Barriga e como era costume nos quilombos, ganhou uma família e um novo nome. Deixara de ser Francisco para passar a ser ZUMBI. Logo superou seus irmãos em inteligência e coragem. Aos 17 anos tornou-se General de Armas do quilombo, uma espécie de Ministro da Guerra nos dias de hoje.
Por volta de 1678, o Governador da Capitania de Pernambuco faz um acordo com Ganga Zumba. Foi oferecida liberdade a todos os escravos fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa. A proposta foi aceita, mas Zumbi rejeita a proposta e desafia a autoridade de Ganga Zumba. Com a morte de Ganga Zumba por envenenamento possivelmente por ordem de Zumbi, este passa a ser o novo líder do Quilombo.
Seu governo foi caracterizado pelo despotismo: “Se algum negro fugia dos Palmares eram enviados negros no seu encalço e se capturado, era executado pela severa justiça do Quilombo”.
Zumbi levou a luta pela liberdade até o final de seus dias. Com o extermínio do Quilombo dos Palmares pela expedição de Domingos Jorge Velho em 1694, Zumbi fugiu junto com outros sobreviventes do massacre para a Serra de Dois Irmãos, então terra de Pernambuco.
No entanto em 20 de novembro de 1695, Zumbi foi traído por um de seus principais auxiliares, Antônio Soares, que trocou sua liberdade pela revelação do esconderijo. Zumbi foi capturado e torturado por Jorge Velho que matou Zumbi e levou sua cabeça até a Praça do Carmo, na cidade de Recife, onde ficou exposta por anos seguidos até sua completa decomposição.
“Deus da Guerra”, “Fantasma Imortal” ou “Morto Vivo”. Seja qual for a tradução correta do nome Zumbi, o seu significado para a História do Brasil e para o Movimento Negro é praticamente unânime: ZUMBI DOS PALMARES é a maior referência negra na luta contra o escravismo.