VIDA E OBRA DE TIRADENTES
As páginas da História de nossa Pátria estão repletas de figuras de varonis brasileiros que alicerçaram e conseguiram, a mercê de sofrimentos, e à custa de suas próprias vidas, a nossa tão almejada Independência.
Não deixemos, portanto, que os seus feitos caiam no esquecimento neste dia de civismo – 21 de abril, rendamos nossa sincera homenagem ao corajoso brasileiro, Joaquim José da Silva Xavier – O Tiradentes.
Há pessoas no mundo, que são predestinadas ao sofrimento. Tiradentes foi um exemplo delas. Muito cedo, aos nove anos de idade perdeu sua mãe. Restava-lhe o pai, que também faleceu dois anos depois. Ficou irremediavelmente só.
Ainda muito jovem, teve que enfrentar a vida cotidiana, sem ter quem o amparasse. Precisou então procurar um meio de sustento. O mercado mais comum de trabalho era a extração de minério e havia sempre vagas.
Tentou trabalhar com os mineiros. Não tendo muita sorte neste ramo, começou a vender mercadorias de vila em vila, de cidade em cidade. Viajou por toda a capitania Natal, percorreu as imensas terras da Bahia e chegou até à capital – Salvador.
Nessas andanças, de casa em casa, podia sentir e ouvir de perto todas as queixas e amarguras das pessoas escravizadas, ao jugo dos ambiciosos colonizadores.
Essas queixas do povo causaram-lhe grande impressão, e ao fazer-se homem era um revolucionário autêntico. Seu maior desejo era ver o Brasil sem senhores, senhor absoluto do seu território, das suas riquezas, com suas próprias leis governadas por brasileiros, com instalação de escolas e indústrias. Queria um Brasil livre de barreiras, rico e justo, com igualdade e fraternidade entre seu povo, sem fazer distinção de raça ou de condição social.
A luta na sua vida era uma constante. Não tinha meios de realizar os seus sonhos, seus ideais, com o pequeno lucro que conseguia juntar como vendedor ambulante, o que, mal dava para sua sobrevivência. Teria que fazer algo pela sua vida. Mudar para outro ramo de atividade. Encontrou em suas longas viagens, alguém que o ensinou a profissão dentista prático e exercitou-se bastante. Logo ficou muito conhecido, e apelidado de “O Tiradentes”.
Havia em Vila Rica, o Regimento dos Dragões da Capitania (cavalaria paga), e Tiradentes na esperança de melhor sorte, alistou-se. Procurou ser um soldado modelar, cumpridor de seus deveres. Mas, não progrediu muito na carreira militar, conseguindo o posto de alferes (antigo posto da hierarquia militar, situada entre Sargento e Sub-Tenente).
Lá no quartel, presenciando as injustiças do dia a dia, o clamor da Liberdade cresceu e o envolveu, completamente.
O Alferes chegou ao Rio de Janeiro em agosto de 1788, em missão especial enviado pelo Regimento dos Dragões. Sabendo que havia chegado recente da Europa, José Álvares Maciel, formado em Filosofia e História Natural, em Coimbra (era costume de muitos brasileiros de posses, mandar seus filhos estudar na Europa). Resolveu procura-lo, sob o pretexto de conversar sobre obras hidráulicas, assunto que dominava razoavelmente. José Álvares Maciel era filho do Capitão-mor de Vila Rica, cheio de idéias liberais. Conversaram sobre a Europa, e Tiradentes entusiasmou-se quando lhe disse, que, “pelas nações estrangeiras por onde tinha andado, ouvira falar com admiração de não terem (os brasileiros) seguido o exemplo da América Inglesa”. Após este encontro tiveram outros encontros em casa de Maciel, sendo neles discutidos vários assuntos e a possibilidade de um levante, que desse ao Brasil a sua independência. Daí, não se pode afirmar de quem partiu a idéia de independência.
De volta à Vila Rica, Tiradentes iniciou sua propaganda em favor da independência, a qual repercutiu pelos arredores da cidade, sendo bem aceita pelo povo, tendo em vista que não estavam satisfeitos com a “derrama”, impostos cobrados pela Coroa em ouro e outras séries de sufrágios contra o povo. Aderiram ao movimento, o padre Carlos Correia de Toledo e Melo, Luiz Vieira da Silva (cônego de Mariana), o padre José da Silva e Oliveira Rollim, Tomás Antonio Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Domingos Vidal Barbosa. Depois de muitos esforços, Tiradentes conseguiu persuadir o Tenente Coronel Francisco de Paula Freire, comandante do Regimento dos Dragões de Vila Rica aderir ao movimento e tomar a iniciativa do mesmo. Este movimento iniciaria em minas e a sua bandeira teria a seguinte legenda: “Libertas quae será tamem”. Tiradentes sugerira como símbolo um triângulo, que representaria a Santíssima Trindade.
Infelizmente a notícia do levante chegou aos ouvidos do Coronel Joaquim Silvério dos Reis, que veio imediatamente ao Rio de Janeiro denunciá-lo ao vice-Rei, Don Luiz de Vasconcellos e Souza.Tiradentes encontrava-se no Rio de Janeiro, por esta razão, ao perceber que estava sendo seguido, tentou fugir, mas foi preso a 10 de maio de 1789.
Às vésperas de completar três anos na prisão, tempo este decorrido com longos processos e julgamento dos participantes do movimento.
Na manhã de 20 de abril de 1792, abriu com estrondo as portas da prisão, e o escrivão iniciou a leitura da acusação:
“Horroroso crime de rebelião e alta traição de que se constitui chefe e cabeça na Capitania de Minas”, a sentença: “A pena de morte, extensiva a todos havia sido comutada. Um só entre eles pagaria pelo crime de todos”.
O mais nobre de todos, por sorte, o mais corajoso também, ouviu calado sua sentença, permanecendo impassível.
Dia 21 de abril de 1792, os tambores ruflaram e o corpo do mártir da nossa Independência balançava –se suspenso numa trave armada, na praça da Lampadosa, hoje Praça Tiradentes, tendo o sol por testemunha de tão nobre sacrifício.
O martírio de Tiradentes representou na História do Brasil o farol da Liberdade!
(Pesquisa Escolar – 2º Grau - Data: 20 de abril de 1977)
Autora: Iraí Verdan
As páginas da História de nossa Pátria estão repletas de figuras de varonis brasileiros que alicerçaram e conseguiram, a mercê de sofrimentos, e à custa de suas próprias vidas, a nossa tão almejada Independência.
Não deixemos, portanto, que os seus feitos caiam no esquecimento neste dia de civismo – 21 de abril, rendamos nossa sincera homenagem ao corajoso brasileiro, Joaquim José da Silva Xavier – O Tiradentes.
Há pessoas no mundo, que são predestinadas ao sofrimento. Tiradentes foi um exemplo delas. Muito cedo, aos nove anos de idade perdeu sua mãe. Restava-lhe o pai, que também faleceu dois anos depois. Ficou irremediavelmente só.
Ainda muito jovem, teve que enfrentar a vida cotidiana, sem ter quem o amparasse. Precisou então procurar um meio de sustento. O mercado mais comum de trabalho era a extração de minério e havia sempre vagas.
Tentou trabalhar com os mineiros. Não tendo muita sorte neste ramo, começou a vender mercadorias de vila em vila, de cidade em cidade. Viajou por toda a capitania Natal, percorreu as imensas terras da Bahia e chegou até à capital – Salvador.
Nessas andanças, de casa em casa, podia sentir e ouvir de perto todas as queixas e amarguras das pessoas escravizadas, ao jugo dos ambiciosos colonizadores.
Essas queixas do povo causaram-lhe grande impressão, e ao fazer-se homem era um revolucionário autêntico. Seu maior desejo era ver o Brasil sem senhores, senhor absoluto do seu território, das suas riquezas, com suas próprias leis governadas por brasileiros, com instalação de escolas e indústrias. Queria um Brasil livre de barreiras, rico e justo, com igualdade e fraternidade entre seu povo, sem fazer distinção de raça ou de condição social.
A luta na sua vida era uma constante. Não tinha meios de realizar os seus sonhos, seus ideais, com o pequeno lucro que conseguia juntar como vendedor ambulante, o que, mal dava para sua sobrevivência. Teria que fazer algo pela sua vida. Mudar para outro ramo de atividade. Encontrou em suas longas viagens, alguém que o ensinou a profissão dentista prático e exercitou-se bastante. Logo ficou muito conhecido, e apelidado de “O Tiradentes”.
Havia em Vila Rica, o Regimento dos Dragões da Capitania (cavalaria paga), e Tiradentes na esperança de melhor sorte, alistou-se. Procurou ser um soldado modelar, cumpridor de seus deveres. Mas, não progrediu muito na carreira militar, conseguindo o posto de alferes (antigo posto da hierarquia militar, situada entre Sargento e Sub-Tenente).
Lá no quartel, presenciando as injustiças do dia a dia, o clamor da Liberdade cresceu e o envolveu, completamente.
O Alferes chegou ao Rio de Janeiro em agosto de 1788, em missão especial enviado pelo Regimento dos Dragões. Sabendo que havia chegado recente da Europa, José Álvares Maciel, formado em Filosofia e História Natural, em Coimbra (era costume de muitos brasileiros de posses, mandar seus filhos estudar na Europa). Resolveu procura-lo, sob o pretexto de conversar sobre obras hidráulicas, assunto que dominava razoavelmente. José Álvares Maciel era filho do Capitão-mor de Vila Rica, cheio de idéias liberais. Conversaram sobre a Europa, e Tiradentes entusiasmou-se quando lhe disse, que, “pelas nações estrangeiras por onde tinha andado, ouvira falar com admiração de não terem (os brasileiros) seguido o exemplo da América Inglesa”. Após este encontro tiveram outros encontros em casa de Maciel, sendo neles discutidos vários assuntos e a possibilidade de um levante, que desse ao Brasil a sua independência. Daí, não se pode afirmar de quem partiu a idéia de independência.
De volta à Vila Rica, Tiradentes iniciou sua propaganda em favor da independência, a qual repercutiu pelos arredores da cidade, sendo bem aceita pelo povo, tendo em vista que não estavam satisfeitos com a “derrama”, impostos cobrados pela Coroa em ouro e outras séries de sufrágios contra o povo. Aderiram ao movimento, o padre Carlos Correia de Toledo e Melo, Luiz Vieira da Silva (cônego de Mariana), o padre José da Silva e Oliveira Rollim, Tomás Antonio Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Domingos Vidal Barbosa. Depois de muitos esforços, Tiradentes conseguiu persuadir o Tenente Coronel Francisco de Paula Freire, comandante do Regimento dos Dragões de Vila Rica aderir ao movimento e tomar a iniciativa do mesmo. Este movimento iniciaria em minas e a sua bandeira teria a seguinte legenda: “Libertas quae será tamem”. Tiradentes sugerira como símbolo um triângulo, que representaria a Santíssima Trindade.
Infelizmente a notícia do levante chegou aos ouvidos do Coronel Joaquim Silvério dos Reis, que veio imediatamente ao Rio de Janeiro denunciá-lo ao vice-Rei, Don Luiz de Vasconcellos e Souza.Tiradentes encontrava-se no Rio de Janeiro, por esta razão, ao perceber que estava sendo seguido, tentou fugir, mas foi preso a 10 de maio de 1789.
Às vésperas de completar três anos na prisão, tempo este decorrido com longos processos e julgamento dos participantes do movimento.
Na manhã de 20 de abril de 1792, abriu com estrondo as portas da prisão, e o escrivão iniciou a leitura da acusação:
“Horroroso crime de rebelião e alta traição de que se constitui chefe e cabeça na Capitania de Minas”, a sentença: “A pena de morte, extensiva a todos havia sido comutada. Um só entre eles pagaria pelo crime de todos”.
O mais nobre de todos, por sorte, o mais corajoso também, ouviu calado sua sentença, permanecendo impassível.
Dia 21 de abril de 1792, os tambores ruflaram e o corpo do mártir da nossa Independência balançava –se suspenso numa trave armada, na praça da Lampadosa, hoje Praça Tiradentes, tendo o sol por testemunha de tão nobre sacrifício.
O martírio de Tiradentes representou na História do Brasil o farol da Liberdade!
(Pesquisa Escolar – 2º Grau - Data: 20 de abril de 1977)
Autora: Iraí Verdan