APAGÃO HUMANO

APAGÃO HUMANO

Estão gastando "vela boa com defunto ruim", no caso do “apagão”. Longe de nós defendermos o que ocorreu, mas perto de nós a compreensão de que isto ocorre em todos os países do mundo. O que não podemos é permitir que isto vire rotina, ou que tenhamos iminente perigo de racionamento como no período do FHC. A oposição fica deitando e rolando com o aval da imprensa, como que ignorando que a população não é besta. Nós, que somos a excelência das criaturas na face da terra, quebramos, adoecemos, morremos, imaginem o que vem de nós e pra nos? Evidente que ninguém deseja o que aconteceu, nem mesmo os governantes sejam eles de situação ou oposição, é o que acreditamos.

Sabemos que se soltarmos uma "bomba" em Brasília só se perde a bomba, tamanha é a falta de compromisso de grande maioria de parlamentares (pralamentares) lá locupletados nas tetas do poder. O poder é mesmo fascinante, só pode ser! Esse fascínio nos indigna ainda mais quando a gente vê a grande maioria dos pralamentares apontando os erros que no passado eles tiveram oportunidade de fazer certo e não fizeram. É o conhecido fenômeno do "rabo preso" e isto ficou claro no caso das contratações sem publicação no Senado Federal.

Agora os holofotes se voltam para o "apagão" e a "Vênus Platinada" (Globo) deita e rola em matérias mais requentadas do que café na casa de pobre. Esses holofotes têm endereço certo: a candidatura da Ministra Dilma a presidência da República. Dito diferente, o Presidente Lula. Fazer o que? Temos um presidente analfabeto, como dizem, mas que tirou o país do estado de inércia. Sucedeu Lula, ao intelectual FHC que tudo daria pra ver o nosso país na miséria provocada pelo então "sapo barbudo" a quem todos atribuíam o incêndio do Brasil se o mesmo fosse eleito. E eleito foi. E reeleito foi. E não será de novo, porque não podemos, constitucionalmente, ter "trieleição". Registro que tenho restrições ao governo que aí está, mas reconheço que os mais necessitados, os abaixo da linha da pobreza saíram dela. Temos hoje inclusão social em setores até então sagrados, "imexíveis" como as nossas Universidades que, em sua grande maioria eram excludentes para as classes menos favorecidas. `

Penso que quem contribuiu para que o "apagão social" diminuísse, dificilmente planejaria esse da energia, como querem atribuir. Ainda bem que já existem pesquisas que apontam que esse fato não teve interferência significativa na imagem do nosso Presidente. Talvez isto seja mesmo o fenômeno da maturidade do nosso povo que está dando sinais de vigor, mesmo sabendo que há muito chão a percorrer neste sentido.

Às vezes fico "matutando" com meus "botões, linhas, agulhas" e tudo mais: como deve ser duro, humilhante, degradante, para grande parte da nossa chamada elite política, especialmente o lorde FHC, ver sentado na cadeira da mais alta autoridade do país, o analfabeto presidente Lula.

Não bastando ser analfabeto, torneiro mecânico. Não bastando ser torneiro mecânico, retirante da seca. Não bastando ser retirante da seca, nordestino. Não bastando ser, na época do "degredo", nordestino de Caetés, distrito de Garanhuns, no agreste meridional de Pernambuco.

Parece mesmo que as pessoas nascem para o que são. Não sei se o trajeto de Lula estava escrito nas estrelas. Ou se fica melhor entender que Deus escreve certo por linhas tortas. Em todas as situações a mão divina se configura como lição. Lição no sentido de que "muitos são os chamados, poucos os escolhidos". Lição de que a Universidade, a Faculdade, etc., são importantes, mas sem o sentimento do mundo, respeito ao próximo, ideal cidadão, compromisso com o outro, pouco vale ser doutor. Neste sentido, o nosso presidente também foi incisivo: investiu como poucos na criação de novos cursos técnicos, universidades e faculdades. Logo ele, como dizem, analfabeto.

Fazer o que?

Exigir que os problemas geradores do apagão das luzes sejam efetivamente identificados e corrigidos. Concomitante, rezar para que o apagão humano seja urgentemente recuperado, principalmente dessa classe política que, não raro, ganha votos em cima da miséria, da fome, da doença, do abandono da grande maioria de brasileiros... Isto, pra mim, é o maior dos apagões, pois mata por dentro os indefesos, aqueles para quem a vida parece ser sempre madrasta.