CANGAÇO
CANGAÇO
“Inimigos fortes, astutos, sem coração nos observam do alto e observam todos os nossos erros. Conhecem-nos a cada um de nós em nossa força e nossa debilidade e estão prontos para nos golpear onde falhamos: a divisão, o ódio, a sede do poder, a vaidade, o egoísmo, o egocentrismo, a cobiça, a tristeza, a dor, o medo, a ignorância, a arrogância, a preguiça, a indecisão, o risco”. Conscientes a todo instante de tais inimigos, construiremos uma mente atenta e forte. Nós queremos e será: Nós somos o teu corpo novo, somos o filho em teu ventre e tu nos parirás; está próximo o momento. Reunamo-nos com firme vontade e tornemo-nos, conscientemente, as células novas deste corpo novo: Nós o queremos e será. É sempre de bom alvitre que antes de começarmos qualquer assunto façamos algo em que esteja presente a espiritualidade. Se os homens de hoje implantam-se com fé a espiritualidade divina a situação seria bem melhor. Diminuiríamos a violência, e o amor aumentaria com certeza e teríamos um mundo melhor e mais humano. O título da matéria é cangaço. De onde teria surgido essa palavra e qual o seu significado? Cangaço é a atividade ou o modo de vida dos cangaceiros: Maria Bonita foi à primeira mulher a entrar para o cangaço (a acompanhar os cangaceiros, adotar seu modo de vida). O conjunto dos cangaceiros e suas atividades, considerados como fenômeno histórico-social: pesquisa sobre a história do cangaço.
Conjunto de móveis e utensílios pobres e velhos, bem como o conjunto das armas de cangaceiro(s) ou de bandido(s). Bagaço de uvas depois da pisa para fazer vinho e também o conjunto de pendúnculo e espata secos, caídos de uma palmeira. O cangaço foi praticante um estilo de vida adotado por um grupo de homens que atingiu seu apogeu no final do século 19 até os meados de 30 do século posterior, esse grupo recebeu o nome de cangaceiros. Existia o cangaceiro romântico e o rei do cangaço. Antonio Silvino, mais conhecido como “o rifle de ouro”, Sinhô Pereira o chefe de Lampião, era o mais famoso de todos: “o rei do cangaço”. Os cangaceiros eram temidos no sertão nordestino, pois suas ações envolviam assaltos, roubos, sequestros, assassinatos e pelos seus pensamentos estavam cometendo justiça, pois eram perseguidos pelas volantes policiais. José Brilhante, mais conhecido como cangaceiro romântico, nasceu na cidade de Patu, no estado do Rio Grande do Norte. Era conhecido como “Robin Hood”, pois roubava dos ricos para distribuir com os pobres. Protegia as donzelas ultrajadas, fazia casamentos de filhos de poderosos que abusavam das filhas dos sertanejos, pensando que não seriam punidos ou obrigados a casar. A vida do cangaceiro romântico era cheia de nuanças foi morto pela polícia enterrado no local, depois um amigo seu exumou seu esqueleto levando a caveira para Mossoró e depois para o Rio de Janeiro.
Seu amigo era o médico Francisco Pinheiro de Almeida Castro. Os seus restos mortais tomaram destino ignorado. Na vida dos cangaceiros surgiram muitos inimigos e um deles era o sertanejo de nome Vicente Moreira, valente, destemido, cheio de fibra, era cunhado de Zé Saturnino, o primeiro inimigo de Lampião. Ele e lampião fizeram um pacto de não desavenças entre os dois. Outra figura no tempo dos cangaceiros era o senhor Luiz de Cazuza, na FAZENDA São Miguel em Serra Talhada Pernambuco. Lampião muito cansado foi pedir ajuda a Luiz de Cazuza que lhes deu muitas rapaduras para matar a fome, bem como uma quantia em dinheiro. Depois que conseguiu seu intento Lampião e seus cangaceiros partiu para o interior da Bahia. Volta Seca em toda sua vida só conheceu um que poderia chamar de covarde, era o cangaceiro “Baliza”, irmão de outro cangaceiro chamado “Ferrugem” também conhecido como o “Terrível”. Muitos cangaceiros ficaram conhecidos e passaram para a história entre eles o - Jararaca. Dois cangaceiros perderam a vida em confronto com a Polícia, um deles Colchete e o outro o tal Jararaca. Numa dessas viagens pelo sertão nordestino o bando parou em uma casa e pediu comida. A dona da casa mandou matar algumas galinhas e foi servido o almoço. Um dos cangaceiros reclamou dizendo que a galinha estava sem sal, esta atitude irritou Lampião e fez com que o reclamante comesse sobre a mira de uma arma a galinha com todo sal que tinha na casa.
Existe muita história sobre a vida de lampião, uma é a data do seu nascimento e também sobre sua morte. Dizem que foi em Vila Bela atual Serra Talhada em Pernambuco, no sitio Passagem das Pedras. Alguns historiadores dizem que ele nasceu no ano 1900, mas o escritor afirma ter sido em 12 de fevereiro de 1900. Ezequiel Ferreira era exímio atirador, seu apelido Ponto Fino, irmão de Lampião foi o último a entrar no cangaço, no dia em que seu irmão morreu Lampião chorou. Depois de vários anos da morte de Lampião e Maria bonita, apareceu no Ceará na região do Cariri um homem dizendo-se filho do casal de cangaceiros. João ferreira da Silva- identidade 1565107-88 com data de expedição de 13/07/88, filho de Virgulino Ferreira da Silva e Maria Déa. Outros cangaceiros ficaram conhecidos como o Corisco, o diabo loiro, Luis Pedro o mais fiel, Sabiá, entre outros. Também a presença feminina fazia o écran do cangaço. Maria bonita morreu junto a Lampião em Angicos e também as cangaceiras Lidia, Enedina, Maria de Pancada, Adília, Dadá (Sérgia Ribeiro de Souza), Sila entre outras. O Estado do Ceará era conhecido como o paraíso dos cangaceiros. Zé Baiano, Labareda eram outros companheiros de Lampião. O desfecho: A morte de Virgulino no dia 27 de julho de 1938, o bando acampou na fazenda Angicos, situada no sertão de Sergipe, esconderijo tido por Lampião como o de maior segurança. (Ângelo Osmiro Barreto).
Era noite, chovia muito e todos dormiam em suas barracas. A volante chegou tão de mansinho que nem os cães pressentiram. Por volta das 05h15min do dia 28, os cangaceiros levantaram para rezar o oficio e se prepararem para tomar café, foi quando um cangaceiro deu o alarme, já era tarde demais. Não se sabe ao certo quem os traiu. Entretanto, naquele lugar mais seguro, segundo a opinião de Virgulino, o bando foi pego totalmente desprevenido. Quando os policiais do Tenente João Bezerra e do Sargento Aniceto Rodrigues da Silva, abriram fogo com metralhadoras portáteis, os cangaceiros não puderam empreender qualquer tentativa viável de defesa. O ataque durou uns vinte minutos e poucos conseguiram escapar ao cerco e à morte. Dos trinta e quatro cangaceiros presentes, onze morreram ali mesmo. Lampião foi um dos primeiros a morrer. Logo em seguida, Maria Bonita foi gravemente ferida. Alguns cangaceiros, transtornados pela morte inesperada do seu líder, conseguiram escapar.
Bastante eufóricos com a vitória, os policiais saquearam e mutilaram os mortos. Roubaram todo o dinheiro, o ouro, e as joias. A força volante, de maneira bastante desumana para os dias de hoje, mas seguindo o costume da época, decepa a cabeça de Lampião. Maria Bonita ainda estava viva, apesar de bastante ferida, quando sua cabeça foi degolada. O mesmo ocorreu com Quinta-Feira, Mergulhão (os dois tiveram suas cabeças arrancadas em vida), Luis Pedro, Elétrico, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete (2) e Macela. Um dos policiais, demonstrando ódio a Lampião, desfere um golpe de coronha de fuzil na sua cabeça, deformando-a. Este detalhe contribuiu para difundir a lenda de que Lampião não havia sido morto, e escapara da emboscada, tal foi à modificação causada na fisionomia do cangaceiro. Tem muitos detalhes sobre a vida de lampião, mas vamos ficando por cá, pois a vida agitada de Lampião daria para virar uma enciclopédia.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI-DA ALOMERCE E DA AOUVIR/CE