HIPOCRISIA EXPULSA ESTUDANTE / Vitória, revogada expulsão!!!

A “universidade” paulista que expulsou a estudante por “não andar bem vestida” acaba de cometer a maior burrice, quiçá de sua história passada, presente e futura.

O caso já vazou pelas bordas do eco mundial e vem dando na imprensa de vários Estados que se rotulam de “países do Primeiro Mundo”, tais a gravidade e cafonice do deplorável e quadrado gesto da tresloucada reitoria da espelunca universitária.

Esse antro que pretensamente se arroga de formar jovens para a vida deu, na mosca, uma cabal e integral demonstração de incompetência e intolerância administrativas. Por que não houve controle no acesso ao recinto das aulas? Uma advertência e umas férias compulsórias de uma semana estariam de bom tamanho.

A aluna de Jornalismo que foi hostilizada, xingada, humilhada, agredida física e verbalmente por uma massinha pequeno-burguesa de selvagens que compõe o quadro discente da tal “universidade” não merecia expulsão nenhuma. A massinha agressora, sim, esta deveria ter que pegar o beco, de pé nas nádegas, largando os cascos do meio supostamente civilizado.

Exclusão da seara acadêmica nacional quem verdadeiramente está a merecer, agora, perante fato tão inusitado, é própria instituição que consegue pôr a perder-se uma massinha pequeno-burguesa de selvagens que não tem o mínino de discernimento de civilizados nem tampouco vocação para o convívio social. A polícia que foi chamada para retirar e proteger a menina agredida teria feito bem, democraticamente, era se tivesse distribuído alguns cassetetes nos lombos dos indigentes de alma que desrespeitaram a colega.

Na certa, meninotes mimados e mal-educados que compõem, a grosso e no atacado, uma gama de desajustes e frustrações familiares, haja vista a rotineira safadagem nos estádios, danceterias e demais locais públicos. Claro que existem as honrosas exceções, ainda as há, às dúzias, entre um milhar de jovens. A generalização seria cometer indelicadeza injustificável, um disparate de pessoa linguaruda.

Em síntese, no que concerne à “universidade” em foco, trata-se de uma instituição amorfa, lassa e libertina em se tratando de transmitir ensinamentos éticos e morais a seus pupilos. Justiça seja feita: pupilos que aprenderam muito bem a arte dos maus modos.

Piedade, Senhor, por uma “universidade” portadora de disciplina zero que consegue facilitar e transmitir comportamento coletivo tão esdrúxulo a toda uma geração de meninotes moleques e mimados, totalmente desprovidos de espírito humanístico e com a mais mínima indulgência.

Não vou citar nomes, aqui, e nem me interessa a localização geográfica da tal “universidade”, para que não esteja eu a promover ainda mais o que não presta.

Interessa que a tal “universidade”, a bem da justiça brasileira, reintegre urgentemente a moça que foi expulsa. Mas que, logo em seguida, passe por uma investigação austera e minuciosa pelo crivo dos órgãos superiores adequados, como Ministério da Educação e Conselho Federal de Educação. E será que este ainda existe?

O próprio Congresso Nacional, que, através da Câmara e do Senado, possui inoperantes “comissões de Educação”, tem a obrigação urgentíssima de entrar nessa rumorosa pendenga. E a UNE também. Em que sofá palaciano, hoje, abanca-se a palaciana UNE? Quem te viu, quem te vê!

Urge que se saiba em quantas léguas de inutilidade anda a tal “universidade” que, ao que parece, só forma moleques, meninotes arautos do falso moralismo, refletindo igualmente o falso moralismo da dita “universidade” à qual eles pertencem.

Ora, macacos me engulam com essa medida draconiana de expulsar uma estudante que se vestiu de modo ousado, até mesmo inconveniente, vá lá! Isto num país em que, no Carnaval e fora deste, mulheres famosas e não ficam inteiramente peladas, servindo suas imagens de vinhetas para atrair “gringos” do mundo inteiro. Pergunta que não se cala: é justo um procedimento punitivo assim, esdrúxulo, careta e anacrônico?

Não tenho dúvida alguma de que a punição da garota Geisy Arruda, loira de 20 anos, olhos verdes, por vestir-se mal no local escolar, só se deu por ser ela mocinha pobre, de classe média baixa, e filha de um metalúrgico. Em assim sendo, a hipocrisia da caneta da tal “universidade” falou mais alto e expulsou a estudante de Jornalismo.

Fort., 9/11/2009.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 09/11/2009
Reeditado em 10/11/2009
Código do texto: T1913537
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