Etnocentrismo Saiba mais
Etnocentrismo
O “outro” e sua cultura, da qual falamos na nossa sociedade, são apenas uma representação, uma imagem distorcida que é manipulada como bem entendemos. Aqueles que são diferentes do grupo do eu – os diversos “outros” deste mundo – por NÂO PODEREM DIZER ALGO DE SI MESMOS, acabam representados pela ótica etnocêntrica e segundo as dinâmicas ideológicas de determinados momentos.
• Etnocentrismo é como determinado grupo intitulado “eu” vê o resto do mundo a partir de si próprio, ou seja, colocando-se a cima de tudo.
• O Etnocentrismo é um fato que engloba vários elementos. Por exemplo, intelectuais e racionais assim como emocionais e afetivos. Isso é difundido por dois planos base o sentimento e o pensamento.
• O etnocentrismo está impregnado em todas as sociedades, talvez um fato humano de mais unanimidade. Ele não é um problema exclusivo de uma época ou sociedade.
• A nossa constante curiosidade com relação ao outro muitas vezes no leva a conclusões distorcidas, pois afinal não se escuta o lado do outro.
• O outro que nos parece tão estranho também sobrevive a sua maneira, aí que discerne a gravidade.
• A constatação das diferenças é o que promove o choque imediato do etnocentrismo. “a diferença é ameaçadora porque fere nossa própria identidade”
• O grupo do “outro” a partir do “eu” sendo a única visão possível fica como sendo engraçado, absurdo, anormal ou ininteligível. A sociedade do “eu” é sempre a melhor, a superior. “São qualquer coisa menos humanos, pois, estes somos nós”
• O “outro” é o “aquém” ou o “além”, nunca igual ao “eu”.
• Na nossa sociedade o etnocentrismo revestiu-se de um caráter ativista e colonizador com os mais diferentes empreendimentos de conquista e destruição de outros povos.
• * Na história com o choque de culturas e a troca de presentes ocorreu o que se chama etnocentrismo “cordial”, pois ambos os personagens tiveram atitudes concretas sem maiores conseqüências. No caso os objetos que na cultura do “outro” desempenhavam papeis totalmente técnicos se tornaram objetos de estética, decorativos, ornamentais. Ou seja cada um “traduziu” nos termos de sua própria cultura o significado dos objetos cujo o sentido original foi forjado na cultura do “outro”
• Hermann Von Lhering dizia que os índios eram um impencilio para o desenvolvimento de determinada região, mostrando uma face mais agressiva do etnocentrismo. A apreensão do “outro”.
• A figura do louco, por exemplo, é manipulada por uma série de representações que oscilam entre estes dois pólos, sendo denegrida ou exaltada, ao sabor das intenções que se tenha.
• Nos livros didáticos que acabam ocupando um lugar de supostos donos da verdade, se fixam imagens extremamente etnocêntricas. Como livros que colocam índios como sendo “indolente” e “preguiçosos” como aplicar tais adjetivos a um povo que se recusasse a trabalhar como escravo etc.
• O outro é alguém a quem não se permite dizer de si mesmo, mera imagem sem voz, manipulada de acordo com desejos ideológicos.
• Os diversos meios de propagação da cultura muitas vezes estão repletos de resquícios etnocêntricos. E todos os “outros” com os quais temos familiaridade são uma espécie de “saber” baseado em formulações ideológicas. Que no fundo transforma a diferença num juízo de valor perigoso.
• A relativização contrapõe o etnocentrismo porque quando compreendemos o ”outro” nos seus próprios valores não nos nossos estamos relativizando. “Ver que a verdade está mais no olhar que naquilo que é olhado”. Ver a diferença na sua dimensão de riqueza por ser diferença é relativizar.
* Esta história a que se refere pode ser encontrado no texto "Pensando em partir" de Guimarães Rocha
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