A TRAJETÓRIA DO MINISTRO TÓFFOLI SE PARECE MUITO COM A MINHA
A TRAJETÓRIA DO MINISTRO TÓFFOLI SE PARECE MUITO COM A MINHA DEVIDO ÀS CRÍTICAS MAIS ABSURDAS PARA EVITAR SUA NOMEAÇÃO
Desde que a celeuma em torno do nome Toffoli para ocupar a vaga de Ministro do Supremo Tribunal Federal na vaga do falecido, Doutor Direito, venho observando como nossas trajetórias, desse ponto em diante se assemelham, guardadas as devidas proporções, logicamente, até porque sou juíza de carreira, ou seja, entrei na magistratura através de concurso público, enquanto as nomeações para o cargo de Ministro são de livre escolha do Presidente da República, conforme dispõe a Constituição Federal.
A magistratura, em quase sua totalidade se revoltou e claro, longe dele (pelas costas), seus ouvidos, qualquer amigo ou conhecido e de qualquer órgão midiático (como sói acontecer quando o medo fala mais alto, porém a arrogância de muitos colegas de toga precisa ser extravasada). Li, ouvi, estarrecida comentários dos mais absurdos, despidos de qualquer fundamentação lógica serem explanados, onde se percebia a inveja e o recalque, embutidos na "fala" dos meus colegas da magistratura, onde, mesmo sem conhecer e, até então, sequer visto uma fotografia do Toffoli me senti no dever de defendê-lo, não porque sou boazinha, protetora dos fracos e oprimidos, que o fiz, mas, justamente por ter, de uma forma ou outra passado por problemas semelhantes.
Quando estava para ser nomeada juíza militar, aprovada e, devidamente nomeada, mediante concurso público de provas e títulos, isso nos idos de 1993, tudo que o criticaram e mais um pouco foi dito (pelas minhas costas, repito, obviamente). E, é claro que a finalidade do que faziam contra mim era a de que dessem um "jeitinho" disso não acontecer (ser empossada) por ser mulher, divorciada e civil, pois, naquele tempo até mesmo os juízes que se diziam civis eram provenientes da polícia militar, aonde chegaram até a inventar fatos criminosos, imputados a meu marido, à época, por ser oficial do policiamento fardado. Tudo isso com a finalidade de, como disse, dessa minha nomeação não acontecer.
Como o Tóffoli assisti, li, ouvi verdadeiros disparates como sua idade tenra (oras, para mim essa tal de tenra idade vai até os cinco anos e, pelo que consta o hoje Ministro possui mais de 40), ser petista, advogado do Presidente, inexperiente e outras coisinhas mais, tudo com o único objetivo de descaracterizá-lo para a função. E eu pensava: ah! Como muitos aqui falam, falam e falam por pura vontade de estar no seu lugar e não ter tido a oportunidade...
Numa dessas ocasiões tomei a defesa dele, a ponto de muitos pensarem que fosse sua amiga (a cabeça dos homens, em sentido amplo, é muito pequena, logo pensam algo distorcido da realidade para, mais uma vez, tentar destruir a tese contrária).
Disse, em alto e bom som que o critério de escolha, previsto na Constituição Federal, independente do Quinto Constitucional, também estava embasado, legalmente, sendo a competência do Presidente da República para a nomeação, e contentes ou não, o Tóffoli seria nomeado e, dali em diante queria ver como todos se portariam ou, como sempre, calariam a boca, sendo os primeiros a desculpem-me o termo, puxarem o saco do Ministro.
Não deu outra. O Presidente assinou, Toffoli foi nomeado, todos ficaram silentes, exatamente, como aconteceu comigo quando vi aqueles opositores mais ferrenhos serem os primeiros a virem dar tapinhas nas minhas costas, sorrirem, serem gentis quando sabia o que e quando haviam criticado minha nomeação com os argumentos mais esdrúxulos, mais absurdos e muitas vezes mentirosos.
Ontem aconteceu a primeira decisão dele, baseada na reforma de uma sentença relacionada a furto de cosméticos e, lá se foi, novamente, o Tóffoli para a "boca do sapo" onde os semi-deuses da toga teceram todos os comentários negativos, sarcásticos contra àquele voto...As minhas sentenças fossem qual fosse o resultado, também, sempre aqueles de sempre e outros não menos invejosos, mesquinhos, arrogantes, davam um jeitinho de criticar, assim como até a roupa que eu estava usando, mas havia a necessidade mórbida de rebaixar a juíza Roseane. O que nunca conseguiram, pelo menos, manchar a minha competência judicante. Depois, como todos sabem, deram um jeito criminoso de m e aposentar por insanidade para inocentar um coronel que acabara de condená-lo à pena de sete (7) anos de reclusão.
Ministro Tóffoli, sei que talvez nunca leia esse meu artigo ou sei lá o que é isso, porque vou escrevendo o que me vêm à cabeça, não confiro (até porque sempre digo que não estou concorrendo à Academia Brasileira de Letras ou à maior jurista do Ano), mas segue uma previsão lógica como a matemática, porque, como disse, sua trajetória se inicia semelhante a minha.
Siga em frente, aja de acordo com a Lei e sua Consciência e só!
Seja a decisão que der, o voto que proferir receberá críticas das mais vorazes, inclusive, eivada de ironias, porque, a realidade é uma só...quem o faz, com toda a certeza, gostaria de estar em seu lugar, ocupando a cadeira no STF.
Boa sorte e que Deus o ajude a suportar essas raposas que esperam qualquer fala, ato, escrita para tentar tirar-lhe o equilíbrio. Não desanime, pois só de ter sido nomeado por um Presidente da República para ocupar um dos mais altos cargos do País já é motivo de orgulho e honra que vai dar-lhe forças para enfrentar todos os desafios e "armadilhas" que surgirão em seu caminhar pela magistratura, da mesma forma que enfrentei, hoje lutando para obter a tão esperada Justiça para anular um laudo médico mentiroso, "armado", falacioso, tramado por muitos que, assim como acontece com você queriam meu lugar ou por incomodar demais por ter a coragem de proferir decisões independentes, sem interferências externas.
Não esmoreça, siga sempre em frente!
São Paulo, 28 de outubro de 2009
Roseane (Zane),
http://roseanepinheiro.blogspot.com/