A incoerência dos pedágios no RS
A INCOERÊNCIA DOS PEDÁGIOS NO RS
No fim de outubro o pedágio da free-way (BR 290), Porto Alegre - Osório foi majorado com um plus inflacionário sem que nenhuma obra ou melhoria tenha sido agregada à estrada. Apenas aumentaram porque se aproxima a “safra” (feriadões, fim-de-ano e férias). É vergonhoso que o Rio Grande do Sul tenha os pedágios mais caros, sem a contrapartida das boas estradas.
Há poucos dias fui visitar minha filha em Santa Catarina. De Palhoça a Itapema, a estrada é duplicada, sinalizada e com cruzamentos em nível inferior, se paga R$ 1,10 em duas praças de pedágio. Ora, uma cobrança assim a gente paga de bom gosto, pois a qualidade do serviço oferecido justifica o desembolso.
Recentemente estive no Oriente Médio. Para visitar os lugares programados, fiz uma incursão rodoviária do Egito, passando por Suez, Jordânia (Acqaba, Petra e Aman) até Israel (Jerusalém, Galiléia e Tel Aviv). Foram cerca de 600 quilômetros em ótimas estradas, algumas delas pelo deserto, como Wadi-Rum e Wadi-Musa, com boa sinalização (a maioria escrita em árabe), segurança e sem nenhum pedágio.
Voltando ao nosso desamparado Rio Grande, chega a doer o alto pedágio que se paga até Pelotas, até Carazinho e especialmente de Gramado a Nova Petrópolis. São estradas simples, muitas sem acostamento, esburacadas, com sinalização deficiente e perigosas. Que se pague pedágio na free-way, por exemplo, em Campo Bom, ou na BR-116 até Eldorado até vai, pois são trechos duplicados, mais ou menos bem conservados, mas de resto... A incoerência está na assimetria entre os preços cobrados e o serviço apresentado.
Eu não sei como os caminhoneiros, especialmente os autônomos, sobrevivem à sanha arrecadadora dos pedágios do nosso estado. Por falar em arrecadação, quero trazer um fato curioso referente à práxis de um político. Há alguns anos ele se aventurou a ser vereador na Capital. Uma de suas bandeiras era contra os pardais urbanos (que também são um saco), especialmente um, situado na rua Silva só, a quem ele identificou como “pardal arrecadador”. Fez até um “homem sanduíche” para chamar a atenção dos condutores daquela movimentada artéria. Pois bem, o referido cidadão se elegeu vereador, depois deputado estadual, exercendo até uma função no Governo do Estado. O pardal, cavalo-de-batalha de sua campanha eleitoral continua lá, até hoje. Arrecadando.
Já que o assunto arrecadação é correlato com os “pardais” e “caetanos” que existem por aí, incoerência são aqueles colocados junto a Estrada do Mar. Antes havia duas placas (uma verde e uma branca) avisando da fiscalização eletrônica. Hoje só há uma e em cima do “bicho”. Isso quando eles não trocam os controladores de lugar sem aviso. O negócio não é educar, mas multar e arrecadar.