Finados

A história conta que um dos primeiros cultos presentes em quase todas as religiões mais antigas é o culto aos mortos. Nos primeiros tempos estava ligado aos cultos agrários e de fertilidade. Para os mais antigos, os mortos eram como sementes, e por isso eram enterrados com vistas à ressurreição.

A partir do primeiro século, os cristãos rezam pelos falecidos; costumavam visitar os túmulos dos mártires nas catacumbas para rezar pelos que morreram sem martírio. No século IV, já temos conhecimento da “Memória dos Mortos” na celebração da santa liturgia. Então, desde o século V, a Igreja dedica um dia por ano para rezar por todos os mortos, que não recebem orações.

Algumas crendices e superstições relacionados a MORTE

# Quando várias pessoas estão conversando e param repentinamente, é que algum padre morreu.

#Quem come o último bocado morre solteiro.

#Na hora da morte, fazer o agonizante segurar uma vela para alumiar o caminho que vai seguir.

#Quem come o último bocado morre solteiro.

#Não presta acender só três velas para defunto; deve-se acender quatro.

Poetas escrevem sobre o último momento:

Último Soneto

Manuel Antônio Álvares de Azevedo (São Paulo 12 de Setembro de 1831 morreu em São Paulo no dia 25 de Abril de 1852)

Já da noite o palor me cobre o rosto,

Nos lábios meus o alento desfalece,

Surda agonia o coração fenece,

E devora meu ser mortal desgosto!

Do leito, embalde num macio encosto,

Tento o sono reter!... Já esmorece

O corpo exausto que o repouso esquece...

Eis o estado em que a mágoa me tem posto!

O adeus, o teu adeus, minha saudade,

Fazem que insano do viver me prive

E tenha os olhos meus na escuridade.

Dá-me a esperança com que o ser mantive!

Volve ao amante os olhos, por piedade,

Olhos por quem viveu quem já não vive!

Poema de Finados

Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho (nasceu no Recife no dia 19 de abril de 1886 morre no rio de Janeiro em 13 de outubro de 1968)

Amanhã que é dia dos mortos

Vai ao cemitério. Vai

E procura entre as sepulturas

A sepultura de meu pai.

Leva três rosas bem bonitas.

Ajoelha e reza uma oração.

Não pelo pai, mas pelo filho:

O filho tem mais precisão.

O que resta de mim na vida

É a amargura do que sofri.

Pois nada quero, nada espero.

Em verdade estou morto ali.

Bibliografia

1) ARAÚJO, Alceu Maynard. Folclore nacional, São Paulo, Edições Melhoramentos.

2) Manuel Bandeira na Academia Brasileira de Letras

3) Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.