Vive-se em uma sociedade hipócrita, rotulante, que aponta o dedo e esconde preso em suas costas outros tantos males ou erros, que se repetem ao longo de sua história.
Essa situação vexatória da universitária, que esteve nas últimas notícias da mídia, abre um leque muito vasto de debates socio-filosóficos.
O que é a sociedade hoje?
Que labirintos somos nós?
Onde permeiam as noções de caráter, moral e ética?
Que violência é mais reprovável? Dos jovens, da mídia, do Estado?
Esse fato da universitária fez-me relembrar imediatamente Kubrick e seus excelentes "Laranja Mecânica" e "2001, uma Odisséia no espaço". Não há como não pensar nestes filmes.
Será que o primitivismo demonstrado na cena dos macacos (2001, Odisséia) mudou ou está apenas travestido em uma pseudo-liberalidade-moderna?
A sociedade caminha, apressadamente, para a extinção de valores e da própria humanidade. O ser humano é, creio, a única espécie animal na Terra, que age com Crueldade.
Temos uma sociedade voyerista, ignorante, que adora "reforçar seu intelecto e cultura" assistindo programas na TV, com mulheres seminuas, cultuadas como frutas comestíveis ( que se come e joga a casca ou o bagaço fora)--e aqui cabe um adendo à integridade e preservação feminina, que vem se perdendo e desvalorizando.
Essa mesma sociedade adora assistir histórias folhetinescas na TV que mostrem cenas de violência, traições, insinuações de sexo, com cenas claras --e cabe aqui um adendo à integridade e educação de nossos filhos. Se teu filho não assisti, uma vez que você tenta poupá-lo, com certeza ouvirá histórias na escola que você tentou preservá-lo de ouvir
A mídia, infelizmente, colabora e compactua com toda essa degradação.
Mas essa mesma sociedade hipócrita não aceita a moça, que trabalha vestida em calça comprida, dignamente em uma mercearia durante o dia, e resolve ir à universidade com minissaia( que por sinal, nem era tão curta ).
A universidade tem culpa nessa história?
A exposição danosa que essa moça sofreu têm preço?
Qual será o primeiro programa de TV que armará o circo para entrevistá-la?
Enfim, como disse o Marquês de Maricá,
"A intolerância irracional de muitos escusa ou justifica a hipocrisia ou dissimulação de alguns."