Um fantasma no Natal

Dica de leitura:

Livro: O FANTASMA DE CLARA

Título original: THE LATE CLARA BEAME

Autora: TAYLOR CALDWELL

O ambiente de Natal naquela velha casa de pedra do Connecticut parecia perfeito. As árvores estavam brancas de neve e o fogo crepitava na lareira, enquanto se cantava no piano as canções tradicionais do Natal. Era assim que a família Frazier estava reunida em paz e felicidade na casa que parecia quente, cordial e acolhedora como um cartão de Natal.

Subitamente, toda essa festa tranqüila foi abalada por uma tempestade violentíssima que isolou a casa, e pela descoberta desconcertante de que um dos membros daquele grupo de pessoas reunidas para festejar o Natal tinha um crime em mente.

De repente, um grito lancinante rompeu as trevas: “Acorde, Laura! Acorde!” E a voz, estranhamente conhecida, era de Tia Clara!

Mas Tia Clara morrera há vários anos! Laura sentiu alguém sacudir-lhe o corpo e abriu os olhos, cheia de confusão. Na escuridão, uma sombra se moveu num canto do quarto. Quando seus olhos se habituaram à escuridão, Laura quase pôde ver um rosto entre as sombras.

Compreendeu então que não era apenas um sonho. Completamente desperta, foi tomada por um terror muito maior do que jamais havia sentido. Havia um assassino dentro da casa, e ela sabia que ia morrer.

INÍCIO DO LIVRO:

CAPÍTULO I

Cinco dias antes do Natal, Samuel Bulowe foi encontrado morto na sua cama em Chicago.

A autópsia revelou que a causa da morte fora um fortíssimo veneno, cuja fonte não se descobriu. A autópsia revelou também que ele padecia de uma doença maligna. Nunca falara disso a nenhum amigo, nem à mulher, nem ao irmão desta, o Dr. David Gates.

Um bilhete fora deixado por ele na mesa de cabeceira: “Só vejo esta maneira de sair da situação em que me encontro. Sinto muito. Sei como vocês vão sofrer, mas não vejo outra alternativa. Tenho a certeza de que compreenderão. – Sam.”

O veredicto foi suicídio; o motivo, desespero provocado pela sua condição. Foi sepultado sem alarde, num pequeno cemitério suburbano de Chicago, cidade em que vivera nos últimos cinco anos. Alice, sua jovem esposa, voltou a Nova York e para sua carreira de desenhista free lancer. Seu irmão, o Dr. Gates, voltou para Cleveland, onde era especialista de coração.

Os Fraziers, Henry e Laura, tinham planejado passar as férias de Natal com os Bulowes, pois Henry era amigo de infância de Sam, e Laura e Alice eram parentes. Depois do enterro, porém, tinham regressado, pesarosos, para casa, em Connecticut, embora houvessem querido ficar mais tempo com Alice. Mas esta insistira em que eles se fossem. Sempre sentira contra Laura uma animosidade que nunca procurara esconder.

Laura, por outro lado, ficou muito satisfeita quando Alice voltou para Nova York e se instalou no Village. Mas Alice não correspondia ao afeto de Laura e raramente aceitava um convite para visitar os Fraziers. Sua última visita fora em agosto e apenas por uma cortesia, porque Laura tinha quebrado uma perna uns dias antes, ao cair de um balanço.

Vandeir Freire
Enviado por Vandeir Freire em 01/11/2009
Código do texto: T1899024