Carência de escritores de segunda!!!
Não há nada mais clichê ou lugar-comun do que a frase "O jovem atual não gosta de ler". Lê-se ou ouve-se isso em todos os lugares, dito em sua maioria por pais desanimados pela falta de entusiasmo que os filhos demonstram pelos livros. Isso talvez se dê pelo fato de que a literatura brasileira tem uma enorme carência de escritores voltados ao entretenimento puro e simples. Tipo de livro considerado por muitos críticos brasileiros, numa atitude preconceituosa e atrasada, como "segunda categoria".
Paulo Coelho é tido como uma unânimidade no mercado internacional. Um grande escritor, eleito o brasileiro mais influente da atualidade, atrás talvez somente de Pelé. A filha de Bill Clinton afirmou certa vez que "O Diário de um Mago" é seu livro de cabeceira. No entanto, o escritor é desprezado por muitos críticos e professores brasileiros, que o tem como escritor "de segunda" ou "cultura inútil".
As escolas colocam clássicos como Memórias Póstumas de Brás Cubas, Vidas Secas, Macunaíma, entre outros, no programa do ano letivo. O aluno, por sua vez, desinteressado, lê somente o suficiente para decorar um ou dois nomes, a fim de que tire uma nota aceitável na prova.
Nada contra a literatura machadiana ou qualquer outra clássica, mas talvez fosse mais interessante se as escolas colocassem livros como Paulo Coelho, Luís Fernando Veríssimo, Jô Soares e outros voltados para o entretenimento e humor, para que o aluno adquirisse o prazer da leitura primeiramente.
Esses são livros leves e divertidos, que levariam o aluno a sentir o gosto mágico da leitura, e só depois, maduros e experientes, passariam a ler Machado de Assis e compreender a obra do grande mestre em toda a sua complexidade e beleza.
Talvez falte somente esse incetivo para que nosso país leia cada vez mais, os jovens contraiam cada vez mais um vício agrádável, que, felizmente, não se cura. Esse vício é o vício de ler e aprender cada vez mais.