Assassinato de um membro da ONG "Afroreggae" - o caso e as estranhezas.

Assassinato de um membro da ONG "Afroreggae" - o caso e as estranhezas.

Tem muita gente que acredita que as crianças podem ser salvas do caminho da violência, colocando-as pra tocar tambor, fazer escola de circo, papel reciclável e, coisas assim, sem alterar o status quo do local onde elas vivem.

Eu sou daqueles que acham esse tipo de ações sociais muito importante, mas só acreditam num caminho: afastar o crime e a promiscuidade decorrente de perto das crianças e do mundo infantil, impondo a lei e, a ordem, capturando criminosos e, colocando-os à disposição da justiça, para que sejam trancafiados na cadeia.

Algo bem simples. E é o que funciona, mundo afora.

A "Afroreggae" é uma dessas ONGs bem intencionadas que querem salvar as crianças do crime, oferecendo a oportunidade de uma atividade ocupacional.

Dias atrás,o Sr. Evandro João da Silva, um de seus dirigentes, foi morto no Rio, num suposto crime de latrocinio.

A coisa repercutiu bastante na imprensa local e nacional, porque a tal ONG goza de muito prestígio danado entre os cariocas e, imprensa.

O detalhe, é que policiais deixaram que os bandidos escapassem ilesos da cena do crime - e aí, passou-se a discutir a ação da polícia, deixando de lado ação violenta e belicosa dos assassinos, dando a impressão de que ação daquela foi pior e substituiu a prática hedionda destes...

Mas, com bem pondera Reinaldo Azevedo em seu Blog, na Veja, a coisa não fecha. Porque segundo ele informa, duas viaturas passaram imediatamente o local. Uma ação que envolvia dois bandidos e, cujo suposto motivo - um par de tênis não parece razoável. Mas, o principal: um companheiro de ONG diz que chegou ao local, viu que o coração do colega ainda estava batendo, mas, inacreditável, confiou na palavra do policial, que lhe informou que o coração do morto ainda bate algum tempo depois da extinção!...

Esta manhã, um dos bandidos, cujo singelo apelido é "Romarinho", foi preso e, conduzido a uma Delegacia de Polícia, para os fins. a imprensa baixou no local. Um representante do "Afroreggae", também.

Depois de ter tido acesso para se entrevistar com o bandido, o tal representante deu entrevistas à imprensa (inclusive à Rede Globo, que também noticiou o fato, está manhã), onde afirmou que ele se mostrava arrependido e, que não entendia porque a polícia deixou que ele evadisse a cena do crime.

Não sei se o cara do "Afroreggae" percebeu, mas segundo seu próprio testemunho, acabar de surgir no Rio de Janeiro uma novidade: o bandido filósofo, isto é, aquele que, primeiro, trucida e mata e, depois, questiona as autoridades sobre a ausência de adoção das medidas cabíveis contra si...

O que há de mais estranho nessa história? A corrupção e, envolvimento de policiais com o crime é uma velha história crônica. A morte por motivo fútil, também. O que não combina é a forma como a coisa aconteceu e, as manifestações da turma do "Afroreggae".

Me perdoem os bem intecionados, mas no caso do testemunho do representante da ONG à imprensa, na hora da prisão de um dos assassinos (e, suposto latrocida-que-precisa-de-um-comparsa-para-roubar-um-par-de-tenis) das duas uma: ou o cara está mentindo descaradamente com o objetivo de atingir a imagem da polícia carioca (motivo pelo qual, imagino, poderia ser indiciado e processado, com vistas a esclarecer a situação e, bem assim, seus motivos) ou...

...Estamos diante de um criminoso do tipo bonzinho, que conhece a Lei e, invoca a ausência de providências da polícia contra si, a despeito de ser um barbaro, um suposto latrocida!

Escolham sua versão hipotético leitor, porque a versão da imprensa já está escolhida: é monocordia, desarrazoada - no Brasil, aliás, ele não se preocupa mais em perseguir, investigar e, noticiar os fatos. Ela prefere aplicar uma pauta de valores próprios e, determinados aos fatos acontecidos.

Foi-se o tempo de acreditar nas histórias da carochinha, bandidos ou, va lá, latrocidas bonzinhos e, castos. Eu desconfio de gente bem intencionada, e, francamente, não confio na totalidade dor órgãos da imprensa brasileira.

Muita coisa não faz sentido. Estão com muito pressa demais, de fechar o caso e, liquidar essa fatura...

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Em 29/10: prenderam o outro tipo que participou do assassinato. O mesmo dirigente do "Afroreggae" que apresentou ao Brasil o primeiro, que seria um bandido bonzinho e até, filósofo, agora veio "apenas" para comemorar(?) e, elogiar a prisão do comparsa - este, ao que parece, não foi brindado com grife alguma...