A Educação rasteja

Na contramão do desenvolvimento rasteja o sistema educacional público paulista. Em um estado rico, construído com o suor dos migrantes, a excelência em educação publica é uma utopia!

Neste momento centenas de alunos da rede pública estadual de São Paulo estão sem um professor fixo no comando de determinada disciplina. O governador José Serra sancionou em 16 de julho de 2009 a Lei Complementar 1.093/09 que regulamenta a admissão de temporários em todas as autarquias.

Em mais uma tentativa típica do governo tucano de denegrir e maltratar a categoria dos docentes, no artigo 24 da lei aprovada diz o seguinte: “Fica vedada, a partir da publicação desta lei complementar, a admissão de pessoal com fundamento na Lei nº 500, de 13 de novembro de 1974”, para a educação ficou totalmente proibida novas admissões de ACTs (Professor não concursado), com isso as licenças que os professores efetivos e ACTs, que já tinham aula, resolveram tirar não podem ser atribuídas para professores que estão sem aula. O governo pretende com isso sucatear ainda mais o que já é sucateado, obriga o docente a responder pela sala de aula, porém em caráter eventual, que não cria vínculo empregatício com o estado e recebe menos que um professor com aula atribuída.

O estado quer extinguir a categoria de ACTs, mas em um sistema educacional onde os professores são tratados de forma calamitosa, impossível conseguir com que o mesmo se ausente da classe, e com ele ausente, quem vai ministrar essas aulas senão os ACTs?

Numa tentativa desesperada, o Departamento de Recursos enviou um e-mail as escolas falando que as aulas podem até serem atribuídas, mas o professor corre o risco de não receber e inclusive ficar de fora do processo de atribuição de aulas em 2010.

Há ainda as aulas de recuperação paralela do 2º semestre! Muitos editais estão afixados nas diretorias e não há professores para ministrar tais aulas. O estado sonha, confecciona decreto e prejudica escolas, professores e alunos.

Lembro quando a APEOESP convocou os professores para paralisação em manifesto a este decreto, como sempre muitos não atenderam a convocação e acharam que não seriam prejudicados, era a hora de uma paralisação geral. Quando se tem uma categoria unida em defesa dos direitos coletivos, é isso que aconteceria! Mas a nossa profissão é formada por pessoas egoístas, que não conseguem enxergar além do seu umbigo.

Com essa ausência de professor e com a “união” admirável que são os docentes, as escolas estão desesperadas com os índices do IDESP, porque há metas que precisam ser cumpridas. Nas salas onde o professor pegou licença, o que vê é um revezamento de eventual (quando encontra), na segunda vai um professor, depois na terça não consegue ninguém, na quarta vai outro, e assim caminha a sucateada educação pública paulista!

Giomário Nunes Torres
Enviado por Giomário Nunes Torres em 23/10/2009
Código do texto: T1882832
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