“Ó BELEZA! ONDE ESTÁ A SUA VERDADE?”

A fórmula que faz você bonita por mais tempo é mágica que mexe com a imaginação e com os sentidos, e que pode ser alcançada através da leitura.

Não é necessário ser novo para ser bonito, mas é preciso ler para adquirir cultura e “flutuar na magia”.

Essa é a verdade!

O maior desafio é modificar uma geração. É ir derrubando uma a uma as imposições até não pairar nenhuma dúvida na cabeça do leitor de que, finalmente, é com seus próprios recursos que baseará a sua independência e a liberdade, sempre investidas nos valores de um bom escritor.

Essa é a verdade!

Para respondermos que sim, precisamos multiplicar a confiança com ousadia, sem perder a segurança, desbravando novos escritores e novas leituras.

Ler: ó beleza!

Onde está a sua verdade?

Aqui, abre-se a polêmica sobre obras e autores, entre o que tem valor e o que é descartável ou duradouro.

Segundo Harold Bloom: “Pode ser uma arte em extinção a de ler atentamente com amor, com a emoção de ver como o texto se desdobra. Mas, todo o mundo tem, ou deveria ter uma lista de obras que lhes serviriam de companhia numa ilha deserta.”.

A ideia de escolher obras é estimular a leitura de maior número de livros. A compreensão do que seria importante para a cultura, o que varia de um para outro intelectual. Por exemplo, não é possível que alguém que queira conhecer um país através dos livros, não leia nada sobre a sua flora e fauna.

Outra maneira de se compreender a leitura é começar pelos ensaios, para depois chegar à ficção. Antônio Medina Rodrigues recomenda a leitura de Drummond, que considera “a síntese mais fina e profunda da cultura brasileira”.

“...

Como viver o mundo

em termos de esperança?

E que palavra é essa

que a vida não alcança?”

A nossa verdade é discutível, pois não basta ler ou reler uma obra; é preciso que o livro seja rico em informações, com imagens bem construídas e que tenha narrativa eficaz, para que os leitores lembrem alguns trechos como constatação definitiva.

Nas palavras do escritor Francisco Alvim: “... mas, tudo isso não é mais sociologia, é agora poesia, essa figurinha difícil que o poeta, sábio colecionador, nos apresenta com suas marcas de possuidor”.

Navegando a ideia da proximidade entre o autor e o leitor, chego à condição literária da beleza comovente do texto de Drummond:

“Pois é o amor unidade

multiplicada, e a vida

quando se recolhe aos livros

é para voltar mais vida

em 50 anos de letras

uma flor desenha as pétalas

de amoroso convívio:

o homem livre e ligado

livre e ligado ao seu próximo

na larga avenida humana

em que beleza e justiça

fazem da espera, esperança”.