L E A L D A D E

PALAVRAS DE VIDA

Pr. Serafim Isidoro.

L E A L D A D E

"E voltando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Simão, tu dormes? não pudeste vigiar comigo nem uma hora? - Mc. 14.37.

A amizade é virtude essencial no relacionamento das pessoas. Na língua greco-koinê ela é uma das formas do amor: Agapê, amor; Filia, amizade, Eros, amor erótico. No desenrolar de relacionamentos, a amizade mostra-se às vezes, superior à forma do amor agapê. Este refere-se a Deus e a seres humanos. A amizade, entretanto, pode referir-se a Deus, a seres humanos e a objetos, animais e coisas. O amor agapê é, também, franco na sua expressão, principalmente no que tange ao relacionamento conjugal. Tal franqueza fere e pode ultrapassar os limites do respeito mútuo. É comum acharmo-nos na liberdade de dizer verdades contundentes às pessoas a quem amamos.

O amor filia, amizade, entretanto, normalmente respeita tais limites. Não dizemos verdades ao amigo quando estas podem feri-lo. A amizade, neste aspecto é mais branda, delicada; um amor respeitoso e tratável. Fôra o Senhor Jesus quem havia dito aos Seus aprendizes - mathetes - "Já não vos chamarei escravos - doulos - mas amigos". Que maravilhosa prerrogativa: serem amigos do Deus encarnado. Não empregados, não serviçais, não companheiros apenas, mas amigos. Primar de Sua amizade significa proteção, carinho, respeito e liberdade. Um amigo maior, com todas as considerações como tal. Ele dará a vida em resgate da salvação da alma deles. Ele os amará até o fim, não se importando de que fracassem vergonhosamente da Sua amizade. Pedro O negou; Judas O traiu e os demais fugiram quando Ele foi prezo.

Que amizade aquela, que só se evidencia sem faltas, de um lado. Sendo tratados como amigos, não procederam como tal. Há amizades interesseiras, convenientes, parcimoniosas, infiéis. No caso do Mestre, a falta de uma verdadeira filia não ocasionou mudança no Seu procedimento. Ele os amou até ao fim, demonstrando uma amizade sincera e verdadeira. De nosso lado humano, porém, tal procedimento destrói, às vezes, uma amizade de longos dias. Ao ferirmos um amigo, quebramos os laços daquele amor que nos era tão precioso.

Nas horas mais contundentes de nossa vida precisamos de um amigo. É aí, então, que o amor agapê precisa desembocar no amor filia. Quem ama deve ser amigo nestas horas de cruciante dificuldade. O Senhor tinha em Si duas naturezas: primeiro a natureza divina, vinda do Pai que o gerou. Esta, a Sua natureza espiritual. Mas tinha também Sua natureza humana e carnal, vinda da virgem que o trouxe ao mundo. Ele, neste aspecto, era o Homem de Nazaré. Declarara aos Seus aprendizes que: "O espírito sempre está pronto; a carne, porém, é fraca".

O jardim Getsemane tornou-se o palco da batalha espiritual que definiria o destino do ser humano. Ali Jesus tomaria o cálice dos sofrimentos que demandariam da salvação do mundo. Na Sua agonia suou grandes gotas de sangue. Não tendo ninguém que O auxiliasse, "pisou sozinho" o lagar das uvas do sofrimento e da dor. Porém, da parte de Deus vieram anjos que o confortavam.

"Amarás ao Senhor teu Deus de todo o coração, de todo o teu entendimento e ao próximo como a ti mesmo. Deste mandamento depende toda a Lei e os profetas".

Só Jesus.

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O Pr., Th. D. Honoris Teologia, D. D., Serafim Isidoro, oferece suas apostilas, livros e aulas do grego koinê: serafimprdr@ig.com.br