ELOGIO AO GOVERNO LULA
Vivemos uma época de fartura. É, leitor, você leu direito, estamos numa época de fartura. O nosso desacreditado país foi considerado, entre os emergentes, o primeiro daqueles que mais investem em políticas sociais de distribuição de renda, combate à fome e à miséria.
E tem gente que pouco se importa com isso.
Já faz algum tempo que os noticiários têm divulgado os milhões que saem todo ano da miséria. Tudo isso acontecendo no governo do torneiro mecânico. Criticado pelas inúmeras tolices que diz, mas o Brasil mal passou pela crise mundial, já saiu e está a todo vapor. Com aquela mãozinha faltando um dedo no comando do leme da nação.
E essa notícia é aquela do rodapé de página.
O leitor da classe média deverá neste momento estar torcendo o nariz, pensando que essa cambada de pobres estão sendo beneficiados com os impostos que ele está penando para pagar. “Estão comendo às minhas custas” (Disse “custas”, mas o correto é “custa”; é que o classe média pensa que sabe falar quando na verdade é apenas um papagaio fanho). Reduziu as viagens, a escola dos filhos já não é a mesma, não troca de carro todo ano, enfim, empobreceu bastante.
Este fato já interessa a muita gente.
Há até alguns representantes dessa classe social que saem em defesa de seus interesses, mas que estão sendo sempre frustrados. O governo Lula foi altamente bombardeado durante todos esses anos e resistiu. Dizem que não há oposição, o que eu discordo totalmente, oposição há, contudo ela é incompetente, seu discurso não convence mais.
Por que a oposição não convence mais?
Porque o povão experimentou o gostinho do consumo, pela primeira vez soube o que é ter crédito, o que é ter comida na mesa de maneira farta. O povo não se importa com todas as besteiras que o Lula fala, o que interessa é que a mesa está cheia, o armário está cheio, há perspectiva.
“Nunca antes, na história desse país”.
De um país de miseráveis passarmos para o primeiro lugar em políticas de combate à pobreza não é pouca coisa. É claro que aqueles que nunca passaram fome pouco se importam com esse dado. Deve ser difícil ver o porteiro comprando carro zero à prestação. Ver a empregada doméstica da sua casa conversando com a família pelo Iphone.
O senhor sabe com quem está falando?
A classe média deveria aproveitar seu empobrecimento material e tentar crescer um pouco em espírito. Deixar de ler essas revistinhas chinfrins que adoram falar sobre violência urbana e dietas, e começar a consumir algo com mais substância.
Marx, Nietzsche e Freud, por exemplo.
Vamos crescer um pouco?