AQUECIMENTO GLOBAL: UM ALERTA FEITO HÁ 182 ANOS

Mudanças climáticas severas amedrontam a humanidade e o aquecimento global já interfere nas nossas vidas. Outrora, pensávamos que os seus efeitos só seriam sentidos num futuro distante. Hoje, não só percebemos os efeitos como precisamos contê-los. Num futuro muito próximo, nossas crianças, filhos e netos perguntarão por que nada fizemos, quando disso sabíamos, faz quase dois séculos.

Há 182 anos, exatamente em 1827, a humanidade tomou conhecimento dos efeitos nocivos do aquecimento global, através do cientista francês Jean-Baptiste Fourier – o primeiro a considerar o efeito estufa, fenômeno no qual a poluição atmosférica prende a energia solar, elevando a temperatura da superfície terrestre ao invés de permitir que o calor volte para o espaço.

Há muito, os meios de comunicação tornaram públicas as mudanças climáticas, degelos, inundações. A ‘despreocupação’ do homem com as gerações futuras e a exploração inconseqüente dos recursos naturais já causam escassez de água, poluição, desmatamentos, solos áridos e a extinção de espécies animais e vegetais.

As perspectivas futuras são preocupantes. Desde 1979, a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos denuncia que “a política do esperar para ver” pode significar “esperar até que seja tarde demais”. Faz 21 anos que o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) alerta sobre o aquecimento global.

Recentemente, dados mostram que a década de 1990 foi a mais quente já registrada e que o ano de 2007 foi o ano das mais altas temperaturas já medidas em todos os tempos.

Os efeitos do aquecimento do planeta provocarão um abalo econômico mundial, equivalente a soma do que foi gerado nas duas guerras mundiais. Dentre os aspectos econômicos mais perversos está o que constata que o crescimento dos países em desenvolvimento (em especial o Brasil, Rússia, Índia e China, o famoso BRIC) fará crescer as emissões de gás carbônico entre 40% e 110%, a depender do que for feito hoje. Disso, conclui-se que o embate entre os “preservacionistas” e os “desenvolvimentistas” permanecerá inflamado e a exigir posturas éticas mais contundentes dos atores governamentais da atualidade.

As estimativas apontam para a necessidade de US$ 50 bilhões/ano para mitigar os efeitos do aquecimento nos países pobres, uma dívida de caráter moral contraída pelos países ricos em virtude da desordem ambiental causada pelo processo expropriatório de consumo e desenvolvimento por eles implantado.

Dizem os cientistas, que somente a desaceleração da economia mundial poderá frear a emissão de gases, sendo necessário um corte de 0,2% do Produto Interno Bruto mundial, ou seja, algo em torno de US$ 44,5 trilhões, em números de 2005. Resta saber se é eticamente correto, aceitável e justo os países pobres permanecerem com multidões na exclusão, enquanto os países e nações ricas poluem, desfrutando de forma exagerada de todos os bens e serviços gerados pelo homem moderno.

Pernambuco tem o seu “Dia de combate aos efeitos do aquecimento global”, mas nada se faz. Deveria ser o ponto de partida para discutir o assunto com profundidade, levar essa problemática às ruas, às escolas, sindicatos, condomínios e tantos outros espaços sociais. A conscientização ainda é a melhor saída.

ALEXANDRE ACIOLI
Enviado por ALEXANDRE ACIOLI em 16/10/2009
Reeditado em 19/10/2009
Código do texto: T1869307
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