Reflexões acerca da fenomenologia, artes e estética

Quando se estuda as finalidades e funções da arte, nos deparamos com uma série de concepções a respeito da mesma. A concepção pedagógica e a expressiva são exemplos. Mas o que de fato me aflige é o porquê da arte não ser considerada um aspecto essencial para todos?

Ao ler a respeito de Husserl e sua proposta de que a filosofia distinguisse diferentes tipos de fenômenos ou essências e que considerasse a cada um deles como manifestador de um tipo de realidade diferente, as chamadas regiões de ser, pensei e refleti e tentarei fazer uma breve discussão sobre a região da arte.

Em Aristóteles e Platão, nos deparamos com os papeis pedagógicos da arte. Na Republica de Platão, ele expõem a pedagogia para a criação da cidade perfeita, onde excluem poetas, pintores e escultores por achá-los meros imitadores, mas colocava a musica e a dança como disciplinas fundamentais na formação do corpo e da alma. Aristóteles em sua arte poética mostra a importância da tragédia e sua função de produzir a catarse. Hegel e Kant também reforçam do papel pedagógico das artes. Há uma gama muito grande de escritos e reflexões que mostram a importância de tal, mas algumas instituições de ensino não atribuem à importância que as artes deveriam ter.

As instituições de ensino para mim são grandes castradoras de idéias, talentos e aptidões. Ainda encontramos escolas fechadas e com moldes arcaicos que não conseguem enxergar as artes como um fenômeno presente e essencial. Esses locais de ensino as invés de desenvolverem e estimularem os alunos as artes, despejam toneladas de conteúdos e não desenvolvem programas que seriam vitais, mesmo que fossem como válvulas de escape.

Para Nietszche a arte é “uma exaltação do sentimento da vida e um estimulante da vida’’”. Mas como o atual modelo socioeconômico é esmagador e cruel, as artes continuam sendo tidas como um hobby ou são colocadas como segundo plano.

“Merleau-Ponty diz que um livro é “uma maquina infernal de produzir significações”“. E eu pediria para trocar o termo livro por arte, aí de ao o sentido fica mais amplo e esteticamente bom de ouvir.

Se formos fazer uma interligação dos conceitos de fenômeno de Kant e Hegel, vemos que a arte é fácil de ser refletida em tais. Quando Kant falou que o fenômeno indicava aquilo que do mundo externo, se oferece as sujeito do conhecimento sob as estruturas cognitivas da consciência, logo imagino uma pessoa em contato com um fenômeno ou manifestação artística. E quando Hegel indicava o conhecimento que a consciência tem de si mesma através dos demais fenômenos que lhe apareçam, já imagino essa consciência e suas atribuições subjetivas as artes.

E fico imaginando o quanto seria bom que essências artísticas fossem estimuladas e valorizadas de modo a tornar o ensino mais livre, leve e prazeroso, pois doses exageradas de arte, musica, cinema e dança não podem trazer outra coisa do que a exaltação e estimulo a criar e criticar.