Arte Sacra Popular e o Santeiro na Imaginária Popular Paulista
A imaginária brasileira tem um vasto campo e na arte sacra popular. Ela é feita por artistas populares , sem o eventual aprendizado das escolas de arte. É uma manifestação espontânea e praticamente por pura intuição, feita por santeiros anônimos. A quantidade bastante numerosa de imagens feias sem as proporções anatômicas dos cânones da arte erudita, com madonas descalças, rostos espantados, mãos grandes e acabamento rústico, não foi considerado importante por muito tempo.
Durante o período colonial foram trazidas muitas esculturas de Portugal, que serviram de modelo para a imaginária erudita brasileira, e que no entanto, foi sendo modificada aos poucos, pelos santeiros, principalmente na área rural, que normalmente não tinha acesso a um aprendizado mais elaborado.
São Paulo de Piratininga não teve grande contribuição na imaginária brasileira, pois ficou isolado por muito tempo. Entretanto nos séculos XVIII e XIX, no Vale do Paraíba surgiram diversos santeiros, entre os quais o Dito Pituba.
A famosa ‘paulistinha’, feita de terracota ou madeira é a imagem mais comum da arte sacra popular do interior paulista, assim como os “divinos” , também feitos de terracota e madeira, com características específicas, dando à arte sacra paulista, uma originalidade própria da região.
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KALMAN, Regina, D. – “Arte Sacra Popular e o Santeiro na Imaginária Popular
Paulista” in XII Encontro Regional de História Cultura, Memória -
Poder, org. pela ANPUH/SP – (Associação Nacional de História ) ,
Realizado na IFCH/UNICAMP, Campinas,SP de 5 a 7 /09/1994,p.87