MUNDO DIGITAL
MUNDO DIGITAL
Estamos adentrando ao mundo digital. As vistas dos brasileiros estão voltadas para o lançamento da tecnologia japonesa, na área televisiva. Já estamos nos programando para usar o mesmo avanço tecnológico, no setor da radiodifusão. Toda tecnologia em seu nascituro causa uma certa polêmica e um aumento exagerado de apreciadores, principalmente os mais abastardos. O que seria essa tecnologia?O que é um sistema de Televisão Digital? TV Digital é uma plataforma de comunicações. Ela pode ser tão "simples" (ou parca de recursos) quanto uma mera digitalização da TV analógica, ou se constituir em uma plataforma multimídia rica em recursos e funcionalidades. Segundo os padrões do Ministério das comunicações existe um cabedal riquíssimo para o País que quer implantar a digitalização na TV e no rádio. Senão vejamos: Essa plataforma é constituída de diversos blocos. Cada bloco possui um padrão específico. Por exemplo, para o áudio, tem-se os padrões Dolby AC-3 (no ATSC), MPEG-2: versão BC (no DVB) e MPEG-2: versão AAC (no ISDB). Além dos padrões para cada bloco, existem padrões (normas técnicas) que especificam como esses blocos devem interagir. Então, um sistema de TV Digital é composto de uma série de caixinhas e interligações e cada uma delas atende a um padrão (norma técnica) específico.
Um padrão pode ser utilizado em mais de um sistema. Por exemplo, o áudio Dolby AC-3 é empregado no ATSC, mas também no DVB na Austrália. E o padrão H.222 (MPEG-2: parte 1) é utilizado para a multiplexação nos três sistemas (ATSC, DVB e ISDB). Como os senhores podem ver é um emaranhado de siglas que pode causar embaraços aos técnicos mais experientes, mas que ainda não mantiveram contato com a avançada tecnologia. Uma coisa tem que ser dita: os custos de uma TV e Rádios digitais não são tão cômodos como se pensa. À vontade de inaugurar um sistema com pré-lançamento planejado e definido custa caro. Um simples aparelho de rádio digital vai onerar o bolso do ouvinte, visto que a aquisição não sai por menos de US$ 300 dólares, cerca de mais de mil reais. Contando com a televisão de última geração com tela plana e outros apetrechos, podem separar dólares para a aquisição. Só para acompanhamentos dos que gostam de novidades, existem três padrões ou três tecnologias diferenciadas.
O padrão ATSC, desenvolvido nos Estados Unidos, apresentou desempenho altamente insatisfatório nos testes de 99-2000. O Brasil teria que adotar uma versão modificada (melhorada) do mesmo. O padrão DVB, desenvolvido na Europa, foi implantado até hoje somente em países que adotam canalização de 7 (Austrália) ou 8 MHz (Europa). Se o Brasil o adotasse, seria o primeiro e único país do mundo a ter um sistema DVB de 6 MHz. Embora o padrão ISDB, desenvolvido no Japão, utilize canalização de 6 MHz, pequenas diferenças como a posição de canais, requerem adaptações para funcionar aqui. Além disso, o middleware ARIB B-24 é totalmente voltado para caracteres orientais, e necessitaria de adaptações. A escolha caiu no modelo japonês, que além de mais viável, os custos são menores e a tecnologia japonesa se encaixa com os padrões atuais da terrinha. Outras nuanças surgirão com o passar do tempo, como já acontece com o telefone celular e computadores. Você compra um, amanhã já aprece outro mais moderno. É a tecnologia crescendo se desenvolvendo, porém a maioria da população não estará prevenida para essa evolução digital com certeza.
Na realidade A TV Digital poderia ser utilizada como uma plataforma para propiciar a inclusão digital, atuando como um meio de acesso a serviços de educação, governo eletrônico e correio eletrônico, entre outros. O sistema DVB possui um middleware poderoso, mas é incapaz de fazer o necessário redirecionamento de streams (fluxos de informação) que o ATSC faz. Assim, as informações que consegue acessar ficam restritas àquelas oferecidas diretamente pelas emissoras. O mesmo ocorre com o ISDB. O custo do terminal de acesso é fator crucial para o sucesso da TV Digital no Brasil. E os sistemas existentes são absolutamente inflexíveis nesse aspecto: ao se adotar um padrão que possibilite a alta definição (HDTV) com o respectivo áudio panorâmico (surround), o terminal adquire custos astronômicos - quatro vezes maior do que seria se fosse SDTV. Como compatibilizar o desejo das grandes emissoras em adotar o HDTV com a necessidade de baixo custo para a maioria da população - lembrando que de nada adianta o terminal de acesso processar HDTV se ela vai ser conectada a uma TV analógica de tela pequena (20 polegadas ou menos)? É necessário adotar outras soluções, como o MPEG-2 High Profile ou o MPEG-4 svc (scaleable video codec). Como denotamos a nomenclatura ainda não foi totalmente assimilada e existe uma grande barreira a ser vencida, são as TV analógicas, que para se adaptarem a modernidade vão ter que utilizar adaptadores para funcionar e pelo que notamos nas particularidades usada nas entrelinhas, muita água vai correr por debaixo da ponte, mas se faz necessário que os adeptos da tecnologia moderna, e que pertença a uma classe social menos privilegiada que comece poupar numa conta-corrente bancária, senão o bicho vai pegar.
O STVD Sistema Brasileiro de Televisão de onde extraímos alguns dados para elaborar essa matéria, mostra ainda uma certa preocupação que tem como parâmetros às vantagens e desvantagens do sistema com o poder aquisitivo de nossa população e o rumo que pode tomar com a implantação desse sistema no Brasil. Muitos aspectos importantes poderiam ser inseridos, mas infelizmente dispomos de pouco espaço para uma tecnologia nova que requer muito estudo e um bom acompanhamento de engenheiros e técnicos do setor.
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-ESTUDANTE DE JORNALISMO DA FGF-MEMBRO DA ACI E DA ALOMERCE.