Eleitor é um bicho esquisito...

Eleitor é um bicho esquisito...

O eleitor é um animal difícil de decifrar.

Para começo de conversa, o eleitor médio não tem partido político.

E detectar o que vai pelo seu coração e, mente não é tarefa possível. Pode-se aventar um estado de coisas momentaneas, numa pesquisa eleitoral. Mas saber de seu íntimo, não.

A julgar pelos números pesquisados, José Serra, mantém uma posição consistente. Dilma Russef, ao contrário, nunca decolou.

O problema dizem alguns especialistas, é a falta de carisma da Ministra. Mas, se fosse o caso, Serra não estaria liderando...

O meu palpite: o eleitor médio, que deu dois mandatos a Lula, acha que já é o bastante. Ele, em parte, até se reconhece nele, até o idolatra, mas em termos de capacidade administrativa, não o acha assim, a última coca-cola gelada do deserto.

Como explicar? Lula mantém o pique de seu prestígio (quase 80% de aprovação), mas não consegue levantar a candidata que indica para sua sucessora, junto ao eleitor.

Intuo que o eleitor não tem um discurso mentalmente coerente, mas parece dar o seguinte recado:

"Uma coisa é uma coisa - outra coisa, outra coisa, Presidente! Até aqui, viemos juntos. Daqui em diante, procuramos um rumo diferente. Queremos o que a democracia permite...

...alternância no poder!"

"Porque? Porque sim - achamos que é hora. E basta!..."

Eleitor não é petista. Eleitor não é tucano. Eleitor não é peemedebista e, nem veste a camisa do DEM.

Eleitor é um bicho esquisito. Às vezes se expressa. Às vezes não. Mas, faz escolhas e, vota.

Às vezes vota sem pestanejar num líder carismático. Mas, depois de um certo tempo, desde a eleição do prefeito, resolve colocar o voto no seguro e, escolhe um candidato sem apelo emocional, mas capacidade técnica, porque entende que as duas coisas precisam de equilibrar.

Eleitor não é muito chegado em candidato abusado; FHC tinha a eleição para a prefeitura de São Paulo ganha. Mas, tirou uma foto na cadeira do prefeito e, perdeu feio. Entretanto, foi eleito duas vezes seguidas para o cargo de mandatário da nação, depois de provar sua capacidade administrativa.

De vez em quando, algúem diz que o eleitor não tem consciência política, nem do valor do seu voto e, que até o troca, por favores e pequenas vantagens. Será? Ou, por outra: para votar o eleitor precisa ser um especialista em política?

Uma parte não entrega o voto, nunca e, escolhe livremente. É o que parecem dizer os números das pesquisas eleitorais...

Dizem que eleitor só vota porque é obrigado. Mas, a cada eleição, ele comparece em massa para votar e, depois vai para casa, doido para acompanhar o resultado da eleição, pela TV, embora as decepções com os políticos se avolumem e, os exemplos de administrações desastrosas não faltem!

Dizem que não mas, o eleitor tem alguma memória, noção de valores e, instinto. E, faz as escolhas que a Constituição lhe permite. Faz valer sua vontade, não a de outrem.

E gosta de mudar, pra ver como é que fica.

O eleitor gosta de democracia, ainda acredita nas soluções de natureza política e, gostar de exercer, enfim, a sua cidadania.