E O CRISTO... REBENTOU! *
Sérgio Martins PANDOLFO**
São só sete as maravilhas
Deste Mundo de meu Deus;
Uma delas reina, brilha,
No Brasil, no Rio, nos Céus.
SerPan
É mais um brasileiro a fazer sucesso no Mundo. E um brasileiro-maravilha. Isso mesmo! A estátua do Cristo Redentor de braços abertos sobre a Guanabara, no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro, foi eleita, no passado dia 07.07.2007, em Portugal, uma das sete novas maravilhas do Mundo atual. E não fez por menos: foi a terceira mais votada em eleição considerada a maior já realizada pela Internet e por mensagens de telefones celulares, a qual contou com a participação de mais de 100 milhões de votantes do Mundo inteiro. O resultado foi divulgado em meio a belíssimo espetáculo, que teve a abrilhantá-lo a apresentação de artistas internacionais, no Estádio da Luz, em Lisboa, Portugal, feericamente engalanado para aquela noite de beleza.
À solenidade estiveram presentes vultos dos mais preeminentes das artes, dos esportes e da política internacional, tais quais o ex-astronauta Neil Armstrong, o ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a atriz e cantora Jenifer Lopez, o ex-técnico da seleção brasileira pentacampeã do Mundo e atual técnico da seleção nacional de Portugal, o gaúcho Luiz Felipe Scolari (que, feliz e emocionado, recebeu o prêmio pelo Cristo) e o primeiro-ministro português José Sócrates, presidente em exercício da União Européia. A apresentação oficial da cerimônia coube ao ator britânico Bem Kingsley e à atriz americana Hillary Swank.
A megaprodução foi transmitida por conexão multinacional intercontinental televisiva para mais de 170 países (dum total de 218, hoje), com uma audiência estimada superior a 1,6 bilhão de espectadores ao redor do Mundo (cerca de 30% da população atual do Globo, avaliada em 6 bilhões de terrícolas).
Sem ponta de dúvida a promoção do concurso The New 7 Wonders of the World foi uma idéia extremamente feliz e exitosa de uma fundação suíça, e já se fazia necessária para divulgar e tornar conhecidos os mais admiráveis e grandiosos monumentos atuais criados pela genialidade humana.
Acostumamo-nos a ouvir falar, desde sempre, das Sete Maravilhas do Mundo da Antiguidade, a saber: a estátua de Zeus (Grécia), o Templo de Artemis (Turquia), os Jardins Suspensos da Babilônia (Iraque), o Mausoléu de Helicarnasso (Turquia), o Farol de Alexandria (Egito), o Colosso de Rhodes (Grécia) e as Pirâmides de Gizé (Egito). Dessas, somente subsistem as pirâmides egípcias. Era tempo, portanto, de escolher outras, até porque o humano engenho cresceu, apareceu e floresceu.
Nada mais oportuno e até culturalmente importante, pra não falar do interesse turístico, em subida expansão atual, que escolher as “7 maravilhas” dos nossos dias. Para tal foram apresentadas algumas dezenas, apontadas ao redor do Mundo, das quais foram selecionadas, sempre por processo de sufrágio universal, as 21 mais sufragadas e, finalmente, as sete mais. E o nosso Cristo, que já era visto no Mundo todo como um símbolo do Rio de Janeiro e do Brasil – não fosse a ex-capital federal, ela própria, havida como a Cidade Maravilhosa –, foi justa e merecidamente escolhido (3º em número de votos), ao lado de seis outras maravilhas, pela ordem de votação: a Grande Muralha da China; a cidade helenística de Petra, na Jordânia; a cidade inca de Machu-Picchu, no Peru; a pirâmide maia de Chichen Itza, no México; a antiga arena de combates do Império Romano, o Coliseu, em Roma e o túmulo de Taj Mahal, na Índia. Claro está que as pirâmides do Egito continuarão a ostentar, hors-concours, o título que lhes coube, desde antanhos tempos, de maravilha da humana criação.
Mas falemos um pouco de nosso Cristo-maravilha. Em missa em ação de graças comemorativa pela eleição, celebrada pelo cardeal-arcebispo emérito do Rio, D. Eugênio Sales, ao abençoar a estátua e os presentes, disse: “Não é uma alegria só para o Rio e o Brasil, mas para o Mundo todo. Há valores que são postos hoje de lado e Ele veio pregá-los”; palavras que devem merecer a mais profunda reflexão por todos nós e, principalmente, por aqueles que têm o privilégio e o dever de dirigir os destinos desta Nação. O presidente Lula da Silva, em nota oficial parabenizando a feliz escolha, reconheceu que – “O Cristo Redentor sempre foi uma maravilha do Rio de Janeiro e do Brasil. A partir de agora ele é, também, uma das sete maravilhas do Mundo”.
O monumento ao Cristo Redentor, que consta ser a maior estátua do Mundo, e talvez o seja, foi inaugurado há 76 anos (12/10/1931) no alto do morro do Corcovado; a ligação para sua iluminação foi feita de Roma, por ondas hertzianas, da estação de Coltano, sob o comando pessoal do físico italiano Guglielmo Marconi (Prêmio Nobel, 1909). É, desde então, um símbolo augusto do Brasil e como tal corre o Mundo. A estrutura feita em concreto armado e recoberta por mosaicos em escama, à base de esteatita, tem 30m de altura por outros tantos de envergadura e repousa sobre um pedestal de 8m de alto; uma escada interna dá acesso à cabeça e aos braços, coisa que poucos conhecem. Pesa 1.145t e recebe anualmente à volta de 1,8 milhão de visitantes, que chegam ao topo do morro por rodovia ou ferrovia. Em 2003 foi inaugurado um sistema de elevadores e escadas rolantes a fim de dar acesso mais fácil e cômodo à plataforma onde se assenta a escultura-símbolo. Projetada pelo engenheiro brasileiro Heitor da Silva Costa, a partir de desenho do artista plástico Carlos Oswald, igualmente brasileiro, a monumental efígie do Redentor foi confeccionada pelo escultor francês (de origem polonesa) Paul Landowski. O monumento é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) desde 1937.
A estátua está a 710m sobre a Baía da Guanabara e “De tal maneira se integrou ao pedestal de um penhasco negro e formidável que o conjunto é, de longe, um dos maiores momentos criados pela parceria do homem com a natureza”, a replicar o festejado escritor e jornalista Carlos Heitor Cony, também imortal da Academia Brasileira de Letras. E é da Lagoa “Rodrigo de Freitas” que se tem a mais bela imagem, a fantástica visão de seu pedestal granítico. Sua indiscutível beleza e fascínio fizeram-no cantado em prosa e verso, em peças antigas e recentes.
A inclusão do monumento ao Cristo Redentor entre as maravilhas do Mundo moderno, induvidosamente, despertará em todo este “rotundo Globo” não só admiração pelo nosso País, mas também o desejo de conhecê-lo, de visitá-lo, de admirá-lo, o que se reverterá em prestígio e crescimento de nossas receitas turísticas. Igualmente, o conhecimento pela Internet das características e histórico dos monumentos concorrentes e a divulgação festiva do resultado apuratório final na ribalta do Estádio da Luz, levado a cerca de 30% da população atual da Terra só fizeram por elevar o conceito em que o Brasil é tido lá fora.
Portanto, caros concidadãos, vamos exultar e comemorar mais essa retumbante conquista que os brasileiros vimos de alcançar. No dizer da “jovem guarda” de hoje, nosso Cristo rebentou! E nossa Maravilha ninguém tasca!
Nota: No alto fotografia aérea histórica tomada por ocasião da inauguraçlão do monumento do Cristo Redentor
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(*) O texto, escrito aquando da eleição do Cristo Redentor como uma das Sete Maravilhas do Mundo Atual, ganhará certamente muito maior visibilidade e notoriedade com a escolha do Rio para sediar a Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada em 2016.
(**) Médico e Escritor – ABRAMES/SOBRAMES
E-mail – serpan@amazon.com.br - www.sergiopandolfo.com
Sérgio Martins PANDOLFO**
São só sete as maravilhas
Deste Mundo de meu Deus;
Uma delas reina, brilha,
No Brasil, no Rio, nos Céus.
SerPan
É mais um brasileiro a fazer sucesso no Mundo. E um brasileiro-maravilha. Isso mesmo! A estátua do Cristo Redentor de braços abertos sobre a Guanabara, no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro, foi eleita, no passado dia 07.07.2007, em Portugal, uma das sete novas maravilhas do Mundo atual. E não fez por menos: foi a terceira mais votada em eleição considerada a maior já realizada pela Internet e por mensagens de telefones celulares, a qual contou com a participação de mais de 100 milhões de votantes do Mundo inteiro. O resultado foi divulgado em meio a belíssimo espetáculo, que teve a abrilhantá-lo a apresentação de artistas internacionais, no Estádio da Luz, em Lisboa, Portugal, feericamente engalanado para aquela noite de beleza.
À solenidade estiveram presentes vultos dos mais preeminentes das artes, dos esportes e da política internacional, tais quais o ex-astronauta Neil Armstrong, o ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a atriz e cantora Jenifer Lopez, o ex-técnico da seleção brasileira pentacampeã do Mundo e atual técnico da seleção nacional de Portugal, o gaúcho Luiz Felipe Scolari (que, feliz e emocionado, recebeu o prêmio pelo Cristo) e o primeiro-ministro português José Sócrates, presidente em exercício da União Européia. A apresentação oficial da cerimônia coube ao ator britânico Bem Kingsley e à atriz americana Hillary Swank.
A megaprodução foi transmitida por conexão multinacional intercontinental televisiva para mais de 170 países (dum total de 218, hoje), com uma audiência estimada superior a 1,6 bilhão de espectadores ao redor do Mundo (cerca de 30% da população atual do Globo, avaliada em 6 bilhões de terrícolas).
Sem ponta de dúvida a promoção do concurso The New 7 Wonders of the World foi uma idéia extremamente feliz e exitosa de uma fundação suíça, e já se fazia necessária para divulgar e tornar conhecidos os mais admiráveis e grandiosos monumentos atuais criados pela genialidade humana.
Acostumamo-nos a ouvir falar, desde sempre, das Sete Maravilhas do Mundo da Antiguidade, a saber: a estátua de Zeus (Grécia), o Templo de Artemis (Turquia), os Jardins Suspensos da Babilônia (Iraque), o Mausoléu de Helicarnasso (Turquia), o Farol de Alexandria (Egito), o Colosso de Rhodes (Grécia) e as Pirâmides de Gizé (Egito). Dessas, somente subsistem as pirâmides egípcias. Era tempo, portanto, de escolher outras, até porque o humano engenho cresceu, apareceu e floresceu.
Nada mais oportuno e até culturalmente importante, pra não falar do interesse turístico, em subida expansão atual, que escolher as “7 maravilhas” dos nossos dias. Para tal foram apresentadas algumas dezenas, apontadas ao redor do Mundo, das quais foram selecionadas, sempre por processo de sufrágio universal, as 21 mais sufragadas e, finalmente, as sete mais. E o nosso Cristo, que já era visto no Mundo todo como um símbolo do Rio de Janeiro e do Brasil – não fosse a ex-capital federal, ela própria, havida como a Cidade Maravilhosa –, foi justa e merecidamente escolhido (3º em número de votos), ao lado de seis outras maravilhas, pela ordem de votação: a Grande Muralha da China; a cidade helenística de Petra, na Jordânia; a cidade inca de Machu-Picchu, no Peru; a pirâmide maia de Chichen Itza, no México; a antiga arena de combates do Império Romano, o Coliseu, em Roma e o túmulo de Taj Mahal, na Índia. Claro está que as pirâmides do Egito continuarão a ostentar, hors-concours, o título que lhes coube, desde antanhos tempos, de maravilha da humana criação.
Mas falemos um pouco de nosso Cristo-maravilha. Em missa em ação de graças comemorativa pela eleição, celebrada pelo cardeal-arcebispo emérito do Rio, D. Eugênio Sales, ao abençoar a estátua e os presentes, disse: “Não é uma alegria só para o Rio e o Brasil, mas para o Mundo todo. Há valores que são postos hoje de lado e Ele veio pregá-los”; palavras que devem merecer a mais profunda reflexão por todos nós e, principalmente, por aqueles que têm o privilégio e o dever de dirigir os destinos desta Nação. O presidente Lula da Silva, em nota oficial parabenizando a feliz escolha, reconheceu que – “O Cristo Redentor sempre foi uma maravilha do Rio de Janeiro e do Brasil. A partir de agora ele é, também, uma das sete maravilhas do Mundo”.
O monumento ao Cristo Redentor, que consta ser a maior estátua do Mundo, e talvez o seja, foi inaugurado há 76 anos (12/10/1931) no alto do morro do Corcovado; a ligação para sua iluminação foi feita de Roma, por ondas hertzianas, da estação de Coltano, sob o comando pessoal do físico italiano Guglielmo Marconi (Prêmio Nobel, 1909). É, desde então, um símbolo augusto do Brasil e como tal corre o Mundo. A estrutura feita em concreto armado e recoberta por mosaicos em escama, à base de esteatita, tem 30m de altura por outros tantos de envergadura e repousa sobre um pedestal de 8m de alto; uma escada interna dá acesso à cabeça e aos braços, coisa que poucos conhecem. Pesa 1.145t e recebe anualmente à volta de 1,8 milhão de visitantes, que chegam ao topo do morro por rodovia ou ferrovia. Em 2003 foi inaugurado um sistema de elevadores e escadas rolantes a fim de dar acesso mais fácil e cômodo à plataforma onde se assenta a escultura-símbolo. Projetada pelo engenheiro brasileiro Heitor da Silva Costa, a partir de desenho do artista plástico Carlos Oswald, igualmente brasileiro, a monumental efígie do Redentor foi confeccionada pelo escultor francês (de origem polonesa) Paul Landowski. O monumento é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) desde 1937.
A estátua está a 710m sobre a Baía da Guanabara e “De tal maneira se integrou ao pedestal de um penhasco negro e formidável que o conjunto é, de longe, um dos maiores momentos criados pela parceria do homem com a natureza”, a replicar o festejado escritor e jornalista Carlos Heitor Cony, também imortal da Academia Brasileira de Letras. E é da Lagoa “Rodrigo de Freitas” que se tem a mais bela imagem, a fantástica visão de seu pedestal granítico. Sua indiscutível beleza e fascínio fizeram-no cantado em prosa e verso, em peças antigas e recentes.
A inclusão do monumento ao Cristo Redentor entre as maravilhas do Mundo moderno, induvidosamente, despertará em todo este “rotundo Globo” não só admiração pelo nosso País, mas também o desejo de conhecê-lo, de visitá-lo, de admirá-lo, o que se reverterá em prestígio e crescimento de nossas receitas turísticas. Igualmente, o conhecimento pela Internet das características e histórico dos monumentos concorrentes e a divulgação festiva do resultado apuratório final na ribalta do Estádio da Luz, levado a cerca de 30% da população atual da Terra só fizeram por elevar o conceito em que o Brasil é tido lá fora.
Portanto, caros concidadãos, vamos exultar e comemorar mais essa retumbante conquista que os brasileiros vimos de alcançar. No dizer da “jovem guarda” de hoje, nosso Cristo rebentou! E nossa Maravilha ninguém tasca!
Nota: No alto fotografia aérea histórica tomada por ocasião da inauguraçlão do monumento do Cristo Redentor
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(*) O texto, escrito aquando da eleição do Cristo Redentor como uma das Sete Maravilhas do Mundo Atual, ganhará certamente muito maior visibilidade e notoriedade com a escolha do Rio para sediar a Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada em 2016.
(**) Médico e Escritor – ABRAMES/SOBRAMES
E-mail – serpan@amazon.com.br - www.sergiopandolfo.com