MARIA BETHÂNIA – PERFUME DE MÚSICA

        Aqui vai um depoimento do momento mágico que o cinema me proporcionou. Antes, peço licença para tomar emprestado o nome do filme – MARIA BETHÂNIA – MÚSICA E PERFUME, que jamais esquecerei e me cansarei de assistir, e modificá-lo para servir de título a este “artigo”.
        Nós, humanos e por isso mesmo sensitivos, vivemos momentos mágicos os quais são possíveis porque existem os sentimentos e as sensações ligadas ao que convencionamos chamar de estado emocional, e que são resultantes do que considero o nascedouro de todas as emoções, a sensibilidade.
        A sensibilidade nos trás a alegria e a tristeza, o sonho e a realidade, o carinho e a indiferença, o afeto e o desafeto, o amor e o desamor, e por aí vão infinitas sensações e sentimentos que a alma humana absorve e acalanta.
        Como não poderia deixar de ser, a arte, aqui representada pelo cinema, música e poesia, também é fruto da sensibilidade. Se isoladamente aquelas representações da arte já nos emocionam, imaginemos todas elas juntas preenchendo os nossos sentidos, em especial o olhar e o ouvir, percebidos por meio de um filme que posso classificar, mesmo não sendo um especialista ou analista do assunto, como uma rara obra de arte que nos deixa na poltrona tão profundamente envolvidos, que vamos trocando intimidades com o seu conteúdo, fazendo-nos recordar os momentos mais felizes e sublimes da nossa vida, diante da grandeza do desfile de sensibilidade e pureza da música e da poesia interpretadas por Maria Bethânia, inspiração e protagonista do filme.
Como foi bom assisti-la, ouvi-la e senti-la dentro da alma, por meio da sua expressão, simplicidade, cumplicidade com a sua arte e público e com o amor e competência que empresta às suas interpretações musicais! Com a palavra Dona Canô, Caetano Veloso, Chico Buarque de Holanda, Nana Caymmi, Miucha e os seus não menos sensíveis e talentosos músicos, todos agraciados e enriquecendo o filme com as suas participações e depoimentos. Que o diga Gilberto Gil ao afirmar que Bethânia cantando e interpretando mais parece “um embate do tudo com o nada”.
Um filme completo que retrata, além da cultura e do romantismo musical das canções, a poesia, as paisagens da natureza brasileira, o amor, a simplicidade de um povo com sua religiosidade e crenças, a alegria, a dor, a saudade, o amor, a paixão, etc., enfim, um filme por meio do qual Bethânia mostra um Brasil musical, poético e único, não faltando a Bahia de suas históricas Santo Amaro da Purificação e sua gente e Salvador, nem o Rio de Janeiro com o seu cotidiano e imponente beleza.
Não sei quantas linhas ainda teria que escrever para descrever o que senti entregando-me ao prazer de assistir ao filme - confesso que até lágrimas liberei de emoção - por isso quero resumi-lo de maneira simples como ele e pedindo desculpas antecipadas se algo me escapar da mente, como um filme:
- contagiante
- sincero
- autêntico
- bem humorado
- romântico
- emocionante
- apaixonante
- iluminado
- poético
- feliz
- mágico
- perfumado
- perfumante ...
É como se as mais puras essências estivessem reunidas num só frasco de perfume. Bethânia consegue represar em si própria e por meio das suas interpretações e depoimentos, não somente todo um arsenal de competência artística, mas, também, um êxtase de sensibilidade e musicalidade.
Assistir Maria Bethânia – Música e Perfume é deixar-se embalar pela emoção que o filme irradia ao coração, a morada da sensibilidade da alma humana! É convencer-se de que realmente ela é música e perfume, mas, é principalmente descobrir que ela é o PERFUME DA MÚSICA!

Em 23.01.2006. - Marcelo Nunes Dantas
Marcelo Nunes Dantas
Enviado por Marcelo Nunes Dantas em 06/10/2009
Reeditado em 11/10/2009
Código do texto: T1851591
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