Estou acostumada a andar na contramão.
Tenho algumas parcas idéias sobre as coisas, quase sempre bato de frente com outras idéias feitas e consolidadas, mas,não me importa.Não vim aqui para concordar.Nem para criticar.
Respeito tudo que as pessoas pensam ou falam; é delas o direito de fazer escolhas,seja de situações ou pensamentos.
Mas, sagitariana otimista como sou,gosto de ver as coisas pelo lado positivo e entro em choque até com meus familiares por esposar uma idéia que eles discordam.
Por exemplo, acho que o governo Lula tem muitos acertos.
O Brasil, apesar de suas mazelas quinhentistas, está bem melhor posicionado no cenário mundial,é ouvido,cheirado e respeitado.
Perdemos até o nosso arquicomplexo de viralata.
No governo do “Todo Pomposo” FHC,cheio de títulos acadêmicos,medalhas e lauréis,sob o beneplácito da toda poderosa Fiesp e dos çábios (a cedilha é proposital,amigos puristas)economistas da FGV,a inflação era alta,a Petrobrás estava se desintegrando e o maldito gorducho Sérgio Motta andava por aí com malas recheadas de dinheiro para comprar a re-eleição e a nossa Grande Imprensa achava normal.
Mas, não quero me estender muito.
Conheço todos os problemas brasileiros desde que li “As veias abertas da América Latina” até os comezinhos artigos de jornais ou jornalecos atuais. Leio todos; os que pensam como eu(quase inexistentes)até a oposição mais radical.
Saúde e educação são nossos problemas básicos; segurança também, pois está ligada às anteriores.
Como cidadãos temos que cobrar do Congresso a solução destes problemas que tanto afligem o povo brasileiro; afinal,ele é o poder legislativo;faz as leis!
Ao nosso presidente,este e os que o antecederam,cabe elevar a imagem do nosso país, ser o garoto propaganda das nossas riquezas, defender nossos direitos nas Cortes Internacionais e fazer valer nosso suor.
E o carisma  e principalmente a “boa estrela” do nosso presidente ajuda um bocado.
Seu bom humor, sua tolerância com os opositores, sua aparente falta de rancor,seu alto astral tem feito milagres nesse país.Ele,apesar de nordestino e ignorante,parece amar o Brasil;e,eu digo como Gilberto Amado” quem não ama o Brasil não me interessa”.
Isso me lembra outro semi-analfabeto famoso, Ford,o pai da industria automobilística americana.Convocado pelo Senado ,foi acusado de ignorante por um republicano que duvidava da sua capacidade para gerir uma empresa da importância da Ford;o Velho respondeu:-não preciso ser letrado para isso;eu pago os letrados para fazerem o certo.
Essas idéias me vieram numa ensolarada tarde de domingo, por causa das Olimpíadas no Rio, que andam despertando muita indignação, inclusive aqui em casa.
Sei que temos milhares de outras prioridades; gostaria de vê-las todas resolvidas; certamente, tanto dinheiro seria melhor empregado na saúde,na educação,na moradia decente.
Sei que trilhões serão gastos. Muita gente vai por a mão nesse dinheiro,mas,isso acontece sempre com ou sem olimpíada e,pior ,com o nosso consentimento;porque não exigimos,não cobramos,nem punimos.
O lado bom é que muita coisa terá que ser melhorada: o transporte de massa,a hospedagem(70% dos hotéis cariocas estão na zona sul),a violência deverá ser controlada e os bairros da Zona Norte,pouco conhecidos e assistidos,enfim,terão sua vez.
Será construída uma Vila Olímpica, as lagoas e a Baía de Guanabara terão que ser despoluídas,
 
 
mais jovens  terão oportunidade nos esportes,haverá mais empregos  e o turismo trará dinheiro.
Dinheiro trará boas escolas e bons hospitais, basta querer. É o que Nietzsche chamava “vontade de potencia”.Quem quer,faz!
A visibilidade do Brasil e sua importância no cenário mundial será  fantástica
Por tudo isso é que continuo com a minha rotina: leio,estudo,penso,escrevo o que penso e o que sinto e sou fiel a mim mesma e aos meus princípios.
O problema do escritor é o mesmo, dizia Hemingway;” trata-se sempre de escrever de uma maneira verdadeira e,tendo descoberto o que é verdadeiro,projetar isso de maneira que a sua escrita se torne parte da experiência do leitor.”
Nem que seja apenas a verdade do escritor, eu complemento.
Honni  soit  qui  mal y pense”.
 
 






Miriam de Sales Oliveira
Enviado por Miriam de Sales Oliveira em 05/10/2009
Código do texto: T1848805
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