AMAZONIA, MANANCIAL DE RIQUEZAS

O “Inferno Verde” já começa a ser chamado aqui de “Paraíso Verde”, ante as perspectivas do futuro fabuloso desta região.

Assim é que o Projeto RADAM (Radar da Amazônia), após cumprir uma parte da sua vasta missão que irá até 1974, filmando e fotografando com aviões e aparelhamento especial toda uma enorme área previamente determinada, já anunciou (com discrição, pois os técnicos que nele trabalham são proibidos pelo governo de conceder entrevistas, tal a importância do seu programa) a existência de petróleo na Bacia do Acre e do Amazonas.

Essas jazidas, entretanto, ainda não foram confirmadas pela PETROBRÁS, que está mantendo a maior cautela sobre o assunto.

Utilizando o radar, câmara multi-especial infra-vermelho e vídeo tape, o RADAM já fez levantamento aerofotogramétrico em área superior a 3.700.000 quilômetros quadrados.

Segundo informações, as jazidas de petróleo cobrem uma área de 150.000 quilômetros quadrados, na Bacia do Acre quase com a fronteira com o Peru.

Isso sem contar as jazidas de minério (manganês, ouro, diamantes, cobre, etc.), inexploradas e já prognosticadas pelo radar.

As perspectivas, em vários campos de atividade econômica, são tantas que já começam a chegar missões estrangeiras, com o fim de estudar a aplicação de investimentos na Amazônia:- habitação, agricultura e pecuária são alguns deles.

Circula por aqui o Sr. Rodmann Rockefeller, filho do famoso milionário americano Nelson Rockefeller, que chefia uma comitiva de empresários americanos, os quais estão interessados em investir maciçamente na Amazônia. Diz o Sr. Rodmann que aqui está “o futuro da pecuária mundial”, por exemplo, declarando ainda que “a Amazônia será, dentro de pouco tempo, um dos maiores fornecedores de carne do mundo”.

Ainda bem que estamos cientes e conscientes disso, tendo o nosso governo, através de organismos ativos como a SUDAM e o BASA, tomado as medidas necessárias para a total garantia de exploração e desenvolvimento econômico da região amazônica.

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Belém, 01/72

OBS:- artigo para o “IEB”, o tablóide informativo da “Britânnica”, em São Paulo.