ESTOU COM UM POBREMINHA DOTÔ, TÔ PRESA!

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7 Abr, 09:29h

A mulata então aguardou que o seu marido partisse em uma viagem de negócios para a Suécia e Alemanha e resolveu, junto com a intermediária, conseguir o bebê. Colocaram as duas mulheres, a contratada e a outra, o plano de adoção em prática. Só que a polícia, que estava de olho e vigiando a maternidade, desconfiou que algo estava errado e a mulata acabou sendo presa em flagrante, quando saia com o bebê da maternidade. Nessa altura, a intermediária tinha já sumido. E a mulata foi levada para a delegacia e revelou que era casada com um sueco, que o filho era, mas não era bem filho deles, que iriam adotar. O delegado falou: - só se o seu marido for um sueco-japonês, pois a criança tinha todos os traços de um japonesinho da gema

A celeuma levantada com o garoto desaparecido no dia do nascimento, 16 anos atrás, nos fez lembrar uma estória verdadeira ocorrida na década de 1970. Um executivo sueco que veio trabalhar no Brasil, casado, pai de filhos já adolescentes, tentou se enturmar nos costumes brasileiros. Fazia isso sempre em companhia da mulher, também sueca, freqüentando não apenas os locais e ambientes freqüentados por executivos de origem, ou ligados à cultura nórdica.

Usavam e abusavam, na época, freqüentando as tradicionais boates da rua Major Sertório, que muita gente conheceu. Tentavam se comportar e se divertir como faziam os freqüentadores destes ambientes considerados muito alegres para casais, geralmente casados. Ocorreu que numa das noites conheceram uma mulata, tipo ´Sargenteli´. Sargenteli, hoje falecido, carioca conhecido por selecionar com o maior cuidado suas estonteantes bailarinas, teve uma filial de sua casa de espetáculos carioca, na avenida Paulista em São Paulo.

O casal de suecos, com intuito de ajudar, fez uma grande amizade com a mulata ‘sargenteli’ que, devido a problemas pessoais, acabou indo morar na linda mansão do casal em SP. Mansão esta ali no Campo Belo quando apenas existiam casas de altíssimo luxo, tendo sido esta em particular anteriormente habitada por um cônsul em São Paulo.

A partir daí, uma grande amizade entre eles começou, e paralelamente o sueco foi ficando cada vez mais apaixonado pela mulata ‘sargenteli’. O tempo passou, o casal de suecos separou-se e a mulher acabou voltando com um dos filhos para Estocolmo, onde passaria a morar. E o sueco, que morria de paixão pela mulata que conheceu na Major Sertório, passou a morar com os filhos que aqui ficaram, na luxuosa mansão do Campo Belo. Foi então que a mulata assumiu a posição de primeira dama da nova família assim constituída. Como ele não conhecia bem a língua e cultura brasileiras, não percebia que a mulata era bastante ignorante (desculpem, porém tenho que escrever de forma direta para melhor entendimento desta tragicômica narrativa).

Ela tinha filhos do ex-marido, encrencado com problemas jurídico-policiais. Como não tinham seus próprios filhos, ela convenceu o apaixonado/inocente sueco a adotarem um bebê. A partir dai, ela começou as buscas, não pelos meios normais e sim conversando com as pessoas que ela conhecia em cabeleireiras e outros locais. Todos tinham uma fórmula, que nem sempre era a mais adequada.

Foi aí que apareceu uma mulher que disse conseguiria um bebê recém-nascido numa determinada maternidade, desde que fosse feito um pagamento; prometeu ainda que conseguiria um lindo bebê branquinho como a maioria dos babês suecos. A mulata então aguardou que o seu marido partisse em uma viagem de negócios para a Suécia e Alemanha e resolveu, junto com a intermediária, conseguir o bebê. Colocaram as duas mulheres, a contratada e a outra, o plano de adoção em prática. Só que a polícia, que estava de olho e vigiando a maternidade, desconfiou que algo estava errado e a mulata acabou sendo presa em flagrante, quando saia com o bebê da maternidade. Nessa altura, a intermediária tinha já sumido. E a mulata foi levada para a delegacia e revelou que era casada com um sueco, que o filho era, mas não era bem filho deles, que iriam adotar. O delegado falou: - só se o seu marido for um sueco-japonês, pois a criança tinha todos os traços de um japonesinho da gema. Então, o delegado não teve dúvidas e anunciou: "teje presa."

A mulata, apavorada, não teve outro jeito, teve que ligar, às 2 da madrugada, para pedir ajuda ao advogado da firma. Estou com um pobreminha, dotô, tô presa! O advogado alegremente saiu da cama para representar a mulata, visando tentar abafar a situação criada, enquanto o sueco viajava. O que prova o ditado que a pressa é inimiga da perfeição.

Douglas Lara

Douglas Lara
Enviado por Douglas Lara em 04/10/2009
Código do texto: T1846948