A SAÚDE E SEUS PARADOXOS
A sensibilidade à dor do paciente se esvai, paralelamente, junto com a insensibilidade com que é tratada a questão saúde.
Não valemos.
Prescrevemos: atenção primária à saúde (saneamento, planejamento familiar, vacinação, etc).
Administram: remédios.
Nosso valor está avaliado em admissão sem custos e altas urgentes.
Constroem nosocômios alicerçados em fármacos imediatistas que “curam” aparentemente.
Bem sabemos, bem sabemos que as nossas vestes brancas reclamam, porque estão constantemente respingadas de marcas de sangue que saltam das nossas tensionadas correntes sanguíneas.
Insensíveis são aqueles que investem na dor – albergam as gentes debaixo de alicerces patogênicos; insensíveis são aqueles que suturam as lacerações com emplastros contaminados; insensíveis são aqueles que vomitam falações gordas diante de estômagos nauseados, coalhados e colabados pela fome.
Não valemos! Não valemos diante da situação que nos oprime; querem fazer-nos valer e proclamar saúde, saturando os dispensários farmacêuticos com medicações inservíveis e superfaturadas.
Como fazer-me (nos) valer diante do paradoxal valorização dos profissionais, presenteados com valores chamados vales?
Quanto valem as nossas ações primariamente improvisadas?
Valemos ou não?
Os paradoxos nos permitem analisar que valemos pela ousadia e sermos guerreiros (as) que trabalham para que a saúde não seja eternamente estado comatoso de “bem(mal) estar”.
A fisiopatologia de todo mal que nos aflige é conhecimento, assim é preciso adotar a terapêutica de drenar o abscesso que está entranhado na construção deste alicerce forte; fazer escorrer toda secreção purulenta e fétida que adoece nosso povo e tornam patogênicas as nossas ações.
(artigo publicado no Jornal ABEn DF, 1996)
A sensibilidade à dor do paciente se esvai, paralelamente, junto com a insensibilidade com que é tratada a questão saúde.
Não valemos.
Prescrevemos: atenção primária à saúde (saneamento, planejamento familiar, vacinação, etc).
Administram: remédios.
Nosso valor está avaliado em admissão sem custos e altas urgentes.
Constroem nosocômios alicerçados em fármacos imediatistas que “curam” aparentemente.
Bem sabemos, bem sabemos que as nossas vestes brancas reclamam, porque estão constantemente respingadas de marcas de sangue que saltam das nossas tensionadas correntes sanguíneas.
Insensíveis são aqueles que investem na dor – albergam as gentes debaixo de alicerces patogênicos; insensíveis são aqueles que suturam as lacerações com emplastros contaminados; insensíveis são aqueles que vomitam falações gordas diante de estômagos nauseados, coalhados e colabados pela fome.
Não valemos! Não valemos diante da situação que nos oprime; querem fazer-nos valer e proclamar saúde, saturando os dispensários farmacêuticos com medicações inservíveis e superfaturadas.
Como fazer-me (nos) valer diante do paradoxal valorização dos profissionais, presenteados com valores chamados vales?
Quanto valem as nossas ações primariamente improvisadas?
Valemos ou não?
Os paradoxos nos permitem analisar que valemos pela ousadia e sermos guerreiros (as) que trabalham para que a saúde não seja eternamente estado comatoso de “bem(mal) estar”.
A fisiopatologia de todo mal que nos aflige é conhecimento, assim é preciso adotar a terapêutica de drenar o abscesso que está entranhado na construção deste alicerce forte; fazer escorrer toda secreção purulenta e fétida que adoece nosso povo e tornam patogênicas as nossas ações.
(artigo publicado no Jornal ABEn DF, 1996)