Revolução é preciso
No momento em que se abre a possibilidade de tomar a decisão mais correta em uma eventual discussão, a melhor alternativa nem sempre é aquela que agrada a todos. E nem deveria haver uma preocupação com o pensar da maioria. O importante numa posição em defesa de um argumento é a ética e a moral, se o bem poderá ser realizado a contento ou, pelo menos, fará sua presença ser relevante. Quando o diálogo se esvai, não existindo mais nenhum instrumento legal para chegar a um acordo, a solução para muitos é usar a força. Deixar-se contaminar pelo instinto animal ao invés de usar o intelecto, a razão, é um mal que se alastra em todos os lugares, desde o abuso por parte de nações ditas “poderosas” até os mais humildes lares educados pela “mídia-medíocre”.
No entanto, além dos conhecimentos inerentes a nossa capacidade de raciocinar, do instinto animal que perpassa todo o ser, existe mais uma característica comum a todos os seres humanos: a emoção. Na sua exaltação, a “emoção” pode contaminar a correta compreensão que devemos ter sobre uma determinada questão. Por outro lado, sua participação comedida devida à presença da virtude “prudência”, contribui e muito para que a justiça e o bem atuem de forma significativa na promoção de uma ação moral e eticamente correta. Seja qual for o contexto – exaltação ou tranqüilidade –, a realidade que se constitui chama-se: “revolução”.
Segundo esse ponto de vista, distinguimos dois tipos de revolução: em sentido de revolta (perda da razão) e de retornar (re) ao processo de ‘evolução’ antes deixado para traz. Nesse caso, evidencia o desejo de continuar o crescimento que se perdera o foco, acreditando que o percurso foi desviado e precisa ser retomado de onde parou. Revolucionar de forma mais eficaz é provocar uma atuação conjunta da sabedoria com a emoção, no intuito de fortalecer o maior instrumento capaz de alterar o que for preterido para o bem de todos.
Chamamos tal expressão magna de nossa ação efetiva de uma valorização consciente da emoção dirigida pela prudência de: “revolução do amor”. O amor em si pode ser provocado por um estado de espírito que independente de sua ação, nada vai alterá-lo ou mudar suas características – quem ama, ama. Precedida da palavra “revolução” – esta obtém outro significando inverso ao de revolta, do uso abusivo da força e da limitação da liberdade de ir e vir –, o amor age de forma prática na sociedade e em qualquer situação que se faça necessário mais do que palavras.
Revolucionar pelo amor dispensa exemplos, basta olharmos com outros horizontes os motivos que levaram homem a realizarem grandes façanhas cuja história os reservou um lugar especial. Até o amor nos conduz a uma revolução quando não existe outra alternativa mais “racional”, provocando nos corações sustentáculos do ideal presente na razão e que logo mais será posto no mundo das construções reais da solidariedade e do bem comum.