A CONQUISTA DA LUA

Que teríamos nós a dizer quando tudo já foi dito sobre a memorável façanha dos três astronautas americanos, Armstrong, Aldrin e Collins? Nada, ou melhor, quase nada. A perplexidade pelo grandioso feito é tamanha que nos intimida a esboçar “Nossa Opinião”. Mas, mesmo assim, cumpriremos o nosso dever de repórter.

“Explorada a Lua” (Il Tempo), “Com o pé na Lua” (Il Giorno), “Desceram” (Il Messagero”, “O Homem está na Lua” (Corriere della Sera), “A Águia desceu” (La Notte di Milano), “Adão na Lua” (Gazzetta del Sud), “Na Lua” (La Stampa) e “Homem na Lua” - A proeza do módulo lunar da Apolo II” (New York Times), são algumas das manchetes dos principais jornais do mundo ante a incrivel aventura dos americanos. O evento superou todas as expectativas. Foi sublime, foi magnífico!

O homem conquista, finalmente, o planeta satélite da Terra, culminando uma série de vastas experiências e tentativas que começaram desde os primórdios da civilização humana, com escala importante no ano de 1906, quando o brasileiro Santos Dumont fez voar o primeiro “mais pesado que o ar”.

Do batismo das constelações até hoje a caminhada foi longa. P`tolomeu, Copérnico, Galileu, Da Vinci, Kepler, Newton, Herschell, Laplace, Julio Verne, Tsiolkovski, Goddard, Oberth e somente Von Braun vendo com seus próprios olhos, em 1969, a realização desse sonho de quatro mil anos!

É inacreditável, mas verdadeiro! Ao fitarmos a lua branca, pálida e romântica da meia noite de 20/julho/1969 não podíamos aceitar a idéia de que, naquele instante, homens da Terra pisavam pela primeira vez o solo lunar. Mas as imagens estavam ali, na televisão! Primeiro Armstrong, depois Aldrin. Desceram da “Aguia”, ensaiaram passos titubeantes na superfície prateada da Lua, deram pulos de cangurú entusiásticos, cravaram a bandeira americana no terreno, que ficou imovel face à inexistência de ventos, espalharam pelos arredores diversos aparelhos eletrônicos que enviariam, posteriormente, dados para o Centro Espacial de Houston, colheram amostras do solo e, após duas horas do primeiro “pic-nic” lunar da História da Humanidade, retornaram à “Aguia” para a longa viagem de volta.

Estava realizado o sonho! O homem pousara na Lua. Era o início de nova fase, objetiva, concreta, realística. E também o fim da poesia! ...

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São Paulo, 23/07/69

OBS:- artigo para O ARAUTO, tabloide informativo dos funcionários da “Encyclopaedia Britânnica do Brasil”, de São Paulo.

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 30/09/2009
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