Cotas raciais, a quem interessa?

Quando o presidente Barak Obama estava em campanha presidencial, de leste a oeste dos Estados Unidos e teve uma votação expressiva do eleitorado americano não foi mera coincidência. Em nenhum momento o discurso do ex-candidato a Casa Branca deixou de ter coerência aos objetivos do povo americano. O teor dos seus pronunciamentos de que o candidato era um homem americano (jamais usou o adjetivo negro), que buscava os anseios de sua sociedade, (entenda-se pretos e brancos), chegando a dizer que o Estado americano nada mais devia aos negros do país. Os EUA já tinham pagado a sua dívida aos descendentes de escravos. Os seus discursos jamais tiveram tom discriminatório, segmento étnico, o que fez os americanos a acreditarem em suas idéias de mudanças, recuperar a imagem e a supremacia econômica, industrial e cultural que a nação perdeu em pouco espaço de tempo, sob o signo de outra administração. O interessante é que num país cuja a população de negros é somente 12% e foi duramente perseguida e lutara na década de 1960 pelos direitos civis e, hoje um homem dessa mesma etnia é eleito com um número de votos consideráveis, por uma população tanto de maioria, tanto de minoria, expresse uma idéia que até pouco tempo era impossível imaginar em ouvir. Para não dizermos que não falamos do Brasil, um país no sul das Américas, possui uma população de cerca de 193 milhões de habitantes, segunda estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, em 2008, colonizado pelos navegadores portugueses, foi a última das nações colonizadas a libertar seus negros escravos, assim mesmo por pressão das outras potências colonizadoras. Ao contrário dos habitantes do Norte, no Brasil os negros são a metade da população, onde a mestiçagem marcou presença em cores fortes na nossa cultura. Depois dos países africanos, o Brasil é a nação onde se concentra o maior número de negros do mundo e curiosamente são chamados de minoria. Nas páginas da nossa história, estão registrados vários episódios políticos e mesmo assim nunca houve rebeldia de exigência de reparação derivadas de séculos de escravidão. A quem interessa esse marketing vergonhoso? Está comprovado cientificamente que o ser humano (independente de cor, raça, religião, classe social etc.) é competente para desempenhar qualquer função de cunho intelectual, pois ele é dotado de um cérebro que o faz ter a faculdade de raciocinar e discernir o certo e o errado, o bom e o ruim. É tão verídica essa tese que o mundo está repleto de negros e outras etnias também, em vários setores da sociedade intelectual e produtiva. Se não vejamos: existem negros engenheiros, arquitetos, médicos, advogados, professores, músicos, juízes e por ai vai e nenhuns desses profissionais se valeram de artifícios mesquinhos e vergonhosos como programa de cotas ou qualquer outro tipo de humilhação para galgar a fama e o sucesso. Esse marketing na verdade é formado por um grupo de negros que têm espaço na mídia e querem estar em vogue, ou seja, querem estar em evidência, deixarem seus nomes na história, com um objetivo que só vai subtrair a capacidade intelectual do ser humano negro. Esse projeto não é uma glória e sim uma inglória, é uma luta burra e retrógrada, só vai certamente expelir o que está nas veias do nosso povo mestiço, a discriminação racial. Torço que os nossos congressistas tenham o mínimo de bom senso, faça prevalecer o texto da Carta Magna, de que perante a Lei todos são iguais, independentes de cor, raça, sexo, etnia, religião, classe social etc., e com isso não aprovar esse projeto que só tem o destino de ridicularizar um grupo étnico, que historicamente já é bastante discriminado culturalmente e num momento em que o mundo todo luta pela igualdade social, racial e econômica, um pequeno conjunto de inexpressivas pessoas, querem ver o circo pegar fogo e na realidade, não passarão pelo vexame de uma discriminação, esse grupo irá dizer que no nosso país há preconceito. O Congresso Nacional como a sociedade como um todo tem que estar atentos para isso, pois é muito sério procurar sucesso as custas dos sentimentos étnicos alheios.

Les oiseaux
Enviado por Les oiseaux em 30/09/2009
Código do texto: T1839898
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.