Calamidades
Os rabiscos que, lentamente, vou delineando nesse papel amarelado, em nada condizem com o meu estado de espírito atual. Há um vento gélido a soprar no fim de tarde de um setembro de muitas calamidades ambientais. Existe um ar melancólico no ar...A fúria da natureza
mais uma vez se manifestou abruptamente. Ceifou vidas humanas; destelhou sonhos e provocou rupturas existenciais e materiais profundas de difícil reconstituição. O caos apocalíptico instalou-se por uma vasta área urbana e rural de uma forma avassaladora sem que houvesse tempo de evitar o pior. Seria esse o preço ou o castigo a pagarmos pela degradação indiscriminada do meio ambiente?
Deve ser muito sofrido ao ser humano a etapa seguinte da reconstrução. Além da perda irreparável, ficam as seqüelas emocionais que perduram por toda a vida. Não há estrutura familiar, sentimental ,ou mesmo lampejos de solidariedade que suporte tamanha perda imposta imperiosamente. Por mais que haja o estado de alerta emitido com alguma antecedência, é da natureza humana abalar-se com acontecimentos insólitos.
Menos mal, que o ser humano parece sempre renascer das cinzas. A vida é movida a constantes desafios e mesmo quando tudo desmorona ao redor, existe dentro de cada um, uma força maior que impulsiona para o recomeço. Mesmo diante de situações extremamente adversas. Nuvens negras e tempestades repentinas e indesejáveis, não são perenes. Tanto é verdade, que enquanto eu fazia esses rabiscos, as nuvens carregadas se dissiparam e já possível ver o sol brilhar novamente...Mãos à obra!