EM NOME DA PAZ (DE SCHYRLEI PINHEIRO)

Somos frutos de sementes vazias; nascemos ocos, e, ao longo da vida, vamos aprendendo a preencher espaços, com o dito, escrito e pensado.

A cada passo de nossa longa caminhada, temos que adubar a razão, plantar valores, separar as escolhas e compartilhar a colheita nas horas incertas, com as pessoas certas, assumindo a responsabilidade dos erros, que nos leva à perda de opções, no tempo.

A vida é curta e não tem retornos, entretanto, perdoamos-nos através do amor, que sempre floresce na estação carinho, quando existe o respeito, admiração, amizade, e descobrimos a nossa verdade, brotando meio ao deserto perfumado, e iluminado pelas cores do novo amanhecer, que não inova, mas renova a esperança de futurecer, vestindo a força do caráter, que trabalha dentro de nós, sem cessar um instante, alimentando-nos no sonho de viver para vencer os obstáculos do agora, que não poderemos levar conosco, nem deixá-los como divisor de uma soma, que temos como missão multiplicar, usando o recurso que dispomos como uma ferramenta de progresso e bem querer.

O julgo sempre será medido e refletido no espelho da verdade, onde o milagre acontece, sem a cegueira da vaidade, ou a mudez da insensibilidade quer crer, que ficará imune a tudo que o oposto do bem pintou com mentiras, na fantasia de ser o melhor, numa vida absolutamente igual para quem embarcou, e navega com o mesmo propósito de chegar ao porto da verdade, exibindo ao júri seu fardo, em nome da paz.