“OS MÁRTIRES DA EDUCAÇÃO”

“OS MÁRTIRES DA EDUCAÇÃO”

Welinton dos Santos é psicopedagogo

Muitos falam que a falta de qualidade da educação está nos professores, será? Analisando desta forma é como decretassem incompetência de muitos profissionais que dão vida e amor a sua profissão, portanto, não devemos generalizar, existem bons professores no país e mesmo aqueles que estão aquém do esperado são necessários avaliar sob qual ambiente recebeu suas qualificações e quais os recursos disponíveis para concretização do saber.

No ano de 1993, escrevi um artigo para um jornal regional do Vale do Paraíba paulista, comentava sobre o absurdo do valor que era gasto com educação sendo um dos menores de uma lista de 30 países avaliado pela OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, na época eu me lembro de que na mesma coluna algumas autoridades importantes do Ministério da Educação escreviam, dela para cá, as coisas mudaram, hoje o Brasil é 2º que mais investe no mundo, de acordo com pesquisa feita pela mesma instituição, que é neutra e de grande competência, portanto as palavras surtiram efeito, mas existem arestas a serem realizadas em todo o sistema educacional brasileiro e os professores não podem ser os culpados da história.

Em todo sistema profissional existe falhas, bons educadores e pessoas despreparadas às vezes ocupam o mesmo nível educacional.

O treinamento é a ferramenta básica para mudar esta realidade. Faz-se necessário criar vários núcleos de estudo do aprimoramento educacional que contemple o ser ao invés do ter, de perguntas desafiadoras do que respostas interessantes, sair do improviso para a prática, da teoria para o pensar.

Fiscalização e avaliação de toda cadeia educacional, para analisar o que de fato acontece na sala de aula. Trabalhos em grupo que demandam 30% das atividades, necessitam de capacitação técnica dos desenvolvedores, porém, o nível técnico dos professores nas escolas públicas e em parte das privadas é ainda ineficiente para avaliar de forma adequada este tipo de realidade. Enquanto existirem rótulos nas salas de aula, provocadas por professores despreparados, a educação não irá evoluir e por consequência poderão criar bloqueios no futuro profissional dos estudantes ali inseridos.

O acesso à cultura e educação foi facilitado com o advento da internet e com o Programa Banda Larga na Escola do Governo Federal além de vários outros programas estaduais, por volta de 56 mil escolas públicas no Brasil serão atendidos no próximo ano, portanto surgem novas ferramentas de estudos, programas de: distribuição de merenda, material escolar e transporte escolar todos gratuitos estão contribuindo para mudar a realidade brasileira, mas agora é hora de investir no principal, no professor, capacitá-lo e valorizá-lo, pois o desenvolvimento de uma nação sempre está atrelado ao conhecimento de seu povo.

Os alunos brasileiros começam a entrar no mundo da inclusão digital. Ver os novos padrões educacionais é gerar riqueza, identificando novas oportunidades profissionais que agreguem a sustentabilidade e o respeito a sociedade.

Precisamos de informação e bagagem intelectual, portanto linhas de pesquisas são necessárias as crianças desde o ensino fundamental em práticas da física, química, biologia e outras disciplinas para o desenvolvimento pedagógico.

Concentrar somente o aprendizado em lousas de giz é regredir ao século XIX, precisamos evoluir para um olhar mais crítico, realista e dinâmico, afinal a televisão, o video-game, o celular e a internet transitam no ambiente escolar, portanto novas realidades estão presentes. Sair do sedentarismo acadêmico e correr riscos, para que sonhos se tornem reais. O cultivo da criatividade e a ousadia no realizar simbolizam novos desafios educacionais para provocar o repensar no papel do educador.