Centenário de Euclides da Cunha - Memória ou Esquecimento?

(1866-1909)

Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em Cantagalo (RJ), no dia 20 de janeiro de 1866 e faleceu em 15/08/1909. Foi escritor, professor, sociólogo, repórter jornalístico e engenheiro, tendo se tornado famoso internacionalmente por sua obra-prima, “Os Sertões”, que retrata a Guerra dos Canudos.

Graças Os Sertões, Euclides foi eleito para a Academia Brasileira de Letras e para o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Mais tarde, seria nomeado, pelo barão de Rio Branco (então ministro das Relações Exteriores), chefe da Comissão de Reconhecimento do Alto Purus.

Viajou milhares de quilômetros pela Amazônia. De volta ao Rio de Janeiro, trabalhou no Itamarati, redigindo o relatório da viagem ao Purus e corrigindo ou elaborando mapas da região visitada. O livro "Os Sertões" é o pioneiro do modernismo brasileiro. Trata-se, segundo Antônio Houaiss, de "um livro inigualável pelo seu tema, de rara beleza e singular objetividade. É um painel do Brasil - gentes, terras, viver cotidiano na guerra e na paz".

Analisando a sua obra, não é difícil perceber-se que “Os Sertões", estão entre o que de melhor se escreveu em língua portuguesa e que existia no escritor um projeto maior de interpretação nacional.

A sua trajetória foi interrompida, a sua obra e o seu pensamento não foram concluídos, mas, atravessaram o tempo e permanecem estudados, discutidos e interpretados.Preocupo-me que com o tanto, que ainda tenha que se concluir do seu pensamento, no centenário de sua morte, venha-se discutir a tragédia trazendo a lembrança pessoas que nunca passariam ou nada acrescentariam à história.O vigor e sensibilidade de sua obra não cabem coadjuvantes esta que é a verdade.