Vários são os hormônios denominados de androgênios ou androgênicos, produzidos tanto no corpo dos machos quanto das fêmeas: diidrotestosterona (DHT), testosterona e androstenediona são três deles.
 
Ao contrário do que se diz sobre a testosterona, a diidrostestosterona é o mais potente hormônio androgênico.
 
Quimicamente, a diidrotestosterona possui 2 átomos a mais de hidrogênio que a testosterona.
 
A testosterona estimula a síntese de proteínas em células-alvo. E, nas células-alvo, quase toda a testosterona é convertida em diidrotestosterona.
 
A testosterona é transformada em diidrotestosterona na próstata: o desenvolvimento do pênis e o crescimento da próstata são de responsabilidade da diidrotestosterona.
 
As secreções da próstata se juntam às secreções dos testículos e das vesículas seminais para formarem o sêmen: o sêmen é o líquido transportador e nutriente de espermatozóides dentro e fora do corpo do homem.
 
Os espermatozóides nascem nos testículos mas se tornam realmente células maduras nos túbulos dos epidídimos.
 
Os hormônios androgênicos são sintetizados nas glândula supra-renais de machos e de fêmeas e, também, nos testículos dos machos: essa síntese é realizada a partir do colesterol; entretanto, a sua produção inicia-se sob o comando do Hipotálamo.
 
O Hipotálamo secreta Hormônio de Liberação das Gonadotropinas (GnRH) e este induz a liberação do Hormônio Luteinizante (LH) e do Hormônio Folículo Estimulante (FSH): LH e FSH são secretados por células da Hipófise anterior.
 
O FSH tanto promove o crescimento dos folículos nos ovários das fêmeas quanto promove a formação de espermatozóides nos testículos dos machos. o LH tanto induz a secreção, pelos ovários, de hormônios sexuais nas fêmeas quanto induz a secreção de testosterona pelas células de Leidig dos testículos.
 
Os hormônios de machos e de fêmeas são, além de androgênicos, andrógenos.
 
Os andrógenos produzidos pelas glândulas supra-renais são, junto com os hormônio testosterona secretado pelos testículos, os responsáveis pelo desenvolvimento e pela manutenção dos caracteres sexuais masculinos secundários.
 
O que os homens tomadores de hormônios ou "bombadores" das academias de ginástica esquecem é o chamado feedback negativo da produção de testosterona: quantidades elevadas de testosterona inibem a secreção de LH e FSH; a inibição secretória de LH e FSH diminui a produção de testosterona. Esse é o efeito dos erroneamente chamados anabolizantes.
 
Os esteróides sintéticos ou "bombas", usados principalmente nas academias de ginástica pelos homens, são vários:
-metenolona, de apresentação parenteral e armazenado no corpo por volta de 9 meses; além dos efeitos de esterilização, produz músculos, perda de gordura e líquido subcutâneo;
-nandrolona, de apresentação parenteral e armazenado no corpo por volta de 18 meses, seus resultados são ultra-rápidos em termos de ganho de peso, ganho de líquido e não traduz ganho de massa muscular definida;
-stanozolol, de apresentação oral e parenteral, "seca" gordura porque retém pouco líquido e define a musculatura; tais resultados variam de pessoa para pessoa e, portanto, são controversos entre os usuários;
-testosterona cristalina, de apresentação parenteral, é armazenada no corpo entre 2 e 6 meses. Porque composta de 4 tipos de testosterona (decanoato, fenilpropianato, isocaproato e proprianato), aumenta exageradamente o desejo sexual e é usada junto com outros esteróides sintéticos;
-somatrofina, além do seu alto preço, exige cuidados que nem sempre os usuários têm paciência para seguir; o uso sintético traz vários efeitos adversos, geralmente desconsiderados porque, de igual modo, fortalece ossos, melhorar a performance atlética e sexual, abaixa a pressão arterial, aumenta massa muscular não gordurosa;
-oximetolona, de apresentação oral, é armazenada no corpo por volta de 2 meses. Aumenta força e massa corporal e, o que quase nunca é respeitado, o seu uso não deve ultrapassar seis semanas;
-clembuterol, de apresentação oral, é armazenada no corpo por volta de um mês. Tem poder estimulante, similiar à adrenalina, com efeitos colaterais normalmente desconsiderados;
-oxandrolona, de apresentação oral, é armazenada no corpo por volta de dois meses. Considerando verdadeira "bomba" porque o seu usuário experimenta uma "explosão" de aumento de força, embora os efeitos de "implosão" sejam desconsiderados, sobretudo quanto à intoxicação do fígado;
-mesterolona, de apresentação oral, é armazenada no corpo por volta de dois meses. Seu efeito, além de circunscrever-se à definição corpórea, é não permitir a aromatização dos esteróides (ou seja, que um esteróide masculino seja transformado em feminino como acontece, em graus variáveis, a todos os anteriormente citados);
-boldenona, de apresentação parenteral, é armazenada no corpo por volta de 18 meses e é de uso veterinário e, portanto, comum o uso nas academias de ginástica sobretudo das capitais.
 
Mesmo que todos os androgênicos sejam esteróides nem todos os esteróides são androgênicos.
 
Se a testosterona por si só não é sinônimo de masculinidade, força e massa muscular também não é sinônimo de virilidade; da mesma forma, bíceps, tríceps, quadríceps, gastrocnêmios, peitorais e glúteos protuberantes não são, por si sós, sinônimos de saúde, de beleza – embora possam ser alvos de inveja por quantos têm manifestos ou escondidos complexos de inferioridade quanto aos seus corpos naturais.

Afora o fato de consumo desmedido de "anabolizantes" sintéticos, toda a ação do corpo é ação metabólica: as dimensões naturais do metabolismo são o anabolismo (síntese produtora de compostos para o corpo) e o catabolismo (síntese ou "quebra" dos compostos produzidos pelo anabolismo).
 
Metabolismo é rede de transformações (ou reações químicas) porque passam as substâncias formadoras e mantenedoras da vida do corpo: vida no corpo significa rede de ação anabolizante e de ação cabolizante.
 
A vida possível é, pois, um processo permanente e interconexo de ações anabolizantes e catabolizantes; dito de outra forma, não existe vida sem os processos naturais (ou biológicos) de anabolizantes e de catabolizantes.
 
Dentre os compostos produzidos pela dimensão anabólica do metabolismo do corpo estão os esteróides.
 
Esteróides são moléculas solúveis em gordura (lipossolúveis) cuja composição química é de 17 átomos de carbono que formam quatro anéis ligados entre si. Essa disposição em quatro anéis traduzem a qualificação de esteróides tetracíclicos.
 
Os esteróides que contêm um ou mais grupo de –OH (hidroxila, um hidrogênio e um oxigênio) e nenhum grupo C=O (carbono e oxigênio por dupla ligação) são chamados de esteróis.
 
Esterol é a combinação de esteróide e álcool.
 
Um dos esteróis é o colesterol, presente apenas nas gorduras animais.
 
A substância fundamental na produção de esteróides é o colesterol: colesterol é um dos componentes de todas as estruturas celulares do corpo e responsável pela síntese biológica de vários hormônios. 
 
Sem colesterol não haveria vida: ele tanto é naturalmente produzido pelo corpo quanto obtido pela alimentação: sem colesterol não seria possível a síntese dos hormônios esteróides.
 
As funções básicas do colesterol no corpo são:
-compor a membrana das células do corpo;
-ajudar na reprodução e no crescimento do corpo;
-participar do desenvolvimento da inteligência;
-auxiliar o desenvolvimento do sistema nervoso;
-matéria-prima para produção de hormônios;
-absorver vitaminas solúveis em gordura (A, D, E, K);
-digerir gorduras (lipídeos);
-transportar triglicerídeos (gorduras no sangue);
 
Embora cada célula do corpo seja capaz de produzir o próprio colesterol para as suas funções, entre 70 ou 75 e 80% do colesterol no corpo é produzido pelo fígado para as ações reguladoras do metabolismo; entre 30, 25 ou 20% da quantidade de colesterol no circulante no sangue do corpo derivam de estilos de vida (alimentação, atividade ou inatividade do corpo...).
 
A lenda do colesterol bom e do colesterol ruim foi construída a partir da qualidade e da quantidade de alimento é consumido: esse alimento consumido responderá de 20 a 30% do possível excesso de gordura consumida e não metabolizada pelo corpo.
 
Existem cinco tipos de colesterol:
-HDL (lipoproteína de alta densidade);
-LDL (lipoproteína de baixa densidade);
-VLDL (lipoproteína de baixíssima densidade); no sangue, o VLDL converte-se em LDL e nessa transformação produz novo tipo de colesterol:
-IDL (lipoproteína de densidade intermediária);
-Quilomicrons (lipoproteína de maior dimensão e menor densidade responsável por transportar triacilglicerídeos exógenos presentes no sangue para músculos e outros tecidos do corpo).

Lipoproteínas são moléculas de lipídeos e de proteínas formadas por triglicerídeos e ésteres de colesterol (colesterídeos).

Não existe colesterol bom e colesterol ruim: existem quantidades de colesterol não totalmente utilizado pelas células do corpo nem reutilizado que podem ser benéficas ou maléficas.


O LDL produzido no fígado é levado, pela corrente sanguínea, a todas as células do corpo: após a utilização de todo o colesterol necessário para cumprir as suas funções, as células do corpo secretam o restante de colesterol não usado para o sangue; nesse movimento, o próprio corpo age para eliminar ou reaproveitar esse excesso de colesterol não utilizado pela célula. Assim, o fígado secreta o colesterol do tipo VLDL para aquela eliminação ou reaproveitamento daquele excesso de colesterol LDL não utilizado pela célula. Esse reaproveitamento é para a síntese dos sais biliares.

Importante lembrar os órgãos do corpo produtores (sintetizadores) de colesterol, além do fígado: intestino, testículos, ovários e córtex das supra-renais. Fígado e intestino são os maiores produtores, seguidos dos demais órgãos citados.

Essa reafirmação esclarecedora também serve para os testículos que não são os produtores supremos de sêmen nem os responsáveis diretos pela ereção do pênis: dessa forma, homens sem testículos (orquiectomizados) e sem próstata (prostatectomizados) continuam sendo machos como qualquer outro macho, da mesma forma que uma mulher sem útero (histerectomizada), sem ovários (ooferectomizada) e sem seios (mastectomizada) continua sendo fêmea quanto qualquer outra fêmea.

Uma mulher sem vagina parece ser improvável; homem sem pênis são inúmeros, por doença ou por opção (eunucos). E mesmo estes continuam sendo homens embora não possuam o pênis para relações sexuais: ainda assim, continuam sendo homens e, se o quiserem, com vida afetiva e afetivo-sexual ativas.
Carlos Fernandes
Enviado por Carlos Fernandes em 27/09/2009
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