A fé invejável do centurião (abaixo os dogmas)
Eu tenho inveja, muita inveja toda vez que eu leio a passagem do centurião. Para quem não conhece, eu vou contar com as minhas palavras, como se fosse uma história nova, acontecida ontem. Assim se passou:
Um homem chamado Jesus vivia em sua terra, entre os israelitas, mas entre sua gente havia grande desconfiança, pois uns achavam que ele realmente era o messias – aquele prometido por Deus para salvá-los das mãos dos inimigos; entretanto outros se opunham a esta ideia, principalmente os mestres da lei, ditos fariseus. O povo vivia em meio a esta dúvida.
Eis que um dia, Jesus desce um monte, após fazer um grande sermão que ficaria para história da humanidade como o maior tratado de paz e força interior que o mundo já presenciou, e entra na aldeia de Cafarnaum. Assim chegando, um centurião – soldado responsável por uma unidade de infantaria do exército romano – foi em sua direção e lhe pediu para que curasse o filho dele que sofria horrivelmente de paralisia. Jesus concorda em ir até a casa do centurião para curar o rapaz; porém o centurião, em um gesto de profunda humildade e confiança em Jesus lhe diz: “Eu não sou digno de que entres na minha casa, mas dize uma só palavra e o meu filho ficará curado. Porque até eu, que não passo de um subalterno, tenho soldados às minhas ordens e digo a um deles para ir, e ele vai, e se digo a outro que venha, e ele vem.” Jesus ficou admirado com tudo isto, e advertiu o seu povo:”Eu vos declaro esta verdade: em nenhum dos israelitas encontrei tamanha fé!” Conclusão: o filho do centurião foi curado.
O mais importante nesta passagem do evangelho é de que a fé deve estar dentro de nós, independente de dogmas, já que o centurião era um romano, portanto um pagão, isto é, acreditava em vários deuses; mas naquele momento sua fé foi mais forte do que a crença de toda aquela gente que conhecia Jesus como um dos seus patrícios, que estudava as leis e que a temia. O centurião, mesmo com sua autoridade em relação aos soldados, foi de uma humildade extrema ao pedir a um judeu chamado Jesus, teoricamente um escravo do império romano, que curasse seu filho.
Hoje em dia, eu vejo muitas pessoas que têm vergonha de falar em Jesus, elas têm medo de serem ridículas ou vistas como ingênuas, mas Jesus é real em seus ensinamentos, independente de religião, independente de dogmas, Jesus é o mesmo daquele do Sermão da Montanha, quando ensina suas bem-aventuranças. O centurião apenas acreditou na verdade das palavras e no magnetismo de Jesus, por isto teve seu filho curado.
Realmente é muito difícil ter a verdadeira fé, aquela que nos dá tranquilidade e paz para saber que a vitória está perto. Eu realmente confesso que ainda não atingi este estágio, mas escrevi este artigo apenas para expressar a inveja que tenho deste centurião.
2009