(de São Paulo – SP) Estas coisas pelo visto só acontecem comigo; parece brincadeira e muitas vezes eu me apanho a perguntar, porque só acontece comigo! Acho que fiquei exprobrado, principalmente depois de 2007 quando iniciei o Irregular.com.br a me deparar com este tipo de empresa nem um pouco séria.
 
Em dois anos escrevendo aqui foram hotéis indignos, empresas que vendem pela internet que não cumpre com o prometido e as coisas que geralmente todos nós consumimos; tipo supermercados, companhias de serviços públicos, telefônicas, enfim, todo o rol de produtos e serviços a que todo brasileiro têm por necessidade e que somente honra o seu pagamento; empresas que só se preocupam em vender, vender, vender e sequer abrem algum espaço justo para o cliente expor suas lamúrias; este tipo de empresa é pérfida e totalmente ilegítimo; merecedora da maior punição da justiça (o que não é o caso, pois a justiça do Brasil muitas vezes acolhe este tipo de escória comercial).
 
Ao meu amigo e advogado Gilmar Xavier Pereira eu cheguei a prometer que jamais faria este tipo de comentário, mas confesso que hoje eu não consegui; não consegui ficar calado diante de tantos abusos cometidos contra o consumidor, contra o cliente; principalmente se esta empresa é (ou era) considerada circunspecta e crédula pelo povo do Brasil.
 
Primeiro vamos deixar uma coisa bem clara; eu acredito na hipótese de haver uma falha natural em qualquer processo; seja mecânico, seja natural; as coisas possuem uma característica muito lacônica de estarem submetidas a sânies ou vícios; mas tudo na vida também é e deve ser passível de conserto, menos a morte. Os vícios; como dizemos em linguagem jurídica, quando se trata das “coisas”, necessita haver a possibilidade de reparação (vício sanável); tudo aquilo que é de difícil reparação ou até mesmo impossível, com certeza será passível de indenização para reparação.
 
Uma empresa, seja aquela que fabrica, vende, representa ou presta serviços, deve assumir pelos seus erros; eu erro, tu erras, ele erra e eles erram; precisamos adotar outro padrão: se erro conserto; se errares conserta; e se eles erram, pelo amor de Deus, façam alguma coisa, mas não reiteram a ignorância, afinal de contas não somos palhaços, muito menos ridículos imbecís; o mais grave do erro das empresas é tentar fazer seu cliente passar de vítima para culpado e é isso que algumas empresas estão fazendo, principalmente aquelas que atuam no comércio virtual; caso específico dos Correios.
 
No dia 15 de setembro de 2009 meu filho mais velho, que não mora comigo, trocou de idade, ficou mais velho; antes disso, exatamente no dia 13, um domingo, eu acessei a internet e resolvi fazer-lhe uma surpresa; acessei o site dos Correios e acreditando que teria um tratamento no mínimo digno, comprei um TELEGRAMA. Preenchi o cadastro e escrevi coisas carinhosas para que fosse entregue na cidade onde meu filho mora, no seu endereço da escola. Seria uma surpresa para ele!
 
Fiquei cheio de expectativas para saber como ele reagiria e tinha a certeza de que aquela carta vendida pelos Correios chegaria no máximo no dia exato em que ele estivesse completando nova idade, afinal de contas, o velho serviço de telegrama jamais custou mais de que 24 horas para chegar em qualquer ponto doméstico do Brasil. Antes de qualquer coisa, a cidade que reside meu filho tem cerca de 600 mil habitantes e é uma das grandes metrópoles brasileiras.
 
No dia seguinte, nada; no dia de seu aniversário, nada; no dia seguinte ao aniversário, nada! Foi então que eu tive a idéia de verificar junto ao serviço de rastreamento existente na própria página dos Correios; a informação que estava disponível foi que o documento havia saído para entrega; reclamei formalmente e no dia seguinte a reclamação, dois dias após o aniversário, outra mensagem aparecia outra mensagem, a que o serviço havia sido cancelado.
 
Confesso que fiquei magoado e decepcionado, mas entendi que tivera havido algum problema, o que não foi verdade; depois que reclamei mais uma vez para solicitar meu dinheiro de volta, como preceitua a lei de defesa do consumidor, recebi o primeiro e-mail descaído e absurdo dos Correios em que constavam dados incorretos e uma mensagem totalmente néscia.
 
Depois de outra reclamação, apenas para pedir meu dinheiro de volta, uma vez que contratei um serviço e não fui acatado, eis que recebo um e-mail dos Correios me informando que eu estava agindo de forma injusta e ilegal; segundo conteúdo dos Correios em seu e-mail que não é assinado por ninguém, meu filho havia sim recebido o Telegrama no dia 18 de setembro, cinco dias após eu tê-lo comprado. Alguns dos Senhores podem estar dizendo que se trata da greve, mas não é isso; no dia que comprei o telegrama, não havia indicação de greve por parte dos funcionários dos Correios!
 
Os Correios divulgam uma tabela em sua própria página que informa os prazos para entrega de todos os seus serviços de mensagens expressas e telegramas; o maior prazo informado por eles próprios é: até 12:00h do dia útil seguinte! Meu telegrama deveria estar no destino até o meio dia da segunda-feira dia 14 de setembro e por que não foi? Não foi entregue por algum motivo da inoperância de quem gere os sistemas dos Correios; eu afirmei na reclamação que ou ele foi conduzido por algum carteiro que montava um jumento ou eles estão enganando a todos!
 
Toda empresa tem seus problemas e os Correios não é a exceção; o que não devemos tolerar é que gente desta estirpe, a escória, se mantenha inerte as sanções legais; não podemos deixar um problema, por menor que seja, se manter numa postura de esquecimento; não importa se R$ 0,01 ou R$ 1.000.000,00, se teve um problema em desfavor do consumidor, primeiro ele precisa comunicar de forma administrativa, mas se isso se fizer uma batalha ou como ocorreu comigo, se virar uma peça de acusação, toda pessoa deve levar o caso a justiça e deve também cobrar seus danos, materiais e morais se houver.
 
A postura dos Correios em sua resposta foi de total desdém com o caso do telegrama; pelo que entendi tanto faz se o telegrama chegar no dia, como se ele chegar no ano seguinte; os Correios se comportaram como se nada tivesse ocorrido e que eu, a pessoa lesada, fosse o culpado; isso é intolerante e totalmente inaceitável.
 
Este caso em questão, do telegrama que vai de jegue ao destino, pode até ser coisa de serviços postais como o do Paraguai ou da Namíbia, mas jamais aceitável de uma empresa que se gaba em ser uma das mais eficientes do mundo, aliás, é a única a exercer tais serviços aqui no Brasil e que já deveria estar acompanhando os tempos modernos e ter uma concorrente.
 
Com este depoimento eu não quero provocar um descrédito junto aos serviços dos Correios, mas diante de tantas propagandas de eficiência, seja com telegramas, cartas, serviços de entrega de encomendas ou até a simples venda de um selo, o consumidor deve observar atentamente o que promete; isso está aplicado a qualquer empresa. Se elas não cumprirem com o originário, façam contatos e imprimam tais contatos e respostas, se elas chegarem; não ocorrendo à reparação plausível, vão sim, direto a justiça e reivindiquem aquilo que você, lesado, tem pleno direito.
 
O meu telegrama, pelo que pude entender, foi impresso no Amazonas e veio de ônibus (ou jumento) para ser entregue em Feira de Santana na Bahia; meu filho até pensou que eu estivesse enviando antecipadamente a felicitação de seu aniversário em 2010 e eu, que eles tentaram qualificar de trouxa, terei que utilizar um juiz federal para julgar um caso cujo valor nominal é de menos de R$ 15,00 (quinze Reais); este é o quadro da justiça do Brasil!
 
No mínimo os Correios gastarão R$ 500,00 (quinhentos reais) para se defender (inapropriadamente) de uma causa de menos de R$ 15,00. Não seria mais fácil admitir o erro, devolver o dinheiro e se livrar de tudo isso? Para eles não!
 
Até a audiência de conciliação...!
Apenas por mero esclarecimento histórico, em 1832 quando o americano Samuel Morse inventou o telégrafo e se comunicou de um navio em alto mar com outro, a conversação não ultrapassava alguns segundos entre os toques de eletroímã do emissor e a recepção; mas isso foi há 177 anos; de lá para cá, pelo visto a coisa regrediu, pelo menos na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
 
Alô Ministro Hélio Costa! Vossa Excelência precisa saber disso...!
 
 
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
www.irregular.com.br
 
Na foto principal, o funcionário dos Correios e seu Telegrama moderno
CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 22/09/2009
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